DIAS DEPOIS
BALA
Bala: Coé preta. — estávamos na varanda, ela na rede e eu brincando com o Vinícius no chão.
Viviane: Fala, amor.
Bala: Tô pensando em agitar uma coisinha pra minha avó aqui, aniversário dela, sei que ela não curte, mas... O que que tu acha? Só o pessoal da família mesmo.
Viviane: Acho uma boa, ela precisa mesmo. Tô sentindo ela tão pra baixo de uns tempos pra cá, vai que ela dá uma animada.
Bala: Fechado, então. Queimar uma carne no domingo, porque sábado. Tu sabe como é, né? — demos risada.
A semana foi intensa, mas pelo menos passou rápido e eu consegui resolver o bagulho do churrasco pra minha coroa. Aliás, Viviane resolveu a maioria das coisas, já que ela é mil vezes mais desenrolada que eu pra isso.
Saí da loja na correria, passei na padaria pra comprar as paradas pro café, como de costume e meti o pé pra minha avó.
Dei minha suíte pro Lucas, moleque tava morando mó cota de favor na casa de uma prima da minha avó, sem necessidade. Fechou comigo, chegou junto e merece esse agrado.
Chegamos pro café, já dei logo um cheiro no meu filho, cumprimentei o pessoal e a Roberta tava lá.
De início, bagulho não foi maneiro não. Mas lembrei de tudo que venho aprendendo, de todas as paradas que eu já passei e resolvi dar meu papo, independente do que ela ia achar.
Bala: Roberta? — geral me olhou assustado. — Deixa eu trocar uma ideia contigo aí.
Na mesma hora ela levantou. Saímos pela porta dos fundos e fomos pro lado da horta da minha avó. Andei de um lado pro outro, coçando a cabeça, mó silêncio, ela me olhando sem entender nada, até que eu desenrolei.
Bala: Vou te dar a oportunidade de falar os bagulho que tu queria aquele dia. A hora é essa... — cruzei o braços e ela começou a falar.