Curiosamente, todos resolveram se abrigar em meu apartamento nesse dia. Era uma diversidade que só. Um japonês, um tailandês, um coreano, e por ultimo e mais legal que os outros, o chinês.
Somos quatro otários em um apartamento, dois de nós, cornos. E eu e sicheng, somos apenas dois alguém que não encontraram um rumo, sem deixar se ser otários. Fomos todos drasticamente quebrados, todos em sequência, todos de formas diferentes, mas quebrados estamos.
Aonde queremos chegar? Eu,por exemplo. Queria chegar no topo. Não importa do quê, eu desejaria estar por cima de algo. E agora, estou. Mas, não era isso que eu esperava. Não era estar no topo de um prédio, tristonho e desgastado, como a borracha de um estudante que erra tudo.
Simple plan estava certo, a vida é sim, um pesadelo.
ㅡ o quê você tá fazendo no escuro, japonês?ㅡ a voz rouca e sonolenta daquele chinês que dormia no quarto ao lado soou, então tirei os fones do ouvido, que estava tocando aquela maldita playlist em conjunto, que tenho à tipo muito tempo. E que estava machucando tanto minha alma.
ㅡ pensando. E você, por quê não estas dormindo?ㅡperguntei, encarando o mais novo que se sentou ao meu lado naquela sacada, deitando a cabeça em meu ombro.
Ele estava sonolento, sua voz carregava preguiça ao pronunciar, certas coisas. E tão sem jeito, puxei seu corpo para mais próximo ao meu,para não lhe dar torcicolo ou, era apenas uma desculpa para sentir o cheiro doce de seus cabelos.
ㅡ senti que algo não estava certo, então vi que faltava você lá.ㅡ acomodou-se rapidamente em meu ombro, e então sorriu timido. ㅡ no quê estava pensando?
Suspirei, de fato, nem eu sabia no que pensava. Eram tantas coisas, tantas dúvidas, tantos porém, tantos talvez. E lá vou eu, pensar nisso de novo.
ㅡ nem me lembro mais, acho que era tão besta que esqueci.ㅡ contei ao menor, que riu baixo.ㅡ me deu sede, quer um café ou água?
Ele disse que queria café, e sorri, mais uma coisa em comum que temos era o café. Sicheng contou que preferia pouco mais doce do que estava, então ri sem humor, ele gostava muito de coisas doces e infantis. Talvez por ainda ser uma criança, assustada e com medo do bicho papão que, diziam estar embaixo de sua cama. Sim, ele era esse tipo de pessoa,embora tenha uma aparência mais seria, o ele não se encaixava em um adolescente, ele era uma criança para mim.
Naquela madrugada, eu e ele. Ele e eu. Nós. Dois idiotas em uma varanda, tomando café e falando coisas tão bestas, coisas fúteis e banais, que para nós, machucavam quando ditas por alguem que não sentia nossa dor. Tanto que, quando ele tocou no assunto de máscaras, me senti aliviado em saber que a dele, era tão transparente quanto a capa do harry potter.
ㅡ sabe, esses dias eu estava assistindo um desenho. E vi que sem a capa, a Ravena é alguém feliz, e animado. Já com a capa, ela se exclue do mundo, se afasta e não liga para nada. Como se a capa dela, fosse a depressão que ela carrega. Tipo, pode parecer bem idiota, mas quando o ciborg colocou a capa, ele mudou a personalidade totalmente. Então, significa que ele sentiu a depressão da ravena. Compreende?ㅡ o chinês com a sua fala rápida e mãos agitadas contou, sorrindo enquanto falava algo trágico.
Ele estava certo, desenhos podem retratar personalidades e seus distúrbios. Nesse caso, ele foi bem observador, eu amei isso. Amei também quando ele riu no final, e se desculpou porque tinha falado muito rapido.
ㅡ foi um bom pensamento, eu fiquei chocado.ㅡexpliquei, levando a mão até a xícara de café, que já estava esfriando.ㅡ Embora eu não seja psicólogo, acho que você tem muito a dizer a um.
Ele apenas concordou com a cabeça, e voltou a deita-la em meu ombro. E assim passamos, o restante da madrugada falando sobre coisas sem sentido, coisas vagas e sem humor,que porventura rimos. Porque somos tão bobos, que até das mais banais coisas rimos, porque quando você esta dopado, independente do quê, tudo fica diferente. Eu estava dopado de café, e sicheng de sono. Sei disso porque ele cochilava ao meu lado, e tinha a fala lenta. E mesmo que ele tenha aguentado passar a madrugada acordado ao meu lado, foi algo que eu não vou conseguir esquecer. Ele foi compreensivo, e eu o compreendi. Ele foi o ouvinte, e eu o ouvi também. Não era tão comum isso comigo, eu não costumo me abrir como uma carta. Mas, mesmo que eu fosse uma carta, escrita pela letra mais corrida e vaga. Naquela hora, ele me leu com todas as palavras, fez a melhor interpretação de texto, que deixaria professores surpresos.
Ele, com sua voz calma e sonolenta, me disse com palavras suficientes e doces que eu estava certo em coisas, e errado em outras. Nos sorrimos quando tu me consolou, e tu riu quando fiquei rubro por conta de uma pergunta que havia me feito. Tu, é como estou me referindo a sicheng, um chines de um metro e setenta e oito, deitado com a cabeça em meu colo. Enquanto faço breves cachos com seus fios curtos e loiros, mas ele não se importa, porque esta no decimo quinto sono.
Embora ele esteja dormindo, eu vejo seu sorriso pequeno, eu consigo sentir que ele está feliz. Embora ele esteja longe, não literalmente, mas sim, liricamente. Ele parece distante, como em um lugar longe e distante, ele habita nesse momento. Em um monumento, que conexões são cortadas eu sinto tua respiração fraca contra meu braço. Eu sinto tua conexão fraquejar junto a minha, ele esta tentando se alienar a minha aura, mas o que o impede de fazer isso?
As emoções?
As pessoas?
Eu?Eu o impeço de me ajudar? Eu me impeço de me ajudar. Eu sou um impecilho.
Como se eu fosse uma porta no meio do corredor, e por ventura, tu tenhas perdido a chave. Como vais passar para o outro lado? Sendo que é por ali que tu tem que ir?
Eu consigo escutar a vossa voz dizendo " eu sempre teria uma chave reserva, não se preocupe." por quê tão preparado?.
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𝐋𝐎𝐒𝐒. [pausada]
Fanfic𝐘𝐔𝐖𝐈𝐍 - perda. Imerso na perda do namorado, Nakamoto cria uma jornada de aceitação. Onde ele aceita que o amado morreu e aceita que está mal, e como ele estava tentando de tudo para melhorar. Assim voltando ao japão, sua terra natal, onde conh...