Os olhos brancos estavam fixos nos outros mais brancos ainda à sua frente. Numa cumplicidade e animação gritante que já estava fazendo Neji perder o apetite. Ou melhor, já perdera de vez o apetite, apenas mastigava e engolia no automático, sem querer fazer desfeita a senhora Kaori.
Então o assunto mais requerido chegou, fazendo Neji pegar um pouco mais pesado no hashi e entortá-lo, quase que quebrando.
— É uma pena que tenha já compromisso com alguém! Pois imagino que deva ter sido difícil a escolha do marido perfeito. Se é que ele existe. — O homem ergueu o copo recebendo o sorriso das irmãs e o desagrado da mãe.
— Não há motivos para intrometer-se na vida da menina Hyuuga. Não se preocupe. Meu filho é como cão, late demais. — Agora as risadas tomaram a mesa do almoço. E de certo Neji sorriu mesmo que internamente. — Hinata-san, me diga! É jovem demais para receber uma obrigação pesada como um clã. Como pretende com isso?
— Kaori-sama é muito gentil em observar isso, eu estou me esforçando muito. — Hinata bebericou a água e voltou a falar. — Claro que não vou dispensar a ajuda de algumas pessoas, principalmente a de meu primo.
— E seu marido vai gostar de ter um homem a ajudando? O homem que deve manter sua mulher e ajudar nos trabalhos. — Kayou levou mais um chamado da mãe e não pareceu se importar. Mesmo sabendo que ela, viúva, tomava conta de tudo, sentia que faltava mais vozes masculinas naquela casa. — E seu marido certamente não vai gostar que ver os olhares que seu simpático primo lança a cada segundo.
Hinata corou com a revelação e tentou mudar de assunto, quase que impossível. Neji mantinha a paciência, não via mais motivos para se aliar aquela família. Não pela senhora Kaori, que era digna de palmas por suportar um filho tão desagradável.
No final, a sobremesa desceu amarga na garganta de Neji. Pronto pra dizer que voltariam para Konoha logo, assim não teria mais desejo de sangue nas mãos. Uma chuva fraca iniciou, ainda dava para voltarem até a hospedaria, mas não passou um minuto e o céu pareceu desabar sobre aquela mansão.
Cansado dos paparicos das jovens, Neji subiu para um dos quarto indicados pela dona da casa, passariam a noite ali, mas não estava interessando em manter-se solícito todo o momento, era melhor se reclusar.
Sentiu por Hinata, que ficou nas mãos das garotas, conversas femininas deveria ser o que a prima precisava, mas, somente ao lembrar do desagradável Kayou, desejou descer e ver o que acontecia.
Procurou Hinata por todos os cantos e não achou, acreditou que fizera besteira ao se retirar e deixá-la sozinha. Até aliviar-se quando a encontrou sentada numa espreguiçadeira, segurando uma flor violeta nas mãos. Aproximou-se sem querer assustá-la.
— Está tudo bem?
— Sim.
Minutos em silencio, aqueles eram angustiantes demais para ambos, como se não tivessem mais assuntos que os ligassem ou que fosse besteira demais o que pensavam em falar. Ao mesmo tempo se viraram um para o outro e falaram:
— Hinata...
— Neji...
Neji acenou com a mão pedindo para que ela prosseguisse. Mas ao mesmo tempo Hinata fez o mesmo sinal. Então mais uma vez tentaram falar:
— Eu queria...
— Eu posso...
Neji sentou-se aos pés dela na espreguiçadeira, cruzando os braços e aguardando que ela começasse, houve então o silêncio constrangedor e voltaram a falar ao mesmo tempo. Dessa vez ambos sorriram, Hinata com a mão tampando os lábios e Neji de olhos fechados balançando a cabeça
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Shiro
Fanfiction(+18) Hinata e Neji encontraram um no outro uma chance para aprender o significado do amor verdadeiro. ** Personagens são de Masaki Kishimoto. - A história foi concluída em 2010. Mas eu decidi fazer um epílogo em 2016 para comemorar os 6 anos da his...