O Caipira| Beauany

🍁 Capitulo 4

Any On

Tirei meus sapatos antes de entrar em casa, olhando desde a sala principal até a escada pra ver se tinha alguém por ali. A última coisa que eu queria era esbarrar em um dos caipiras e ter que dar explicações sobre onde eu tinha me metido o dia todo e por que eu estava toda molhada. Parecia que todos estavam na cozinha e eu presumi que estava na hora do jantar, mas só de pensar em meu pai e Rosa interpretando a família feliz com joalin e Noah, meu apetite foi embora. Subi rapidamente os degraus e corri pelo corredor que levava ao quarto de Joalin – que agora era meu também –, entrando no mesmo. Grandes olhos cor de céu se desviaram de um livro até meu rosto, me encarando confusos.

– Onde você estava? – Joalin perguntou, me fazendo bufar. Larguei minhas sapatilhas no chão e me arrastei até minhas malas, começando a revirar uma delas.

– Por aí... – respondi, dando de ombros. Ouvi o barulho de Joalin fechando o livro e quando olhei novamente, ela estava sentada na ponta da cama, franzindo a testa.

– Por aí? – ela arqueou as sobrancelhas e eu coloquei minhas mãos em minha cintura, enfezada.

– Credo, Joalin, vai ficar vigiando cada passo que eu dou agora? – revirei os olhos – Não te devo satisfações, vai cuidar dessa sua vidinha medíocre e me deixa em paz – voltei a remexer em minha mala, dessa vez achando o que procurava: minhas toalhas de banho cor de rosa e felpudas que pareciam ser feitas de algodão doce, junto com meus maravilhosos produtos de banho. Eu juro que se usasse mais uma vez as coisas de Joalin, eu iria pegar uma alergia gigante, e a última coisa que eu precisava era inchar feito uma bola.

– Você estava com o Josh, não estava? Ele também sumiu – Joalin observou e eu suspirei, cansada. Aquela garota já estava me irritando faz tempo, eu já estava começando a considerar a idéia de sufocá-la com o travesseiro no meio da noite.

– Sim, eu estava com ele. O caipira foi a única criatura que teve a decência de me mostrar o lugar. Feliz agora? – arqueei minhas sobrancelhas, encarando-a com tédio.

– Você gosta dele? – ela perguntou e eu ri, achando graça naquilo.

– Você é tão bobinha – sorri, bufando – Eu gosto dele tanto quanto eu gosto de estar aqui, e caso você não tenha notado, eu não gosto nem um pouco desse lugar – enrolei uma mecha de meus cabelos molhados em meu dedo indicador, pensativa – Ele é bonito, eu confesso, mas é estúpido demais. Eu não vou com a cara dele. Só fui legal com ele hoje porque ele foi legal comigo, mas acabou com qualquer vestígio de simpatia que eu tinha por ele quando quase me beijou.

– Ele quase te beijou? – Joalin engasgou, com os olhos arregalados.

– Bom, se meu rosto estivesse um pouquinho mais virado pra esquerda, ele com certeza teria me beijado – franzi a testa, indignada – E ele ainda saiu se achando o rei do mundo. Quer dizer, eu sei que é uma honra se aproximar tanto de mim, mas não é como se eu tivesse lhe dado permissão pra isso – revirei os olhos, me lembrado da sensação dos lábios de Josh depositando um beijo no cantinho de minha boca. Tudo bem que ele tinha lábios muito beijáveis, mas o que ele estava pensando?

– Josh é o maior galinha dessa cidade, você precisa saber – ela disse e eu fiz careta pra aquela palavra ridícula que joalin  tinha usado pra definir Josh. Não era porque estávamos no interior que devíamos levar isso a sério e sair chamando as pessoas por nomes de animais – Tem que ficar longe dele, é pro seu bem.

– Isso não será um problema – dei de ombros, divertida.

– Eu não estou brincando, Any. Josh é problema. Eu o amo, mas é verdade – Joalin parecia séria, o que me fez erguer uma sobrancelha em surpresa. Ela sempre era doce, sorridente e bobinha, aquele outro lado dela era coisa nova pra mim