Caio - 9

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Desde que cheguei na Isa, não pensei em ficar com alguém fora a Marcela, e também não fiquei com vontade, ai a Glória me beijou, meu primeiro pensamento foi afastar ela e eu meio que fiz isso, mas ela continuou o beijo e eu fui na vibe, não to tendo nada sério com ninguém, pelo menos não ainda, mas quando me entreguei ali eu comecei a me sentir muito mal, porque na minha cabeça parecia como se eu estivesse traindo a Marcela.

Do nada a gente ouve um barulho do outro lado da janela, provavelmente algum alarme do tempo. Será que alguém viu? Pior, será que a Marcela viu? A Glória não pode contar pra ninguém, se não vai espalhar pra geral e isso não pode acontecer de jeito NENHUM.

Por causa do barulho paramos o beijo e eu já falo "Não conta pra ninguém tá? Por favor" e ela só respondeu "ok". A Ana abriu a porta então e nós saímos e a Marcela estava deitada na cama da Amanda agora, com a Helena do lado e me olhou com uma cara de magoada, foi bem triste na real, mas não tem como ela saber o que aconteceu, a gente tava trancado no banheiro.

Vou na cama e estico a mão pra ela vir comigo e voltar pra roda de jogo, mas ela só diz "não tô mais afim de jogar, pode ir lá". TO FUDIDO. Tento pensar em alguma coisa rápido, mas tudo o que sai é "aconteceu alguma coisa?" tive que pagar de desentendido mesmo, se não ia ficar pior do que já tá, então a Helena me olhou com uma cara de cu de tipo "você me paga filho da puta" me deu um cagaço, mas piorou quando a Ana levantou pra vir falar com a Marcela, ela me afastou e falou pra eu ir embora do quarto, eu não quis ir, mas ela, bem a menina que eu mais quero que fique bem e feliz falou "vai embora por favor".

Na hora foi como se o meu coração quebrasse, mas respeitei e saí. Do outro lado da porta só ouvi as outras meninas (Julia, Malu, Isabel e Glória) vindo atrás de mim. A primeira que me dirigiu a palavra foi a Glórinha, que me puxou pra um canto, lá perto do quarto da Helena. Na real acho que ela nem sabe que é o quarto dela ali, mas fomos pra um sofazinho que é no outro andar, mas é como se fosse um anexo do lugar (as outras meninas vão pro quarto delas).

G: Caio, desculpa

C: Tá tudo bem

G: Não, não tá. Eu vi a sua cara quando ela te mandou embora, não sei o que tem entre vocês, mas parece especial e fui eu que fui pra frente e te beijei, desculpa mesmo

C: A culpa não é sua pô, eu entrei no beijo, não te afastei nem nada, além de que de verdade, ainda não é sério entre mim e a Marcela. Tipo, eu realmente gosto dela, acho que é a primeira que eu gosto de verdade na vida, mas a gente nem se beijou nem nada ainda

G: Ah... Bom de qualquer jeito, acho que vou descer, desculpa de novo, espero que dê tudo certo entre vocês

C: É, eu também.

A Glória sai chateada, acho que ela gostava de mim, mas não tenho muito tempo pra pensar nisso agora. Só consigo pensar em como caralhos a Marcela sabe do beijo, porque se for só uma dedução por a gente ter ido pro banheiro, tá bem errado. Tipo, eu sei que realmente aconteceu alguma coisa ali, alguma coisa nada ruim aliás, mas se ela não sabe o que rolou de verdade, não tem o que falar.

Em meio aos meus pensamentos, a porta do andar se abre e a Ana, a Helena e a Marcela entram. Fico em choque, mas me escondo. Eu sei que é errado ouvir por cima e tudo, mas preciso entender o que tá acontecendo.

M: Por que? Por que caralhos ele tinha que beijar a Glória?

H: Amiga, meninos, ainda mais, mais novo assim, são desse jeito mesmo, inconsequentes, coração gelado...

M: Esse é o problema, ele conseguiu esquentar o meu coração gelado

A: Amiga, é como eu falo, melhor o coração gelado pra não quebrar a cara

H: Nem começa, se apaixonar é incrível, principalmente no começo, mas se machucar dói demais. Mandando a real pra vocês, mesmo que doa quando o coração quebra, os bons momentos são bons demais pra trocar por nunca se apaixonar, tá ligado?

A: É, mas...

M: PAROU GENTE. Não tamo aqui pra falar sobre se é bom ou ruim se apaixonar, o problema é: EU ESTOU APAIXONADA PELO CAIO, MAS ELE NÃO ESTÁ POR MIM E AINDA FOI BEIJAR A GLÓRIA.

A: A gênia da Helena que quis ir bisbilhotar o que eles tavam fazendo

H: Ah não agora cê vem aqui

Parecia que a Helena e a Ana iam sair no soco e eu levantei um pouco pra tentar ver, mas a Marcela se enfiou no meio e não deixou elas começarem a brigar. Cada uma sentou em uma poltrona e eu tava lá, querendo ir pedir desculpa pra menina que eu amo, calma, pera, AMO? Calma Caio, se controla, você conhece ela a 1 dia, tenha tenência pelo amor de Deus.

Tá, plano, plano...

Enquanto meus neurônios pensam, a Helena e a Ana voltam a falar com a Marcela, mas dessa vez dando mais suporte pra ela.

H: Ma, quer saber de uma coisa?

M: Hum

H: A gente tá aqui, fazendo nada, deixando você sofrer pelo Caiao, tá errado isso

M: E o que você planeja fazer?

H: Alguma ideia Aninha?

A: No máximo fazer uma mini festa entre nós pra ficar zoando msm, tem álcool na geladeira 

H: Verdadeee

M: Cês tão loka? A gente tem 15 só, a Helena nem isso

H: Faltam 20 dias pro meu aniversário, qual é

M: Que seja, a gente pode fazer a festinha, mas sem álcool

H: Boaaaa, aqui depois do jantar então?

A: Fechou, chama a Amanda e a Kaufmann também?

H: Se elas não ficarem vendo anime o bagulho inteiro, pode chamar. E o Lucca?

A: Olha, ele é meu melhor amigo também e tudo e vai ficar meio isolado se não for chamado, mas acho que hoje tá mais pra no boys

H: Tá bom...

M: Se arrumem em

H: Eu vou preparar uns jogos, é hoje que a gente vira em 

M: Fechou

ELAS VÃO DAR UMA FESTA, caralho quase soltei essa em voz alta, tenho que segurar, tive uma ideia ótima pra tentar reconciliar e me explicar, só preciso dar um jeito de sair daqui primeiro.

Ana saiu pela porta, Marcela desceu a escada, só falta a Helena ir pro quarto, mas nãooo, ela fica arrumando os jogos, assim só me quebra, decido tentar descer no silêncio e tava dando certo até o último degrau, que eu tropeço e me seguro no corrimão o que faz um barulhão e ela me vê ali, minha sentença de morte já tá feita agora.

Na hora que eu achei que ela ia vir ver o que aconteceu, percebo que ela tá de fone, AMÉM, DEUS OBRIGADO, então espero ela virar de costas e desço as escadas, agora preciso passar pelo quarto da Marcela também, mas a porta tava aberta e ela tava ali sentada na cama, triste, não tinha ideia do que fazer, então ela me viu, veio até a porta e eu senti como se tivesse uma barreira invisível ali, algo que nos separava fortemente, e então a barreira ficou visível, ela fechou a porta na minha cara.

Fiquei triste de novo, mas fui pro meu quarto me preparar pra janta e depois pra mais tarde, vai ser perfeito.

Pessoa certa no momento certoOnde histórias criam vida. Descubra agora