Shiro XVIII

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"E vou me casar com você. Não apenas pelo nosso filho, mas sim porque eu estou certo de que não há outra pessoa que possa me fazer melhor do que você."

As palavras de Neji abalaram não somente os mai velhos do conselho que faziam cada qual um julgamento separado dos primos.

Mesmo sabendo que poderia criar um caso grande com tudo aquilo, Nana estava orgulhosa pelo filho, via nele a personificação do falecido esposo. Fechou os olhos, recordando-se do momento em que fizera o mesmo, anos atrás. O pedido de casamento, os burburinhos, e somente uma pessoa ao lado deles.

Nana olhou para Hiashi, um olhar cúmplice, a mesma coisa o homem pensava. No passado.

— O que está acontecendo Hiashi? Como deixou tudo isso passar despercebido por debaixo de seus olhos? Um absurdo. — O que falava era um dos homens mais velhos ali, um tio-avô de Hiashi. O mais respeitador das regras antigas. E o sobrinho-neto sabia que não haveria conversa ou retórica com o ancião. Preferiu deixar que ele falasse, e falasse, e falasse. Até que estivesse cansado ou sem voz. Seria mais fácil.

Diversos outro retrucaram, alguns poucos a favor ousava dar parabéns para os pais do casal.

— Hiryu-sama, os jovens de hoje são assim mesmo. Estão apressados para tudo. Se ambos desejam se casar, que faça o casamento. E que a criança nasça com saúde, nossos ancestrais irão abençoar essa união. — Keigo era o mais jovem do conselho, tentava quebrar algumas barreiras antigas, mas ainda era complicado. — Nossa querida Líder já tem idade o suficiente para saber o que está fazendo.

— Keigo-san, não acredito que vá compactuar com essa história absurda. Uma criança irá nascer no meio de tudo isso. E o que ela será? Da primeira ou da segunda família?

— Façamos uma terceira família então para os "mestiços". — Ironizou o homem, caminhando até Nana. — Parabéns! Seu filho puxou mesmo ao pai.

Ele sorriu, reverenciando a mulher. Neji não entendeu o porque daquele comentário. Hinata não sabia o que falar naquele momento.

— Senhores, por favor, façam silêncio. — A voz suave de Nana ecoou pela sala, fazendo todos se calarem. — Bem, pelo o que todos aqui sabem, o casamento não tem qualquer objeção. Eles são adultos, primos, da mesma forma que meu marido e eu éramos quando mais jovens e decidimos nos casar. Naquela época eu abri mão de tudo, da família principal, da minha vida como kunoichi, dos meus laços maternais, tudo porque tive um filho com alguém da família secundária. Posso me arrepender hoje de ter abdicado de certas coisas, mas ainda assim faria tudo igual se pudesse. Acho que devem muito ao meu marido, poderiam pagar a dívida ao filho dele.

— Do que etá falando okaasan? — Neji soltou por um instante as mãos frias de Hinata. Segurando então as de sua mãe.

— Meu filho, me perdoe, eu poderia ter brigado por você, mas não o fiz, achei que seria certo a esposa seguir o marido em qualquer situação. E eu segui seu pai. E todos nos deixaram em paz. E hoje tudo se repete, engraçado isso, mas parece que já está na hora de algo ser feito. Espero que dessa vez as coisas saiam mais fáceis.

Pouco a pouco, foram deixando a sala. Hyriu saiu resmungando das mudanças que ocorrem com o tempo.

— Essa até que foi fácil. — Keigo se aproximou de mãe e filho. — Mas eles vão fazer questão de perturbar vocês como fizeram com Hiashi e Nana. Não é minha querida?

— Ainda estou aqui para ajudar Keigo, assim como fiz com meu irmão. — Hiashi se aproximou. — Mas eu agradeço que esteja aqui. Um dia quem sabe, algumas coisas possam mudar.

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