Capítulo XXV - Mathew

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Mas que maldição era aquela!?

Eu sei que é errado comparar Sidney com Jane, mas eu simplesmente não conseguia evitar, como aconteceu naquele momento.

Eu estava pensando em como eu me virava do avesso para ficar pelo menos alguns minutos ao lado de Jane, só naquele momento eu pude perceber o quão era difícil eu passar um tempo perto dela. Mas, com Sidney, eu não precisava fazer absolutamente nada. Era como se estivéssemos em um labirinto sem saída; mesmo que nos afastássemos de vez em quando, sempre acabávamos nos encontrando, como se atraídos um pelo outro.

Sidney parecia se materializar magicamente na minha frente nos momentos mais inesperados, mas percebi, com um meneio de cabeça, que eu sempre estou esperando por ela. Espero que sua silhueta apareça para mim a cada curva no corredor. Que eu tenha um vislumbre de seus lindos cabelos com cada pessoa que passa ao meu lado. Ou até mesmo que possa escutar sua risada com qualquer uma das vozes que minha mente capta. Meus olhos viam o sorriso de Sidney. Meus ouvidos escutavam sua voz. E minha narinas sentiam seu maravilhoso perfume que lembrava o mar. Eram sensações maravilhosas, mas que estavam começando a me deixar louco de pedra.

Era isso. Eu estava louco, pensei enquanto encarava Sidney de soslaio no elevador.

Seu cheiro parecia infestar todo aquela pequeno espaço, e eu estava quase me contorcendo para sair de lá antes que uma vontade estranha me fizesse afundar meu rosto nos cabelos de Sidney e respirar ali profundamente, sentindo seu perfume…

“Mathew?” Escutei uma voz doce chamar meu nome, abri os olhos, eu nem percebi que os tinha fechado.

“Sim?” Falei, percebendo que meu nome saíra dos lábios de Sidney.

Eu adorei a sensação de escutar meu nome sair de sua boca, e eu queria mais.

“Você está bem?” Ela perguntou. Me empertiguei e ajustei o colarinho de minha camiseta.

“Estou, obrigado.”

“Parecia que ia… não sei, desmaiar.” Ela falou.

Desmaiar com aquele cheiro magnífico que me envolvia.

“Por que você está corando?” Sam perguntou, ao meu lado. Dei um passo para longe dele.

“Não estou.”

“Está, sim.” Ele falou e se aproximou mais. “Veja! Está com as bochechas rosadas!”

Deus deve ter se apiedado de mim, pois antes que minha irresponsabilidade falasse mais alto e eu decidisse dar um peteleco em Sam, as portas do elevador se abriram e eu saí daquela espaço apertado rapidamente, grato pelo cheiroso ar do térreo. Não cheiroso como Sidney, mas… ora, mas que diabos, pare de pensar no cheiro dela, seu pervertido doente.

Meneei a cabeça com força, tentando expelir aqueles pensamentos que poderiam ficar perigosamente sórdidos.

Ao chegarmos no salão de recepção, fomos recebidos pelo brilhante sorriso habitual de Fabrício, que se dignou a dar um boa tarde acalorado para todos nós.

Não reprimi um sorriso melancólico, subitamente sentindo uma onda de emoções, ao me lembrar de Barry e Jacob. Eu não falava com eles a um tempo, e percebi que uma saudade estava agradava com força em meu peito. Céus, eu até sentia saudade daqueles sorrisos debochados de ambos que outrora me faziam querer estragulá-los! Afeição ao próximo realmente deixa o ser humano biruta.

Sidney deu um espirro ao meu lado, mas quando abri a boca para desejar saúde, Samuel foi mais rápido.

“Obrigada.” Sidney falou, com um sorrisinho.

Cartas Para Alex : O Litoral Do Sol PoenteOnde histórias criam vida. Descubra agora