Shiro IX

651 82 27
                                    

Aquele era o primeiro ano que comemorariam a nova liderança do Clã Hyuuga. Agora, com seus completos vinte e dois anos, Hinata mal tinha tempo para viver algo fora de seu atual mundo; o de Líder. Problemas para resolver, reuniões sem fim, uma postura adequada diante de todos. Ali era sua nova vida.

Mesmo que o cansaço prevalecesse em seu corpo, ainda assim não deixava um sorriso sumir de seus lábios. Até ouvir seu pai ter ideias sobre seu futuro. Uma mulher não poderia assumir sozinha toda uma família importante como era aquela.

Ela fugia dessa conversa a cada vez que aparecia. Seja ela em reuniões ou em refeições dentro de casa. O trabalho não era assim tão difícil, somente deveria ter paciência com o conselho e sempre pensar bastante antes de dizer ou fazer algo.

Em Konoha, tudo parecia ainda melhor que antes. Hinata costumava caminhar algumas vezes pela Vila. Sentia falta de ter missões, sair com seu antigo time, coisa que agora era quase impossível de acontecer. Shino também vivia muito para seu clã, e Kiba agora era responsável por treinamentos de cães muito usados com os ninjas da ANBU.

Estava no seu quarto, escrevendo algo muito importante para uma reunião com membros da bouke. Era impossível não pensar em Neji. Era perigoso, pensar nele.

Sorriu terminando de escrever, e saiu do quarto. Caminhou pelo corredor, observando as folhas caírem das árvores, o vento forte tomou conta do lugar. Do outro lado do corredor, o homem destacado num kimono branco, impecável. Os cabelos soltos no vento e olhos firmes, seguiam em direção oposta à ela.

Pararam um ao lado do outro, ele numa reverencia respeitosa, e ela num sorriso tímido.

— Hinata-sama.

— Neji-kun.

Cumprimentaram-se formalmente, enquanto um grupo de jovens passavam pelo jardim, sorrindo e levando com eles uma euforia juvenil. Os dois se mantiveram um ao lado do outro, em sussurros e olhos voltados para qualquer lado que não fossem os do outro.

— Algo importante para essa noite? — Perguntou o Hyuuga cravando seus olhos brancos para um ponto inexiste no fim do corredor. O vento diminuía e os cabelos de ambos suavizavam nos ombros.

— Essa noite tenho algo muito importante para fazer. Já informei para não me incomodarem. — Lançou rapidamente um olhar para o primo. — Otousama estará fora por um dia. Retorna amanhã. — Confidenciou, dando alguns passos para frente.

— Já que Hinata-sama estará ocupada... — Respirou fundo, não precisava dizer mais nada ali. — Deixarei que repouse. Até mais.

Saiu da mesma forma que chegou, com o vento. Hinata seguiu seu caminho no oposto, mantendo o sorriso e o coração acelerado somente para si.

A noite chegou, e como havia informado antes, Hinata se recolheu mais cedo em seus aposentos. No outro dia seria a festa para comemoração de sua posse. Um ano. Até que passou rápido. Claro que teria sido mais cansativo sem a ajuda de alguém importante para ela.

Levou para o quarto também algumas frutas, talvez batesse uma fome no meio da noite. Tomou um banho e usou uma camisola mais fina para dormir. Já era quase meia noite quando apagou a luz da escrivaninha onde trabalhava, e acendeu uma vela perto do futon. De costas, pode sentir o cheiro tão conhecido penetrar seu quarto pela janela.

As mãos enérgicas seguravam sua cintura com força, desmanchando-se nos braços quentes que a acalentava. Beijando seu pescoço e vagarosamente virando-a de frente.

Abriu os olhos, fitando os brancos lhe devorarem ainda vestida. Mordeu o canto da boca, sorrindo maliciosa. Enfiando suas mãos por dentro do kimono impecável, abrindo-o com sutileza e rapidez. Fazia já quase quinze dias que não tinham uma noite a sós, juntos.

Em todo aquele ano, fora o maior tempo que ficou longe dos braços quentes de Neji.

Provocou-o mordiscando o peito já desnudo. Percorrendo com os dedos do peito até a virilha. Sendo carregada para o futon, enquanto era urgentemente despida. A camisola caía no chão, ambos já deitados, num beijo cheio de desejo e saudade.

Gemeu quando ele apertou seus seios, acariciando a pele alva e preciosa de sua escolhida. Não parava, continuava, queria mais. Beijava, lambia, sugava os seios, tateando com as mãos o restante do corpo.

Foi virado no futon pela própria Hinata, que sentou em seu colo, percorrendo o peito nu com a boca, alcançando depois a cintura até chegar ao sexo.

Abocanhou o pênis sem timidez. Não havia ali mais barreiras impostas, com ele, conseguia ser o que fosse ser. A tal paixão pareceu crescer. E foi inevitável não se deixar levar pelo amor que se transformava.

Neji segurou as mãos de Hinata, fazendo-a se erguer e sentar no seu colo. Ela escorregou fácil nele, apertando os olhos e as mãos, com os dedos entrelaçados. Os movimentos cadenciados, os sexos se chocando em cada encontro. Gemidos sendo contidos, desejos e declarações soltas em sussurros.

Amavam-se naquela noite, como em todas possível. Como em todas as noites que sentiam que já não poderiam mais suportar a ausência um do outro.

Os corpos em tremor, recebendo o choque arrebatador das consequências do prazer.

O corpo dela foi de encontro ao dele. Como sempre deveria ser. Os carinhos não acabavam, nunca estavam satisfeitos, desejavam sempre mais. As mãos de Neji corriam as costas de Hinata, a fazendo suspirar. Mexendo nos cabelos finos.

— Eu te amo. — Neji separou bem as sílabas, sussurrando no pé do ouvido dela.

— Eu também te amo. — Sorriu. — Para sempre.

A noite era sempre a fuga de suas vidas. Um dia aquela situação não poderia mais ser levada a diante. Um dia o amor poderia ser mais importante que o respeito pela família.

Hinata sonhava, sim como todas as mulheres ela também sonhava. Queria que seu amor fosse abençoado por todos e não visto com discórdia. Só queria poder mostra para todos que o amor pode nascer nas mais diversas situações.

Neji pedia paciência para ela, seriam dois contra todos. Talvez algumas pessoas fossem mesmo dar valor ao amor, mas duvidava que essas tivessem alguma voz ativa dentro do Distrito.

Mas a Hyuuga sabia que um dia não poderia mais esconder aquilo. Foi numa noite, após se amarem mais uma vez que ela revelou:

— Neji? Você faria tudo por mim? — Ele respondeu sem pensar, alisando seu rosto.

— Tudo.

— E por um filho? — Os olhos brancos tremeram como Hinata nunca viu antes. A mão dele interrompeu o carinho, e a vida pareceu parar no tempo. Aquele tempo que tentava compreender o que acontecia. — Por um filho, será que por ele você enfrentaria a família?

Neji demorou para responder. Fechou os olhos, Hinata sentiu medo nesse momento. Talvez colocasse tudo a perder. Mas recebeu então a resposta.

— Por um filho, por você... eu enfrento. — Abraçou-a com força.

Entre pensamentos cortados e o choro de Hinata, ele procurava a melhor maneira de falar para todos que a amava. Mas não pareceu assim tão difícil, pois a amava de verdade.

Beijou-a, acariciando então o ventre dela. É! Por um filho ele faria tudo.

ShiroOnde histórias criam vida. Descubra agora