Após examinar Hinata, Sakura pode tranquilizar os outros. No quarto estava apenas Hanabi, que não saia do lado da irmã, segurando a mão dela, dizendo palavras de conforto.
Hinata estava consciente, mesmo que preferisse algo para dormir um pouco mais. Arrumando as coisas na maleta, Sakura estava um pouco insegura em poder dizer tudo na frente da irmã de Hinata, mas a própria resolveu iniciar a conversa.
— Como eu estou? Vamos ficar bem? — Hinata olhou a médica, nem lembrando-se mais daquela inveja que sentia da Haruno no passado. — Pode falar.
— Foi apenas uma queda de pressão, você passou por algum nervoso? Ou alguma situação cansativa? Acontece, mas não pode acontecer sempre. — Sakura procurou no meio de suas coisas, mas não achou o que queria. — Eu não costumo andar comigo, mas tenho um remédio para enjoos, acho que logo vai precisar. E também fiz uma lista de coisas para você se alimentar melhor. É importante nesse período. Posso pedir pra shishou examinar você, eu não tenho muita experiência nesses casos.
Hanabi até tentou entender o que estava acontecendo ali, mas tudo o que Sakura dizia a fazia ir ao ponto zero.
— Do que você está falando? Porque minha nee-chan vai ganhar peso? Ela está tão mal pra usar vitaminas?
— Hanabi... — A Haruno viu o olhar cúmplice das irmãs, deixou que Hinata contasse o que acontecia.
— Eu queria ter contado antes para você, mas soube faz pouco tempo. Me desculpa esconder isso de você. — Hinata sentou-se na cama, sem dificuldade, assustando a irmã.
— Por Kami-sama! Diz logo o que foi.
— Eu estou grávida. — Foi num sussurro que Hinata revelou, se quisesse enfrentar o pai e o conselho deveria treinar mais aquela frase, e em voz alta. Enquanto Hanabi processava a novidade, Hinata juntava forças e dizia agora o nome do pai da criança. — Antes que pense mal de mim, eu não me arrependo de nada. Nem Neji.
— Neji... — A mais nova pôs a mão na boca, surpresa demais com tudo aquilo. — Você e Neji! Mas, como é possível? Vocês dois... são tão... gomen nee-chan, mas é bem complicado de entender. Nunca imaginei... — Algumas lembranças vieram a mente de Hanabi. — Por isso vocês andam sempre com o mesmo cheiro. Tomam banho juntos.
— Hanabi! — A Líder chamou a atenção da irmã, enquanto no fundo Sakura segurava o sorriso que Hanabi não controlava.
— Quem diria. Agora tudo faz sentido. Ele parecia sempre saber quando você acordava, e vinha na cozinha pedido para que levasse algo pra você comer. Neji sempre chegava de missão, mas sumia e eu só o via um dia depois. Eu achei que ele... — Parou de falar, não querendo magoar a irmã.
— Eu sei que é estranho. Mas aconteceu. — Hinata avermelhou-se. — Eu só tenho medo pelo meu filho.
— Nee-chan, você é a líder, o que podem fazer com você?
— Hanabi, é como se não vivesse aqui e não soubesse como são os Hyuuga. Uma souke e um bouke. O que vão querer? Meu filho, uma mistura dos dois? Uma aberração aos olhos dos mais velhos. Eu não quero isso para ele. Me prometa que não vai falar nada. Preciso conversar com otousan antes. Neji quer enfrentar todos, mas eu sei que não pode ser assim tão depressa. Precisamos pensar.
— Hinata... — Sakura se intrometeu, aproximando-se. — Não há nada que eu possa fazer? Qualquer coisa. Pode ter certeza que não somente eu vou estar do seu lado, mas todos os nossos amigos.
— Obrigada Sakura. Mas essa briga é de família, ninguém pode fazer nada.
— Nee-chan. Sinto muito, eu vou ficar caladinha, e esperar você decidir alguma coisa. Prometo. — Hanabi a abraçou. Soltando logo em seguida quando o pai delas entrou no quarto.
A preocupação com a filha mais velha era evidente. Hiashi fora tranquilizado por Sakura que o informou ser apenas um mal estar. Repouso era o que Hinata mais precisava.
Neji veio logo depois, levando Sakura para fora. Acompanhou ela até a saída do distrito e lá pode conversar melhor.
Também fora tranquilizado pela Haruno, e recebeu dela uma lista de coisas necessária, como vitaminas e remédios de enjoo. Achou melhor entregar nas mãos de Neji, do que fazer isso na presença do pai de Hinata.
— Arigatou. — Sakura foi embora, fazendo o Hyuuga acreditar que ela manteria a história em silêncio.
白
A manhã mal chegou e Hinata estava no banheiro, segurando-se na parede a cada intervalo dos enjoos. Não imaginou que seria tão difícil assim o começo. Como poderia pensar em algo assim, se nunca passou por isso antes.
Hanabi corria para o quarto da irmã a cada barulho. E proibia a entrada de qualquer pessoa ali. Até mesmo da empregada mais confiável.
Hiashi manteve a paciência até um certo ponto. Imaginou que um descanso de uma semana seria o suficiente para a filha melhorar, mas nada aconteceu, ela somente piorava. Imaginou todo o tipo de doença, e afastou-as uma a uma de sua cabeça, não pensando no pior. Mesmo que Hinata se recusasse a ser atendida por um médico do Clã, Hiashi chamou a mulher que sempre cuidou de suas filhas, desde o nascimento.
Fora inútil, a Líder, como uma menina mimada se trancou no quarto não deixando ninguém entrar. Poderiam com facilidade tirá-la de lá, a força mesmo, mas os princípios e respeito vinham em primeiro lugar, a força nem sempre era usada. Ainda mais num clã de pessoas tão poderosas.
— Neji. — O Hyuuga mais velho chamou, impaciente, nervoso, cansado daquela situação toda. — Faça Hinata sair daquele quarto. Avise ela que se não sair, eu a tirarei de lá. E dessa vez não vai ter compaixão. Eu ainda sou o pai dela, e me deve obediência.
— Sim, senhor. — Neji estava aflito também, mas pouco se via no seu semblante. Pedira também diversas vezes para Hinata sair e ir ao médico, poderia chamar Sakura novamente, mas era como falar com a parede. Hinata estava irredutível. — Farei o que puder.
Sentia-se totalmente culpado por aquilo. Sabia que Hinata temia os conselheiros, não queria revelar a gravidez logo no começo. Tentava tranquilizá-la por detrás da porta, mas não adiantava.
Chegou perto do quarto e bateu algumas vezes na porta, pedindo para entrar. Hanabi abriu a porta com cuidado, dizendo que a irmã não queria ver ninguém, mas após Neji avisar o que Hiashi disse, ela pensou melhor.
— Neji-nee-san, não podemos falar nada agora, eles podem faze-la perder o bebê.
— Não diga besteiras Hanabi, ninguém vai matar meu filho, não antes de eu matar quem tentar. — Ele empurrou a porta, e viu Hinata deitada no futon, choramingando. — Para com isso. É uma ordem agora. Vou te levar para o hospital, e lá mesmo irei contar para todos o que está acontecendo.
— Não! Onegai, Neji, se você me ama não faça isso comigo, por Kami-sama, eu imploro. Quero ter meu filho longe de tudo isso.
— Hinata, não seja teimosa, é uma vida aí dentro de você, o nosso filho! Eu não vou permitir que você o maltrate. — Ela chorava compulsivamente, enquanto Neji ordenava Hanabi arrumar alguma mala com roupas para Hinata. Pegou-a no colo e a apertou contra seu peito. — Eu prometi que nada de mal iria acontecer com você. Eu sou um homem de palavra.
— Onegai, cuida de mim. — Ela segurou forte nos ombros de Neji, afundando a cabeça no peito dele.
Saíram do quarto, passando por todo o distrito rapidamente, Hanabi logo atrás, tentou segurar os curiosos, e seu pai.
— Otousan, ele vai levá-la no médico. Vamos ficar na espera.
— Eu vou também Hanabi, a filha é minha que eu saiba. Neji pode ter conseguido tirá-la de lá, mas eu ainda sou o responsável por ela.
O homem saiu pisando firme em direção ao hospital, tendo a filha mais nova ao seu encalço.
***
Na época que escrevi essa história em 2009 eu estava grávida da minha filha. Então as notas dos capítulos na publicação original no site Nyah Fanfiction são em sua maioria voltados para essa fase. O que refletiu na história meu humor da época kkkA maioria dos avisos são de que eu estava com sono e preguiça de escrever kkkk
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Shiro
Fanfiction(+18) Hinata e Neji encontraram um no outro uma chance para aprender o significado do amor verdadeiro. ** Personagens são de Masaki Kishimoto. - A história foi concluída em 2010. Mas eu decidi fazer um epílogo em 2016 para comemorar os 6 anos da his...