Estávamos estudando já fazia quase 1 hora, Hitoka foi responsável por explicar a matéria de humanas e eu fiquei responsável pelas de exatas.— Ah, vocês explicam de uma maneiras tão fácil. — Shouyo diz. — Mas mesmo assim é tão complicado. Por que eu não consigo entender?
— Talvez seja porque você é um idiota? — Kageyama se pronuncia.
— Kageyama, você também não está entendendo. — Tanaka fala.
— Eu estou entendendo. — Nishinoya diz. — ...mais ou menos.
— Se acalmem, por favor. — Hitoka tenta acalmar a situação.
— Nós acabamos de começar, fiquem tranquilos! — Falei, dando risada da situação.
Algumas batidas soam em minha porta, fazendo todos em meu quarto direcionarem seus olhares na direção de minha mãe, que estava parada ali.
— Aiyumi, eu estou indo trabalhar. — Ela diz. — Eu deixei o jantar em cima da mesa para vocês.
— Espera! — Exclamei, impedindo-a de ir embora. — Você disse "para vocês"?
— ... você é surda? — Ela falou antes de se retirar.
Eu não me ofendi por sua resposta, muito pelo contrário, sorri assim que ela saiu. Feliz por ter feito o jantar para os meus amigos também.
— Vocês estão com fome? — Perguntei. — Vem, vamos jantar!
Todos se levantaram e me seguiram até a cozinha. E acabamos por encontrar a mesa posta para 6 pessoas. Eu estava feliz, completamente radiante, queria me esconder no banheiro e vibrar de alegria pelo pequeno ato de minha mãe.
〜 ✘ 〜
O resto da semana se passou rapidamente, voltaria para a escola no dia seguinte. Pensava constantemente se eu conseguiria recuperar todas as matérias que eu havia perdido da escola, mas resolvi não me preocupar tanto.
Já era de manhã quando minha mãe voltou do escritório onde trabalhava. Ela jogou a bolsa em qualquer lugar da sala e começou a andar em passos lentos antes de se pronunciar com a voz falha:
— O seu pai ainda está dormindo?
— Oh, sim. — Me levantei do sofá e dirigi meu olhar para ela. — Você está bem?
Ela se apoiou na parede e não me respondeu, então resolvi me levantar e ir até ela. A mulher acaba por se desequilibrar mas eu consigo segurá-la para que não caísse.
— M-me solte...
— Mamãe, você está quente. — Posicionei a palma de minha minhão mão contra sua testa para me certificar. — Você está com febre! Desde quando você está assim?
— Tá tudo bem, me solte!
— KYOMI, RESPONDA! — Gritei ao chamá-la pelo nome.
Ela me olhou, surpresa por eu ter gritado, mas resolve ceder a minha pergunta e aos meus cuidados.
— Desde ontem.
Levei ela para o meu quarto e a coloquei sobre minha cama, já que meu pai dormia no quarto do casal. Molhei alguns panos na água fria e coloquei sobre sua testa.
— Por que está fazendo isso? — Ela perguntou enquanto me observa manusear os panos.
— Você está doente, não está?
— É apenas um mal estar.
— Então eu vou cuidar de você até que esteja melhor. — Falei.
Minha mãe aderiu ao silêncio por alguns segundos, me sinto desconfortável perante seu olhar, já que ela não parava de me encarar. Até que ela levantou sua mão gentilmente e tocou meu rosto, eu me manti inerte em minha ação, perplexa pelo que ela tinha feito.
— Eu não venho sido uma boa pessoa com você, não é? — Ela disse e eu finalmente a encarei. — Me desculpe pelo tapa que eu te dei aquele dia, eu fiquei furiosa e perdi a razão. Me arrependo por ter feito se afastar de seus amigos, só porque os meus me abandonaram não quer dizer que os seus vão também.
— Mamãe, está tudo bem, não se preocupe. — Ajeito seu travesseiro rapidamente enquanto ela se preparava para dormir um pouco. — Apenas descanse.
— Eu tenho medo de perder você. — Ela murmurou antes de se virar e fechar os olhos.
Resolvi não acrescentar mais nada, apenas sorri e lhe deixei dormir.
〜 ✘ 〜
Eu estava com Hitoka, no ginásio, aguardando nossos quatro amigos chegarem com o resultado da prova que haviam feito. Eu acabei tirando 94 e Hitoka 91, então não estávamos preocupadas. Na mesma aula, Takeda-sensei tratou de nos entregar toda a papelada para autorização do treinamento de verão.
— Acha que eles vão passar? — Hitoka perguntou. — Ano passado... bem, Kageyama e Hinata acabaram tendo alguns problemas...
— Eu confio neles... — Falei. — ...eu acho...
Não demorou muito para que os quatro viessem rapidamente até nós, presumi de imediato que tínhamos boas notícias.
— Admire o vasto conhecimento... — Tanaka começou, mostrando o número 72 em sua prova.
— ... dos seus senpais. — Noya completou, mostrando o número 68 no papel.
— Obrigado pela ajuda. — Kageyama se inclinou para a loira e eu.
— Sim! Nos saímos muito bem! — Shouyo disse e ambos nos entregaram suas provas.
Kageyama tinha tirado 48 e Shouyo 41.
— Eu não diria que se saíram muito bem, mas... — Falo ao lembrar que a nota de corte eram 40.
— Vocês se esforçaram! — Hitoka completa.
— Pelo menos vamos conseguir ir para Tokyo todos juntos. — Yamaguchi diz.
— Na verdade... — Eu começo a falar meio sem jeito. — Há um problema... A minhã mãe ela-
— Por favor, não nos diga que ela te proibiu de ir...! — Shouyo fala.
— E se você vier escondido com a gente? — Noya fala.
— Se alguém descobrir, você pode falar que o Tanaka te sequestrou. — Miwa diz.
— Ei! Playbozinho meio-a-meio, por que eu?! — Tanaka protesta.
— Gente, não é nada disso! — Tratei de acalmá-los. — Minha mãe irá me levar.
— ... que? — Todos disseram em uníssono diante a minha fala anterior.
— Meu pai precisará fazer uma consulta em Tokyo. Meus avós moram em Koshigaya, então passaremos a noite lá para ir ao hospital na manhã seguinte. E ela me ofereceu a carona. — Expliquei.
— Ah sim! Quase achei que tudo estaria perdido novamente. — Shouyo falou.
— Quando ela propôs isso eu também achei que estaria, mas ela foi gentil! — Eu digo numa tentativa falha de conter minha ansiedade.
— Semana que vem, estaremos todos juntos em Tokyo, então? — Dessa vez foi Tsukki que se pronunciou sorrindo levemente para mim.
— Sim, nós vamos!
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Crows • [Haikyuu]
FanfictionMesmo sendo filha de jogadores de volêi, futebol sempre foi o esporte preferido de Aiyumi, mas após a notícia de que seu pai teria poucos meses de vida, ela resolve dar a ele a chance de vê-la jogar uma vez. Porém ela acaba sendo recusada no time de...