🍁 Capitulo 3

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Josh On

– Então... Você morava em Nova York? – perguntei, curioso.

Any agitou seus pés na água, fazendo gotas respingarem em mim.

Já era fim de tarde e faltavam apenas algumas horas pro sol se pôr. Eu tinha passado o dia todo mostrando a fazenda pra Any , que era uma patricinha de mão cheia. Na verdade, ela era quase insuportável. Se não fosse tão bonita, eu duvidava que alguém a agüentaria. Normalmente eu nem me daria ao trabalho de entreter uma vadia mimada como ela, mas sua beleza me intrigava. Seus olhos gr castanhos me hipnotizavam, seus lábios rosados me chamavam e o cheiro dela me atingia quando a brisa soprava seus cabelos encaracolados. Fazia tempo que essa cidade não recebia garotas novas e eu queria provar novos sabores.

Any não era como as outras garotas de Colleyville e era bom ter experiências novas, só pra variar um pouquinho.

– Sim – ela respondeu, tentando espantar os insetos que voavam a sua volta, irritada.

Estávamos sentados á beira da cachoeira que ficava dentro da propriedade da fazenda, apenas descansando depois de um longo dia.

– Deve ser legal lá – eu disse. Any voltou seus olhos pra mim, franzindo a testa.

– Você nunca foi pra Nova York? – ela parecia incrédula. Apenas neguei, chacoalhando minha cabeça – Bom, lá é bem legal sim – disse, dando de ombros, como se não fizesse muita diferença
– E você? – Any perguntou depois de um tempo em silêncio.

A garota nem se dava ao trabalho de disfarçar o tédio em seu rosto. Ela não conseguia ficar com a boca fechada por muito tempo, e eu já estava começando a perder minha paciência.

– Eu? Sou daqui mesmo – sorri de lado – Nasci nessa fazenda e provavelmente vou morrer aqui – Any torceu o nariz, desviando o olhar do meu.

– Sinto muito – ela me lançou um olhar solidário e levou suas mãos até seus cabelos, prendendo-os em um coque.

Não pude deixar de notar sua pele morena e meio pálida enquanto o sol refletia na mesma. Havia um colar delicado brilhando em seu pescoço um pouco acima de seus seios fartos, deixados à mostra pelo decote em sua blusa de tecido fino. Imediatamente me mexi desconfortavelmente em meu lugar, desviando meu olhar, não querendo ter uma ereção ali.

A verdade é que eu tinha um fraco por mulheres bonitas e o efeito que elas causavam em mim era muito satisfatório, desde que estivéssemos entre quatro paredes.

– Sente muito pelo que? Eu gosto daqui – arqueei as sobrancelhas, observando ela me encarar com desprezo.

– Eu odeio esse lugar – Any murmurou, desviando o olhar e balançando mais uma vez seus pés na água – E odeio todas as pessoas que vivem aqui.

– Por quê?

– Não te interessa – bufou.

– Se estou perguntando é porque me interessa.

– Onde nós estamos, uh? Na pré-escola? – ela riu debochadamente, me fazendo revirar os olhos. Aquela era a milésima discussão que tivemos só naquele dia, eu merecia um prêmio por agüentar essa idiota falando em minha cabeça.

– Você nem saiu das fraldas ainda – ri, vendo Any semicerrar os olhos pra mim.

– Oh, como se você fosse muito mais velho...

– Sou cinco anos mais velho que você – sorrio vitoriosamente quando ela cruzou os braços, me encarando emburrada.

– Grande coisa! – ela praticamente gritou em uma voz aguda e eu tive que rir, encarando-a com tédio – Você é muito chato, argh – ela virou o rosto e eu mordi meu lábio inferior, levando minha mão até seu queixo delicado, voltando a virar seu rosto pra mim, agora muito mais perto.

O Caipira| BeauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora