missão desbloqueada.

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O japonês tinha o rosto banhado em lágrimas, o peito marejado de sangue e a mente abalada para sempre. Os últimos versos da tal carta foram os que o deixaram desta forma.

" não se esqueça, seja feliz e não volte atrás por nada. Eu, do fundo do coração, irei sempre te amar. De verdade."

A saudade de quem amava o consumiu, teus desejos e planos foram adiados por conta do vazio em teu peito. Estava tão acostumado a viver no calor de alguém, que se esqueceu como é de fato, esfriar. Esqueceu-se como voar sem medo de cair. Ele esqueceu-se como era ser feliz de verdade, e talvez, apenas um talvez, ele tenha desistido de à procurar.

" procure por sua felicidade, 'koi. Procure por ela. porque em todo o tempo que passamos juntos, eu a via em teus olhos ''

não irei buscar algo que não é relativamente real.-ditou sozinho, e Taeyong ao seu lado o questionou com um murmúrio.- não liga pra mim não, estou só cansado.

O tailandês ali presente bufou, já estava farto do amigo daquela forma. Sim, era deveras triste o ver se lamentando. Porém era cansativo — de sua parte — ter que o fazer parar de pensar assim.

ㅡ  Yuta hyung, não fale assim! A sua vida não foi tomada por tristeza, isso é baboseira. Tu só vai ser feliz, se querer. Basta querer.- falou o tailandês, se levantando do sofá e indo até a bancada da cozinha, pegando pouco de café.- aliás, teu café é muito bom. O que acha de abrir uma cafeteria?

Taeyong murmurou para que ele ficasse quieto, pois aquilo era mais do que querer, era poder. Ele queria ficar bem, queria ser feliz. Queria muitas coisas, mas como sempre disseram, querer não é poder. Yuta não podia esquecer-se do ex, nem de todo o tempo que passaram juntos. Era ainda mais difícil para o japonês, que teve tudo arrancado de si. Ele nem ao menos tem o apoio da família, esta que sempre desprezou o garoto, e este foi o motivo pelo qual ele saiu de casa. 

ㅡ Okay, eu parei.- falou Ten que se sentou ao lado de uma tomada, e conectou seu celular no carregador. Ele não ligava muito para as outras coisas, mas se pudesse ajudar, faria de tudo. Porém, Yuta não queria ajuda, ele queria uma solução logo de cara. Queria tudo de mão beijada. Sim, era muito difícil, mas não era impossível.

O mais velho acolhia o japonês em seus braços, de fato, o coreano se importava muito com o amigo, seja o caso pouco ou não. Tae nunca quis que isso acontecesse, queria o proteger como irmão. Cuidar e priva-lo da maldade do mundo, o Lee tentava fazer o possível pelo amigo, mas não foi escolhido por um bruxo bacana para fazer parte de Hogwarts.

ㅡ Olha, tá tudo bem. Vamos fazer algo que te anime, vamos? - sorriu Gentil encarando o mais novo, este que tinha os fios vermelhos bagunçados e o moletom todo torto em seu corpo.- vamos Yuta, eu não gosto de te ver assim. Quero ver um sorriso no teu rosto, mesmo que seja temporário.

Tem riu baixinho e o Lee lhe encarou, como se perguntasse o motivo, este que era simples .

ㅡ Sicheng 'tá vindo, ele logo logo vai dar um jeito no Yuta depressivo.- viu o coreano torcer o lábio e em seguida olhar para o mais alto, que parecia estar pensando.- ele é melhor que nós dois em concelhos pra gente estranha, vai por mim, aquele garoto deveria ser psicólogo.

O japonês revirou os olhos e levantou do sofá, caminhou até o banheiro sendo seguido pelo olhar curioso dos outros dois. Era muito irritante, ele estava triste e os dois ali presente brigavam por olhares. Estressante, irritante e chato. Nakamoto fechou a porta do banheiro e se sentou no chão, respirou fundo aliviado por finalmente ter paz. Ele precisava pensar, raciocinar e chorar. Não que ele tenha chorado pouco, pelo contrário. Mas, pensar sozinho doía. Doía porque era suas paranóias falando mais do que a realidade, mas eram melhores por causa do impacto que causavam na vida do mesmo.

Porque viver dói tanto?- ele perguntava a sua mente, que sempre tinha a resposta pronta.— Porque é se machucando, que você vive de verdade.

Fazia sentido, fazia muito sentido. 

ㅡ Primeiro eu tenho que me machucar para viver...- falou em vó alta, e levantou-se do tapete. O japonês olhou seu reflexo no espelhos, seus olhos estavam pouco avermelhados, as bochechas também e sobre sua cabeça aparecia " missão desbloqueada: procurar felicidade". - procurar algo que me faça feliz...algo ou alguém.

Respirou fundo e tocou seu rosto, ao mesmo tempo ele fechou os olhos imaginando qualquer coisa. E na hora, lembrou-se de Sicheng. Curiosamente o loiro veio a mente do maior, lembrou-se também da forma com que se beijaram no parque e novamente no sofá deste apartamento. E foi como um choque de realidade, ele não havia lembrado disso, não havia se dado conta. Estava tão confuso pensando sobre tantas coisa que por fim, nem ligou quando beijou o garoto.

Só que... Ao tocar seus lábios em um ato involuntário, ele pensou apenas em Sicheng, e em como ele mudou a sua perspectiva desde que acidentalmente apareceu na vida do japonês.

Ache sua felicidade

Estava meio óbvio, ele tinha que achar quem faria seu coração palpitar novamente. E Sicheng fazia isso, com seu sorriso pequeno e doce, com suas palavras bem escolhidas e inteligentes. Fazia isso com seus posicionamentos e opiniões, com seu gosto musical e voz. Ele deixava o japonês bobo com toques acidentais e até os propositais. Ele então detarancou a porta, e olhou para a porta da sala que estava aberta mostrando um rapaz pouco alto que aí, com madeixas aloiradas e óculos tortinhos em seu rosto, Sicheng chegou.

ㅡ Yuta hyung...- sorriu pequeno para o mais velho que foi ao seu encontro, o loiro abraço o japonês sentindo o mesmo lhe adornar a cintura.— está tudo bem? Eu estou aqui.- ditou baixinho, apenas esperando a resposta do mais velho.

ㅡ Só preciso que você fique aqui, só isso.- disse e por fim afundou teu rosto na curvatura do pescoço do mesmo, sentindo o cheiro masculino que empreguinava o nariz do mesmo.— fique aqui por favor.

𝐋𝐎𝐒𝐒. [pausada]Onde histórias criam vida. Descubra agora