Capítulo 21 - Meu Incrível Pai

177 25 0
                                    

P.O.V America


– O que mais você aprendeu? – pergunta meu pai.

Ele podia não ter nenhum traço, nem o mais longínquo laço genético com os deuses gregos, mas, se fosse o caso, ele certamente seria parente de Atena... era tão estudioso, apesar de tudo. Mesmo trabalhando bastante e estando quase sempre cansado, papai sempre se esforçava para nos ajudar com a lição e depois ainda tirava um pouco de seu tempo para estudar ele mesmo Zeus sabe o que em seu escritório. Além, é claro, da pintura que ele tanto amava, mas como isso era mais ligado a Apolo, então eu ignorava.

Às vezes eu me sentia triste pelo meu pai, acho que ele abandonou seus sonhos e seus dons por nós, pela nossa família, pela praticidade do dia-a-dia. Eu vejo suas pinturas e sei que ele poderia ter ganhado muito com elas, mas, ao invés disso, é só um hobbie. Era um sonho que se perdera em vista da triste realidade... isso só me fazia amar mais papai.

Passo meu braço pelo dele, ainda desacostumada com seu terno. Mesmo que papai fosse todos os dias trabalhar de terno, ele sempre o tirava assim que chegava em casa. De qualquer forma, seu terno qualquer de ir trabalhar era muito diferente daquele, que era chique e feito sob medida.

Ele parecia jovem e bonitão naquelas roupas chiques. Estava até mais alto.

– Acho que já lhe contei tudo o que ensinaram sobre a nossa história.

– Mas foi só isso? – Ele parecia quase decepcionado.

Fiz que sim com a cabeça, chateada em desapontá-lo.

– Você viu muito os Olimpianos nesse seu tempo de estadia aqui? Soube de pelo menos duas visitas.

Olho para ele, tanto encabulada por ele ter tocado no assunto, quanto chocada por ele saber.

– Você sabe, andam enviando do Acampamento, todo mês uma nova edição da revista Afrodite. Ela nos mantêm informados.

Eu sorri. Já deveria saber.

– Você... – Ele parece desconfortável. – Você viu Apolo?

– Pai...

– Você sabe que pode me responder isso, não é? Sabe que eu não vou ficar chateado.

Eu sabia que ele ficaria, mas, mesmo assim, senti-me obrigada a contar-lhe a verdade.

– Sim. Algumas vezes. Mais do que gostaria, na verdade – asseguro.

Não estava a fim de discutir esse assunto com meu pai; sabia que ele ficaria chateado. Ele deveria se sentir mal por Apolo, aquele pai de meia tigela, ter acesso 24h por dia a mim e esta ter sido a primeira vez que ele me viu desde o começo do verão. Eu não tirava a sua razão. Mas aquela era uma visita alegre e não queria desperdiçá-la em conversas sobre coisas que não poderíamos mudar.

– Sabe – começo, mudando bruscamente de assunto. –, a maior parte das aulas é de etiqueta. Temos estudado um pouco mais de mitologia agora. Acho que em breve vamos usá-la para alguma coisa. Eles estão forçando bastante a matéria. Bem, vai ser útil para as garotas que ficarem, em todo o caso.

– Ficar?

– Acontece que uma das garotas voltará para casa com a família. Maxon e Asher devem eliminar alguém depois de conhecer todos os pais.

– Você não parece muito feliz com isso. Acha que eles vão mandar você para casa?

Dou de ombros.

– Vamos, filha. A essa altura você já deve saber se algum deles gosta de você ou não. Se gosta, você não tem com que se preocupar. Se não gosta, por que vai querer ficar?

A Elite - A Seleção Semideusa - Segunda TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora