Shiro XIV

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Os olhos estavam fracos, sonolenta e cansada. Os enjoos pareciam aumentar, mas ainda mantinha-se consciente. Hinata segurava firme a mão de seu companheiro.

Tsunade apareceu entre os corredores infinitos do hospital. Recebera a mensagem de Sakura assim que a paciente chegou. Era necessário manter a discrição naquele momento. Hinata não poderia ser alvo de fofocas na Vila, iria piorar sua situação. Estavam num quarto particular no último andar do hospital.

Neji teve que esperar do lado de fora do quarto, enquanto a Hokage examinava e coletava o necessário para exames. Tudo muito rápido.

A chegada de Hiashi não era surpresa para o Hyuuga, estava ali sentado na sala de espera, com as mãos inquietas, pensando a melhor forma de dizer tudo. Mas ainda era de vontade de Hinata ser ela mesma a contar para o pai.

— Onde esta minha filha? — Perguntou enérgico, fora complacente até demais com as loucuras da jovem. — Vou entrar no quarto.

— Não!

Neji se levantou, enfrentando-o. Informou o que Tsunade havia dito, era melhor esperar ali. Hanabi viu o clima mais tenso, somente pelo olhar do primo. Deixou os dois ali sozinhos, dizendo que procuraria na lanchonete algo para beberem e comerem.

O silêncio estava perturbador para ambos, sem notícias de Hinata, não havia nada para fazer, além de esperar.

A porta se abriu e no mesmo instante os homens se levantaram e rodearam a Godaime.

Yare. Se acalmem. Me deixe respirar. — Ela deixou os papéis nas mãos de Sakura, que seguiu direto para o laboratório do hospital. — Bem, Hinata já devia ter vindo aqui antes, não é nada bom manter-se enclausurada em casa nesse momento. Encaminhei alguns exames, vão ficar prontos até amanhã. Mas já diagnostiquei uma anemia leve, e também pressão baixa. Não é nada bom para o início gestacional.

Os olhos brancos de Hiashi enuviaram, a respiração falhou por alguns segundos, enquanto Tsunade falava sem preocupação a situação da Líder do Clã Hyuuga.

Neji estremeceu internamente, mas manteve sua pose, os olhos cravados na médica, mesmo sentindo o tio ao seu lado prestes a perder o controle.

— Repita por favor, Godaime-sama. O que minha filha tem?

Tsunade colocou os óculos de graus, coisa que Shizune fazia questão dela usar, leu um papel aleatório que estava em suas mãos, repetindo o que acabara de fazer, como se não fosse nada demais. Justamente, tomou essa posição para manter a tranquilidade. Sabia que era ainda um segredo, mas também sabia que Hiashi jamais aumentaria o tom em sua frente.

— A gravidez é recente, sete semanas mais ou menos, farei uma ultra sonografia para ter certeza. E a anemia foi causada pela falta de ferro, isso será tratado rápido. Não se preocupe. Preciso terminar o meu trabalho, acho que vocês tem muito o que conversar.

Ela sorriu, saindo do meio dos dois e voltando para dentro do quarto, logo depois Hanabi chegou com uma sacola de papel e algumas coisas para comer.

— Eu não achei aqueles bolinhos que o senhor gosta otousan, mas tem dango. Quer agora ou...

Ela parou de falar assim que percebeu o olhar fuzilante do pai para o primo.

— Hiashi-sama. Posso explicar.

— O que Neji? O que você tem para explicar? Por acaso sabia que a minha filha estava grávida e nada me disse? — A voz era mantida baixa, mas a imposição era tão dura quanto sempre fora. — Diga!

— Sim, eu sabia sim.

— E não me disse! — Hisashi respirou fundo de olhos fechados, continuando —, Hanabi?

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