Ohradör

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    O Reino das trevas estava no ápice da batalha pela sobrevivência. Este seja Ohradör,o reino dos mortos-vivos. O reino onde sempre era noite e jamais nasceria o sol graças a proteção do antigo Rei dos vampiros e dos quatro pontos da terra, Dante Azabrast, morto há muito tempo em batalha.

  Ohradör, era divido pelos clãs de vampiros. Sem o Dante para controlar as criaturas das trevas os clãs entraram em conflito, afinal, sem um herdeiro para governar o trono e assumir a coroa de cinzas, a realeza se dissolveu e o clã do rei foi extinto. Cada clã agora possuí um líder, e exerce devidas funções. Cada um comandando seu próprio clã, sem um rei.

  Porém antes de morrer Dante deixou para trás uma coroa extremamente preciosa, ele escondeu sua coroa para que ninguém soubesse seu paradeiro além de seus filhos e da mãe da natureza, pois quem estivesse em posse da coroa de Dante poderia facilmente comandar as terras das trevas e as terras da luz, quem sabe fundindo-as em um só, causando um certo desequilíbrio ou uma possível guerra. Quem tivesse a coroa do rei, seria o novo rei das criaturas mágicas, e teria o poder de comandar as nações. O poder da coroa das cinzas.

  Foi aí que o reinado do caos começou...

***

 Reino Ohradör, Prisão de Kahsdor.

  Havia um homem de longos cabelos negros e pele branca como as de um defunto sorrindo e parado de frente à alguém, seu sorriso revelava as presas do vampiro e sua armadura mostrava que ele era da guarda daquela prisão, em suas costas, na sua capa vermelha havia um símbolo, este era o símbolo de uma runa de Kahsdor que era uma prisão cheia de vampiros que não aceitavam as regras dos seus clãs.

  Ele agarrou o pescoço de uma mulher batendo suas costas contra a parede e assim rachando o concreto de forma brutal. Suas garras negras perfuraram o pescoço dela, que aparentava não sentir dor, ou remorso. Apenas um grande e enorme vazio nos olhos profundos de uma assassina. 

  De longe reparava-se os olhos perversos emanando dor e sofrimento de um longo período de tristeza. Ela já não sentia mais medo. Não sentia mais dor, ou felicidade. Eram olhos vazios de alguém que teve o coração roubado. E com ele levado seus sentimentos.

  Ela estava acorrentada, a cor dos olhos da detenta eram arroxeados e sua pele era tão branca quanto as do guarda. Era a única vampira com os olhos roxos em um mundo onde todos os vampiros possuíam olhos vermelhos.

  Ela sorriu.

— Você realmente se acha não é, Victórika? — Disse o guarda. — Depois de 88 anos presa neste inferno e nunca tentou fugir. Por que? —  Ele perguntou encarando aqueles cabelos negros e longos da garota.

  Ela tinha uma expressão de seriedade em seu rosto, uma expressão melancólica e sombria, sabia que sua liberdade seria revisada se ela concordasse com o líder do clã Lodark em realizar seus desejos doentios, e ela jamais o faria. Apodreceria ali, já era odiada por ser diferente, o que tinha de ser será. 

— Você não tem direitos aqui. Vampiros sem um clã são a pior das escórias. — Ele a jogou no chão daquela cela e um outro vampiro entregou uma bandeja com um minúsculo copinho contendo um líquido vermelho. 

—  Espero que goste. É sangue de insetos. —  Respondeu sem conter as gargalhadas. —  Seu favorito.

—  Touché. —  Sussurrou Victórika em sarcasmo enquanto tossia e tentava se escorar na parede.

  Ela se sentou encarando o copo minúsculo. 

  Os vampiros. 

  Eram uma das criaturas da noite, suas garras eram negras e seus dentes afiados, os vampiros eram seres sombrios que por falta de empatia às espécies não se importavam muito com amor.

Tronos da noite - Coroa de Cinzas - Vol 1Onde histórias criam vida. Descubra agora