Vocação

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Então gente, é a minha primeira fanfic serquel, espero que vocês gostem da vibe dela. Ela será contada mais pela visão de Raquel, mas também farei a visão do Sérgio e talvez as vezes em terceira pessoa também. Preciso adiantar algumas coisas. A história vai lidar com temas pesados e que pode ser perturbadores para algumas pessoas. Então para evitar gatilhos ou até decepções: a história conterá machismo, estupro, alcoolismo, drogas, prostituição, muita violência, morte, cenas pesadas e descritivas de morte. Também terá cenas de sexo explícitas, as vezes um pouco mais selvagem ou "violento" consentido. Então se algum dos assuntos abordados incomodar alguém em maior ou menor grau, aconselho que não acompanhe a história. Estou fazendo uma playslist para a história e vou deixá-la aqui para vcs sentirem a vibe dela, talvez a divida em duas depois, enfim...No mais, espero que gostem, sintam-se a vontade para fazer críticas construtivas e elogios. Divirtam-se!!

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Raquel

O silêncio já estava se fazendo incômodo naquele ambiente, coisa que não era comum de ocorrer entre eu e Alícia. A ruiva contraria toda e qualquer reação de uma pessoa normal ao ouvir minha notícia e simplesmente demora um pouco com os olhos no meu mas se vira de volta para a televisão, mesmo com cara de quem não está prestando atenção em nada da série. Eu já me preparei para o que ela poderia dizer sobre o que lhe disse, mas Alícia é imprevisível e já está levemente afetada pelo álcool. No entanto, independente do que ela me dissesse, eu apenas queria ouví-la porque ela era, sem dramas, a única pessoa que eu tinha no mundo inteiro.

— E a quê vem isso agora? — Respondeu sem voltar o olhar novamente para mim e pegando com as mãos cegas no balde de pipoca, enchendo novamente a boca.

— A tudo Ali...Eu não quero mais essa vida pra mim. Na verdade eu nunca quis, Ali. Me diz você? Você escolheu? Você sonhava em ser assassina?

Vi Alícia desviar o olhar da tela para o tapete da sala, me senti um pouco culpada porque fiz ela lembrar de como entrou naquele mundo. Sei que assim como eu ela também teve uma história de vida difícil e que também foi coagida a fazer o que faz até que nos vimos aonde estamos.

— Não sei...Nunca gostei muito de homens fora da cama, então matá-los nunca me custou tanto — deu de ombros irônica e voltou o olhar pra mim enquanto pegava pipoca novamente.

Gargalhei com o deboche da minha amiga e inclinei minha cabeça a olhando com ternura. Eu não tinha a mínima ideia do que faria da minha vida fora da máfia mas, se saísse da Espanha - o que era bastante provável- sentiria demais a falta dessa ruiva sarcástica.

— Quel... Você sabe que o Prieto Não vai te deixar sair, né? A gente sabe que ele não admite porque é um machista de merda, mas você é a melhor que ele tem! Ele não vai gostar desse papo, e você vai estar arriscando a confiança dele, pelo menos é isso o que ele vai pensar de você Quel! Você sabe como as coisas funcionam...

— Eu não posso mais Alícia. Não posso mais fazer parte disso. Eu quero ter uma vida, Ali! Eu não posso ter ninguém na minha vida, eu não posso fazer o que me dê na telha, não posso nada! Me sinto sufocada e vazia, Ali! O Fábio...— Pausei um pouco quando senti meus olhos marearem, Alícia levou a mão até meu ombro — O Fábio era tudo o que eu tinha e...eu não tenho mais nada a perder Ali, só sinto que eu não consigo mais fazer isso! Isso é uma prisão! Eu quero ter uma vida normal!

My fatal paradiseOnde histórias criam vida. Descubra agora