Gael encarou Victórika com um olhar sério e dormente, estava intrigado, vampiros são criaturas das trevas, pior que isso, eram sanguinários, não tinham empatia pelas criaturas da luz que eram para eles, sua refeição. Ele levou Victórika à casa da árvore que ele e Anáhla costumavam brincar quando eram crianças há muito tempo atrás.
— Por que a trouxe logo aqui?? — Perguntou a fada encarando a madeira ainda muito bem cuidada pelo equilíbrio das fadas perante a natureza.
— Pra onde queria que eu a levasse? Para o castelo?? Para que as fadas vissem uma assassina sanguinária e fugissem feito loucas? Essa mulher vai nos destroçar assim que acordar! Vamos chamar a guarda de Arghalon antes que seja tarde.
— Quero saber o que ela quer aqui! — Disse ela parando de andar e encarando a vampira. — Ela não está aqui pra nos machucar Gael, eu sei que não. Seu coração tem tanta dor e agonia. — Disse ela.
— ELA É UMA VAMPIRA!
— Eu sei! Mas estou conectada a ela agora esqueceu?! Consigo sentir o que ela sente.... Tem tanto arrependimento, mas sei que ela não é do mal. É uma pessoa boa.
— Com certeza! Ah e por falar nisso não vamos nos esquecer que agora que você teve a brilhante ideia de conectar sua alma com a vampira desacordada, que se ela for morta você também morre!
— Já aconteceu comigo antes, quantas vezes não fiz isso sem querer hã?! A fada mãe tem a porção certa pra nos separar, só precisamos...
— NEM OUSE! — Gritou Gael nervoso. — Não vou permitir que essa coisa toque na mãe natureza, Anáhla!
— Grosso... — Disse ela pegando água de um copo de madeira e se dirigindo à Victórika. Anáhla encarou o rosto da vampira mais uma vez agora seco da água e sem marcas negras, ela estava desidratada e muito fraca, mais um minuto naquele sol e ela provavelmente teria morrido. Vagamente ela levantou a cabeça dela para dar-lhe água, Gael engoliu em seco e com razão, pois em um ato instintivo da espécie vampírica, Victórika não pensou duas vezes ao abrir os olhos roxos e segurar o pescoço da fada com força levando-a para a parede a aproximando seu rosto enquanto mostrava suas presas a vítima.
— ANÁHLA! — Gritou o rapaz se preparando para tentar ajudar quando a fada fez um sinal para que ele não avançasse.
— E-Está tudo bem... Está em Arghalon... N-Não vou te machucar. — Respondeu acalmando a vampira que rapidamente se afastou dela ainda de olhos arregalados.
— S-Sinto muito. — Disse ela vendo que o sangue de Anáhla escorria do pescoço devido as garras afiadas de suas mãos. Gael correu em direção à ela para encarar os ferimentos.
— O que foi que eu falei?! — Disse aos sussurros e Anáhla o empurrou para o lado ignorando o ferimento.
— Está tudo bem... — Disse ela. — Não precisa ter medo.
— Não estou com medo. — Disse Victórika.
— Está sim. — Retrucou a fada fazendo a vampira franzir o cenho da testa. — O que veio fazer em Arghalon?
A vampira engoliu em seco encarando os dois e pensando muito se deveria falar algo. Estava onde deveria estar, mas chegar ao seu destino não seria fácil sem ajuda.
— Preciso falar com a mãe natureza e com a fada verde...
— Nem por cima do meu cadáver! — Disse Gael e a vampira ficou tonta de repente se ajoelhando, Anáhla sentiu a mesma tontura e caiu fazendo com que Gael ficasse ainda mais irritado.
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Tronos da noite - Coroa de Cinzas - Vol 1
FantasíaA coroa do falecido rei dos quatro reinos foi roubada. Após 88 anos presa em Kahrsdor, a vampira Victórika recebe uma visita desconhecia alegando o roubo da coroa de cinzas, com a falta do rei, e para proteger a mãe natureza Victórika acaba escapand...