O Vampiro Exilado

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*atenção, capítulo com cenas impróprias para menores de 18 anos — Contém cenas forte de abalo psicológico, contém cenas de gatilho*

***

  Talissa respirou fundo naquele banheiro, havia passado horas e horas ali dentro no pensamento de um possível suicídio, mas não podia, tinha de ser forte pelo seu irmão, ele ainda estava preso nas masmorras dos orcs e trolls no castelo de Elias.

  O castelo era destruído e de pedras, lembrava uma enorme mansão assustadora, com pedras escuras e trovejadas,  não era tão grande, mas não tão pequena, mas era diferente de tudo em Walahar sua terra natal, a terra dos humanos. 

  Elias bateu na porta como quase fosse quebrá-la assustando a garota que arregalou os olhos e tremeu ao som da porta.

— Ande logo! Não quero esperar, quanto tempo demora pra uma fêmea ficar pronta?! — Disse ele agoniado, Talissa sabia que se ela quisesse que seu irmão continuasse vivo, ela tinha de agradar o rei, e pra isso, teria que sofrer nas mãos dele, e quem sabe, um dia, ela conseguisse libertar seu irmão das masmorras.

  Seus joelhos tremiam, e ela morria de medo, mas tomou coragem, era uma garota corajosa, sua mãe sempre lhe dizia isso desde pequena, dizia que se seu irmão, não fosse tão medroso que ele seria o homem da casa, mas nesse caso, Talissa vencia, e sua mãe dizia que o homem da casa era ela. Sempre cuidou muito bem de sua família, não seria agora que ela deixaria de cuidar.

  Seu medo não a impediu, ela engoliu em seco e abriu a porta tentando não tremer mais.

  Elias estava de calças, mas sem camisa, bebia algo forte, talvez alguma bebida alcoólica para vampiros e sorriu ao ver a menina encolhida em um canto da parede.

— Tanta demora pra que? Se vai ter que tirar suas roupas de qualquer forma? — Perguntou ele sorrindo.

— Estava... Eu... Eu estava tentando ficar bonita pra você, meu rei... — Ela odiou cada palavra que soltou de seus lábios, tanto que nem sequer conseguiu olhar para a face do rei exilado, apenas para o chão enquanto segurava sua camisola com forças.

— Bobagem! Na próxima vez, apenas tome um banho, esqueça essas besteiras de vaidade! Nunca deixe seu marido esperando. — Respondeu ele se aproximando dela e a segurando pelo braço.

  Elias puxou Talissa e a jogou na cama de qualquer jeito, subiu em cima dela já desabotoando suas calças, enquanto a menina ainda de olhos arregalados e deitada de bruços sentindo suas roupas sendo rasgadas de qualquer jeito.

  Ela chorou em silêncio enquanto abraçava o travesseiro e sentiu a indelicadeza do vampiro que a agarrou pelos cabelos, e penetrou sua genital sem se preocupar em ser a primeira vez da menina, de primeira ela gritou de dor, e ele não se importou.

  Parecia que isso lhe dava prazer e era escutado pelos corredores do castelo.

 Ela chorava, e tentava reprimir a dor, mas não pediu que parasse, pois sabia que não iria adiantar, ou que iria ser respeitada.

  Tudo o que ela poderia fazer era esperar que ele terminasse. Ele a puxava como se ela fosse um objeto e não se importava com o fato dela estar sofrendo, colocava ela de forma que ele visse seu rosto, agarrou seus seios com brutalidade, e a assistiu naquela posição desconfortável sendo encarada e humilhada. Ela gritava de dor com a força que ele usava para agarrá-la e foi assim por duas horas seguidas, ao se sentir satisfeito ele a largou nua na cama, com os lençóis manchados de sangue dela, ela ficou jogada sem falar nada, em silêncio, sem querer se mover, se estava viva ou morta, ela não queria saber, só estava ali em um vazio profundo de dor e ódio.

  Ficou largada como lixo naquela posição até alguém entrar no quarto e trancar a porta, duas mulheres desta vez, Talissa não viu e nem quis olhar, estava com um olhar vazio de uma noite inteira de lágrimas. Ela se sentia um lixo.

  Um das mulheres foi em direção ao banheiro do quarto e a outra se sentou do lado de Tali. Esta possuía cabelos castanhos e olhos pretos, seus cabelos eram longos, e o rosto era oval, tinha um físico extremamente magro e nariz ajeitado, como que fosse quebrado e consertado, tinha por volta de uns 20 anos de idade, e sua aparência embora triste, era bem gentil.

  Ela viu a situação da nova rainha e fechou os olhos em oração em uma língua antiga. Ela era humana como Talissa, o que levava a crer que era uma das rainhas, e pela sua idade, era uma das mais velhas.

  Ela pousou sua mão na cabeça de Talissa e acariciou seus cabelos suados e embaraçados, alguns até quebradiços cuja força usada pelo rei, pousou sua testa no rosto virado para o lado de Talissa e a beijou.

— O banho está pronto Luna. — Disse a outra moça, desta vez um pouco alta, também de aparência magra, entretanto um pouco mais encorpada que Luna, esta possuía olhos castanhos e cabelos pretos, e seu rosto era arredondado, mas graciosa como uma flor esperando cuidados.

— Obrigada Rose. — Disse ela. — Eu sei que não é uma boa hora para apresentações, mas quero que me conheça, e que conheça a Rose também, somos suas novas irmãs. — Ela sorriu. — Aqui não buscamos rivalidades entre rainhas, buscamos ajudar umas as outras, e sempre ajudamos... — Talissa mirou os olhos para Luna, mas não respondeu. — Eu sou Luna Moonlight, e esta é Rose Trevor. Somos de Walahar igual a você, umas das esposas do rei. Sou a mais velha aqui, sou como a mãe das outras. — Sorriu ainda acariciando os cabelos da garota, e retirando de seu rosto os fiapos de cabelos espalhados.

— Estamos aqui pra te ajudar, não vamos machucá-la... Qual o seu nome? — Perguntou Rose, mas não houve resposta. — Tudo bem, não precisa responder agora, pode responder depois, venha querida, vamos tomar um banho e tirar essa sujeira de você tudo bem? — Pediu Rose com todo um cuidado nas suas palavras.

— Não quero ser um fardo... — Finalmente ela respondeu.

— Nunca diga estas palavras minha flor querida. — respondeu Luna parando com o carinho. — Você nunca seria um fardo, todas nós estamos no mesmo barco que o seu, e por isso ajudamos uma as outras, somos escravas de Elias, e com isso, cuidamos das nossas, e você é a mais nova membra da família, irei cuidar de ti como cuidaria de uma filha.

— Talissa... — Disse ela. — Meu nome é Talissa Starling de Walahar. 

— Prazer em conhecê-la, Talissa Starling de Walahar. — Disse Luna sorrindo de forma sensível, e Tali se sentiu confiante, se levantou e começou a chorar mais uma vez, sendo abraçada por Luna e por Rose que a levaram ao banheiro para ajudar a menina no banho, sem sair de perto dela, sem sequer piscarem, estavam cuidando dela com todo carinho, como que soubesse o trauma que cada uma passou por ali.

  Em nenhum momento ela conseguiu parar de chorar, mas sabia que precisava ser forte, que precisava sair dali, e que precisava levar seu irmão de volta pra casa.

Tronos da noite - Coroa de Cinzas - Vol 1Onde histórias criam vida. Descubra agora