O Sangue Mais Sagrado

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  Vic foi arremessada contra as árvores e Anáhla sentiu a dor cuspindo sangue no chão. Serena havia conseguido, finalmente haviam conseguido armar para ela, enquanto a bruxa estava focada nas filhas, foi o momento perfeito para que a fada focasse na bruxa, desse jeito ao conseguir chegar atrás de Alura, ela usou o feitiço de espinhos onde um tronco de arvore repleto de espinhos enormes e pontudos iriam perfurá-la ao meio, Serena sorriu.

—  Isso é pela minha mãe! —  Disse ela equilibrando aquela magia intensa. Alura percebeu, mas era tarde demais, e foi assim que a vitória já havia sido conquistada.

  Ou pelo menos foi o que ela pensou na hora, já que seu sorriso se desfez imediatamente ao ver que não havia dado certo. Aquele tronco ao chegar perto dela se petrificou e se desfez em cinzas. Havia morrido.

— Eu costumava ser uma fada elementar, hoje eu não sou isso mais, e você herdeira, deveria saber que o poder de uma fada das trevas... desequilibra a natureza. —  Disse Alura com os olhos cintilantes... seus olhos lembravam aos de um dragão, e estavam poderosos. — O QUE VOCÊ CRIA, EU DESTRUO! —  Gritou com uma voz entregando ecos e ela flutuou naquele exato momento levando uma chuva de insetos pelo ar em direção à ela e em seus pés puxava a poeira da terra em forma circular. As árvores ventavam de forma agressiva, e a natureza se zangou.

  Alura desta vez estava no poder, e Serena acabou caindo para trás de olhos arregalados ao ver o que o poder da bruxa fazia com a natureza, a natureza que ela deveria manter equilibrada.

  Serena tentou erguer magia buscando as árvores. As árvores se desfizeram e ela as moldou para que fizesse um circulo ao seu redor como um escudo pronto para levar o baque.

  E Alura atacou com os insetos, e aquela chuva de bichos voadores foi tão forte, que nem a proteção das árvores aguentaria por muito tempo.

  Alura fechou os punhos com uma face extrema no rosto e aos poucos a árvore foi perdendo a cor se tornando acinzentada, iria se desfazer em segundos e foi quando ela aproveitou para usar os próprios galhos da árvore que a magia de Serena mantinha para enroscar no pescoço dela, deixando-a sem ar, mas Serena ainda estava tentando manter o escudo, só não sabia por quanto tempo iria conseguir.

  Até que...

— FADA! — Gritou Victórika e no exato momento que o escudo se partiu em pedaços, Anáhla se colocou na frente de Serena e Alura ergueu uma lança de gelo na direção dela sem nem sequer se preocupar com o fato de sua filha está na frente .

  Anáhla fechou os olhos e Vic correu na direção antes que fosse tarde demais, mas a magia parou bem na ponta do olho dela, Anáhla havia conseguido segurar a lança. Ela abriu os olhos e a lança se tornou vermelha, e ela devolveu a lança de volta para sua mãe que desviou e magia se dissolveu virando sangue no chão.

  Alura arregalou os olhos e franziu o cenho para Anáhla.

—  Como ousa usar magia negra, sua hipócrita! —  Disse ela avançando em Anáhla que sorriu em retorno, Alura finalmente abaixou a guarda e foi nesse momento que Serena usou os galhos e as raízes para amarrar Alura por completo e Victórika socou-lhe o rosto com tamanha força que ela desmaiou nos pés de Anáhla.

—  Você está bem? —  Perguntou Vic e a fada ficou encarando sua mãe por uns momentos. —  Fada! Você está bem?! Ainda está aqui??

  Serena pegou o rosto da fada e olhou no fundo de seus olhos. 

 — Ela está bem, só está confusa. — Respondeu Serena.

—  E-Eu... Desculpem... —  Disse ela se afastando e Vic franziu o cenho.

—  Ela usou magia das trevas... Será que ela... —  Disse Vic, mas Serena a interrompeu.

—  Creio que não, Anahla é diferente, como eu já disse, ela é amaldiçoada... Não é a primeira vez que ela usa magia negra e não se transforma em uma bruxa ou muito menos viciada em poder como todas as bruxas...

—  Então por que ela ficou daquele jeito?

—  Não sei... —  Disse Serena.

—  Vigia Alura... Eu vou buscá-la. —  Disse a vampira.

—  Ei! Não me deixe sozinha com essa... Coisa!

  O sol naquela divisa estava caindo, e logo seria pôr do sol, o que significava noite no mundo das fadas, era melhor levar Alura para julgamento antes que anoitecesse, mas Anáhla estava parada. Ficou encarando suas mãos por um tempo ainda um pouco trêmulas quando Vic ficou ao seu lado sem responder nada. 

— Tudo aconteceu tão rápido né? —  Perguntou a fada. — Digo... Mal te encontrei e já tivemos que enfrentar tanta coisa para descobrir que somos irmãs... —  Completou.

—  é... —  Um silêncio rodeou as duas por um breve momento, até que Vic quebrou ele olhando o rosto de Anáhla. — Não acho que esteja amaldiçoada. — Disse ela e a fada abaixou as mãos olhando Vic nos olhos. — Acho que foi abençoada pelos deuses de Arghalon. 

—  Me ofende dizer que minha vida é uma benção.

—  Existe uma diferença entre ter uma vida abençoada e ser abençoada. Eu e você somos abençoadas, mas com vidas amaldiçoadas.

—  O que isso quer dizer?

—  Quer dizer que somos únicas, eu sou a primeira mestiça que nasceu completamente estável e sem sequelas ou deformidades. Sou até mais forte do que a maioria dos vampiros... Já você? Uma fada capaz de controlar a magia das trevas sem se destruir no caminho? Isso é incrível!

—  Não me faz imune. Eu ainda posso me tornar uma fada das trevas se eu continuar brincando com magia negra!

—  Mas não aconteceu, fada você é mais poderosa do que imagina, mas tem medo de usar sua magia... Quando perder esse medo, vai ver que é na verdade muito mais lindo o que você tem a mostrar, do que o que as pessoas falam... —  Vic tocou o rosto de Anáhla e a acariciou. — Eu sei disso. Você é incrível. —  Terminou soltando sua mão e voltando para perto de Serena que estava de braços cruzados.

  Anáhla continuou olhando para o mesmo lugar de olhos arregalados como se a vampira ainda estivesse ali. Ela tocou o próprio rosto, era a primeira vez que alguém além da mãe natureza falava algo assim para ela e ela sorriu.

  Ao voltar Alura estava acordada e desta vez quieta.

— Vamos... Temos que levá-la.

—  Há outra bruxa pelas redondezas, a bruxa que estão procurando não sou eu. Ah uma escuridão chegando em Arghalon e se continuarem a cegar os olhos em mim, serão mortas.

—  Isso não é problema meu. —  Disse Vic.

—  Que amorosas filhas eu recebi... —  Respondeu Alura.

—  Que amorosa mãe nós recebemos. —  Retrucou a vampira.

  Anáhla se aproximou e Serena a encarou.

—  Ei.. Você está bem? —  Perguntou Serena. A princípio a fada até arregalou os olhos surpresa com a pergunta e fez que sim com a cabeça, ver que ela se importava no fundo no fundo era bastante surpreendente. — obrigada por ter... Me salvado... Eu sei o quanto esse tipo de magia acaba com você então... Valeu. — Ela respondeu.

—  Não foi nada... —  Disse Anáhla. 

  Vic colocou a bruxa ainda amarrada de pé e a puxou com o pedaço da raiz solta, o problema era que quanto mais Vic andava mais desconfortável ela se sentia.

—  Espera... Tem algo errado. —  disse ela.

—  Magia negra. — Disse Alura. —  Eu avisei.

  Anáhla engoliu em seco e nesse momento uma sombra apareceu e agarrou não a fada, mas Victórika para longe. Deixando Anáhla e Serena com uma bruxa amarrada, e um resgate a ser feito.

  O maior problema, é terem magia o suficiente para outra batalha...

Tronos da noite - Coroa de Cinzas - Vol 1Onde histórias criam vida. Descubra agora