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15 DIAS DEPOIS

Tenho tentando fazer minhas paradas sem que o pensamento de vingança me domine, mas é inevitável. Volta e meia, em horário de almoço, quando dá tempo, eu dou um pulo no Roberto, pra saber a quantas anda a situação.

Depois daquele dia da tortura, ele mandou deixar um dos moleques preso na salinha, tá de cárcere privado mesmo, até porque, ele é a nossa isca, é ele que vai trazer o Acerola pra cá.

To pensando em arrumar um jeito de tirar minha família do morro, no dia em que for acontecer, mas se eu bem conheço a mulher que eu casei, vai ser missão impossível.

Fechei a loja e subi pra minha velha, mó cota que não fico lá com eles. Aproveitar que a Viviane deixou o Vinicius lá e vou marcar um 10, pra matar a saudade.

Passei na padaria, comprei umas paradas pra fazer o café e dei de cara com a Anne no caixa. Fechei a cara e ela toda cheia de assunto. Não aprende não, né?

Anne: Como tá o casamento? — estava passando a última mercadoria.

Bala: Muito bem. Obrigada! Tu quer que eu chame a Viviane pra te contar com detalhes? Fica esperta não pra ver... — murchou o sorriso na hora, neguei com a cabeça, paguei e saí.

Cheguei na minha avó na maior felicidade, mas me jogaram um balde de água gelada, quando dei de cara com a Roberta brincando com o Vinícius e com a Daniela no chão da sala.

Bala: Vocês perde o limite, né? — falei ríspido. — Já falei que não quero meu filho envolvido com esse tipo de gente.

Marli: Deus te abençoe, Daniel. As coisas não são assim...

Bala: Pra mim, são. Eu não gosto do meu filho brincando com gente estranha, acho que nenhum pai gosta.

Neuza: Vem ca, Daniel. Vem me ajudar com o café.

Bala: Ah, qual foi, tia?! Já falei sobre essa parada com a minha avó pra mais de vez, ela pede pra eu me estressar.

Neuza: Deixa tua mãe falar contigo, conversar.

Bala: Minha mãe é dona Marli, fora isso, desconheço. Não tenho nada pra conversar com Roberta não, tá ligado? Quando eu quis conversar, quando quis que ela me desse moral, ela não podia. Agora quem não pode sou eu, e faz um favor pra mim? — eu falava sem parar. — Tira o Vinícius de lá, por favor. Antes que eu saia de lógica...

Minha tia me escutou e foi lá na sala, enquanto eu arrumava a mesa pro café. Ouvi mais ou menos a Roberta dizendo que ia embora, com voz de choro em seguida, a Viviane chegou.

Viviane: Boa tarde, gente! — falou toda feliz. — O que tá acontecendo aqui? Benção vó.

Marli: Seu marido. Deus te abençoe, minha filha.

Ouvi seu passos vindo pra cozinha.

Viviane: Oi mô. — me deu um selinho. — Qual é a ideia?

Bala: A de sempre. Não quero essa mulher perto do Vinicius. — permaneci da cara amarrada.

Viviane: Não tá na hora de deixar ela falar contigo não? E outra, ela não vai fazer nenhum mal pro Vini, vó Marli e tia Neuza estão de olho.

Bala: Deixar falar é o caralho. Pra vocês é muito fácil, não passaram por nada do que eu passei, po. Ai é mole! Vê se o Lucas, a Gabriela, o Bryan e o Callebe querem estar perto dela. Não sei porque ainda não meteu o pé daqui. — falei a última parte mais alto.

Roberta: Me perdoa, Daniel! — ela gritou da sala e deu pra perceber que ela tava chorando.

5O TONS 🔥 - LIVRO 2Onde histórias criam vida. Descubra agora