CAP. 14 - ESTOU COM MEDO

9 4 0
                                    


  Eu acordei desesperada de madrugada porque o Tob começou a vomitar, estou realmente ficando preocupada, bem que nos últimos dois dias eu achei ele bem triste…
   Eu disse para o meu pai, como era de madrugada, ele deu um remédio para o Tob, mas acho que não vai adiantar muito. Eu vou tomar banho e me arrumar para ir pra escola agora, mas eu já liguei para o veterinário marcar um horário pra quando eu chegar, a gente levar ele.

Ainda por cima, hoje eu tenho um trabalho super importante de artes para APRESENTAR, eu não sei se vou conseguir lembrar das falas, a única coisa que me vêm na cabeça é o Tob doente. Pior é que não tem como eu apresentar esse trabalho outro dia, se eu faltasse hoje, eu ficaria sem nota no trabalho mais importante do semestre de artes… eu só queria ficar o tempo todo cuidando do Tob por enquanto.

Fui para escola e depois de algumas horas:

   Eu… não sei como escrever, nem estou conseguindo enxergar direito de tanto chorar, mas eu vou explicar direito o que aconteceu. Tudo começou quando eu estava terminando de apresentar o trabalho de artes que eu tinha falado antes, meu tomphone começou tocar e eu fiquei sem reação. A coordenadora passou pela minha sala exatamente nessa hora, mas parece que eu sabia que algo de ruim tinha acontecido. Peguei meu celular sem nem pensar duas vezes e quando vi, tinha mais de 50 mensagens do meu pai e uma ligação perdida. O tomphone tocou de novo e eu saí correndo da sala de aula direto para o corredor. Meu pai estava ligando desesperado e contou que o Tob estava pior que antes, ele não tinha saído do lugar o dia todo e estava com uma cara deprimente o tempo inteiro. Na mesma hora que meu pai estava me ligando, ele já estava no carro indo para o veterinário mais rápido que todos os super heróis do mundo. A minha ficha não caiu direito ainda, só lembro que eu entrei na sala de novo, peguei minha mochila e pedi para a professora se eu podia sair, ela nem precisou responder, saí e corri atrás da saída, que claramente estava fechada. Esperei uns cinco minutos até o guarda autorizar para eu poder sair. Lembro de quando cheguei em casa, só joguei minha mochila no jardim e fui para a casa da Rai, minha vizinha que já estava preparada para virar a motorista de fuga desde que meu pai ligou para ela pedindo para me levar. Então entrei no carro e ela me levou até o veterinário.

E é onde estou.

   Meu pai acabou de sair do consultório:
 
    
   — o Dr. Mit disse que ele provavelmente está com um tipo de bactéria muito rara e depois de fazer alguns exames ele terá que fazer uma cirurgia. Já que é algo bem raro, essa cirurgia seria bem demorada.

Ele também disse para eu ir para casa, que ele mesmo ficaria o tempo todo alí com o Tob, mas eu acho que não conseguiria descansar com tudo que está acontecendo. Eu realmente não sei o que eu faço… não posso perder meu melhor amigo, sempre estava ao meu lado desde meus seis niyers. Me lembro como se fosse hoje, o Ken chegando com o papai e uma caixa enorme verde com um laço gigante rosa, dentro dela tinha a coisa mais pequena e fofa do mundo, o Tob, parecia mais uma bola de pelo com um dois olhos.

DIÁRIO DE UM MUNDO VIZINHO Onde histórias criam vida. Descubra agora