E lá estavamos, a chuva rondava meu apartamento então fiz questão de obrigar sicheng a caber em meus moletons. O mesmo ficou adorável em um em específico, da cor azul. Já ele, não gostou muito de ter de colocar minhas roupas, mas lhe disse que era bobagem. O garoto se importava muito com que eu lhe digo, então estamos no lucro.
– tá, o que quer fazer Cheng?-perguntei me sentando a mesa, a onde o garoto fez o mesmo. Ele fez uma feição pensativa, enquanto eu bebericava meu café.
– hm, quer conversar sobre o nosso "déjà-vu"?- ele pergunta e então penso se vale a pena, então concordo meu receoso com a cabeça.— dê seu palpite sobre isso, o que acha que aconteceu?
Respirei fundo, soltando o ar pela boca e o encarei. Não havia criado teoria, apenas por medo de pensar demais naquilo. Mas então passei a imaginar a cena, fechei os olhos e então a imagem brotou em minha mente.
Eu estava parado a frente de um restaurante antigo, bem antigo mesmo. Pelos escritos que haviam nele, era um restaurante ocidental.Tinha vestes claras, e um sobretudo castanho, Sicheng também estava lá. Ele tinha as roupas de tonalidade azul, e um sorriso adorável nos lábios. Até que alguém encapuzado aparece e lhe toma a atenção, assim o dando a oportunidade de me tirar a vida; mas o motivo, é o que me intriga. qual sera o motivo?
– eu não consegui pensar em um motivo plausível pra isso, mas tudo indica que era porque estavamos juntos.- contei e ele assentiu, levando a mao ate o pescoço e coçando o mesmo.– eu to com medo disso ser algo...digamos, real.
Ele concordou e me pediu para ter calma, que provavelmente seria apenas nossas mentes brincando. Mas, que mente ligaria duas em um pensamento só? Isso é perigoso.
– que seja, Yuta. Acho que deveria se distrair e não pensar nisso agora, o que acha, hm?- perguntou o mais alto, e com um sorriso meio torto, concordei.– então, o que te acalma?
Eu pensei, fazia tempo que não tinha uma de minhas crises de ansiedade ou existenciais. – não sei, talvez um abraço? Eu não me lembro.
Ele riu e se levantou, pedindo para que eu fizesse o mesmo e assim fiz. Então, com calma ele dedilhou meus ombros e tocou minha bochecha com carinho, não me impedindo de sorrir. Então desceu suas mãos gentilmente até pouco a cima de minha cintura, puxando meu corpo até o dele. E me envolveu em um abraço, eu não sabia o que fazer, então apenas abracei seu pescoço e me acolhi por lá. O cheiro amadeirado e masculino empreguinado no mais alto, me deixava mais leve. Eu sentia que a qualquer instante, dormiria ali em seus braços. Mas escutei teu riso doce e infantil, assim afastando todos os pensamentos e paranóias.
– do quê está rindo, Bobão?- perguntei, e ele apertou mais o abraço escutando um grunhido de minha parte ao sentir ser esmagado.
– nada não.- disse e ameaçou soltar-se de mim, e então protestei e deitei minha cabeça em seu ombro.– ai, você está manhoso é? Por que está agindo assim?
Eu ri de sua fala, e então soltei – você me acolhe. É normal, hm.
Como é normal alguém como Eu, Nakamoto Yuta, o garoto mais "não me rele, não me toque" quer continuar em um abraço? Bem, isso é complicado para mim explicar porém, sinto uma conexão com Sicheng, e ela aumenta a cada momento intimo que temos.
E após isso, ele me soltou e fomos para a sala, sentamos no sofá – lê-se, "nós jogamos no sofá"–, e assistimos uma série que o chinês tanto queria. Passamos horas e horas vendo os capítulos daquela serie, que era intitulada de " the umbrella academia", confesso que no início eu achei estranho e muito complicado, mas agora que estamos no final, eu acho que me apaixonei pelo Klaus.
E mesmo que o clima esteja lindo, eramos nós dois. Eu e sicheng. Sicheng e eu. Dois bocós, que não sabem a diferença de esquerda e direita. Dois bestas que, não reconhecem a si mesmo em uma foto. E outros dois bobos que discutem a todo momento.
– cala a boca! Eu já falei que a Allison seria de grifinoria.- me defendi, e o chinês riu, debochando de mim.–olha aqui, seu desgraçado. Não debocha de mim que eu quebro sua cara.
Ele riu novamente, e então lhe lancei um olhar sério. O que fez o mesmo cair na gargalhada ao ver que eu falava serio mesmo.
Sim, mesmo que eu ame a risada dele. Mesmo que ele seja alguém que está me fazendo muito bem, por agora. Mesmo que ele seja alguém tão estranho, que me faça sentir normal. Eu ainda vou bater nele. Mas, enquanto isso não acontece ficamos deitados no sofá, assistindo a série e discutindo sobre quem seria de qual casa em hogwarts. Acabamos por brigar quando ele descobriu que a minha casa era sonserina, e ele era de corvinal. Ele levou um tapa ao dizer que eu sou a cobra de sonserina, e eu levei um chute quando disse que ele parecia um ratinho de laboratório. Mas, mesmo que briguemos por besteira, ele estava ali, me acolhendo, cuidando, vigiando e além de tudo, me acalmando
Acho que ele virou meu calmante favorito, e eu não sinto medo de viciar.
– hey, dorme bem, cobrinha.-ele disse perto de meu ouvido e deitou novamente.
– dorme bem, ratinho.- assim ri baixo pelo horário, e fechei os olhos, mas não conseguia dormir.
E pensando no dia de hoje fiquei, tantas coisas em um só dia. Tantas coisas em uma semana, em um ano, em uma vida. É tanta coisa para mim. Bem, isso é muita coisa. Como se eu fosse encarregado de fazer absolutamente, tudo. E, como alguém normal, eu estou esgotado para fazer as coisas. Cansado de tentar e não ter resultado. Cansado de não tentar. Com sono, mas, com a mente ocupada demais pra dormir. E todos os dias eu me questiono, quem sou eu.
Eu sou nakamoto yuta, um homem com h minúsculo. Eu trabalho com medicina, e meu maior sonho é....
Qual meu maior sonho mesmo?
Eu perdi ele, junto com hansol. E agora, tenho que conquistar outro sonho. Mas, a onde?
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𝐋𝐎𝐒𝐒. [pausada]
Fanfiction𝐘𝐔𝐖𝐈𝐍 - perda. Imerso na perda do namorado, Nakamoto cria uma jornada de aceitação. Onde ele aceita que o amado morreu e aceita que está mal, e como ele estava tentando de tudo para melhorar. Assim voltando ao japão, sua terra natal, onde conh...