Capítulo 06

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Jack olhou-se no espelho enquanto ajeitava o cano alto da bota. Mal consegui esperar pelo jantar. Ainda que não fosse pelo imenso desejo que ela lhe despertava, não podia permitir que uma mulher bonita e sagaz como sua pequena sereia se unisse, em um vínculo eterno e infernal como o matrimônio, a um palerma como Justin Wallingford, cujo maior talento era pisar nos pés da noiva quando dançava com ela.

Quanto mais tempo passava junto de sua "hóspede", mas se encantava e se intrigava com ela. Pena que a sereia, além de inteligente e culta, fosse também uma romântica que acreditava piamente no amor. De sua parte, ele não tinha porque se sentir culpado: não mentira a Lori nem a iludira com ideias românticas. Ela sabia que sua intenção era seduzi-la, isso ficará bem explicado, assim ambos jogavam de igual para igual.

Batidas a porta do camarote inter- romperam- lhe os pensamentos.

- Entre.

Era Tarik, avisando de que o jantar estava pronto e perguntando se poderia ir buscar agora . Jack disse que sim, agradeceu e pois se ajeitar as mangas da camisa. À noite estava perfeita. Agora só lhe faltava ter Lorelei Dupree nos braços.

Enquanto que corria, as costas de tariq, a curta distância que separava a sua cabine do salão de refeição do pirata, não conseguia deixar de imaginar se os cristões do século 4, quando levados arena onde seriam devorados pelos leões teriam se sentir exatamente como ela sentia-se naquele instante.

Lembrando-se de que seu pai sempre enfatizara a importância de confrontar o medo e enfrentar as desses desafios, Lori cuidou de  manter a acalma. Jack não iria obrigar a nada, isso ele deixará Claro, desse modo, se o pirata mantivesse sua palavra, ela teria como controlar qualquer situação.

Tinha de reconhecer: fazê-lo se apaixonasse por ela não era tarefa das mais fáceis. Mas se conseguir aquilo sempre reticente Justin a pedisse em casamento, então deixar a Jack de joelhos não devia ser nada do outro mundo.

Tarik abriu a porta para ela.

Lori entrou no salão, mais se deteve pouco além da soleira. A iluminação suave dos candelabros se refletiu no polimento das cadeiras altas e da mesa de jantar, arrumada com pratos de fina porcelana sobre uma toalha em discreto Amarelo. Vinda das escotilhas abertas, uma música suave espalhavam-se pelo recinto. O delicioso aroma de prato assado e abóbora fez Lori sentir água na boca.

Um ambiente perfeito para a sedução.

Por certo, era assim que o pirata pensava. Pois ele não perdia por esperar.

Jack saiu das sombras para colocar se a esquerda dela. Levou alguns instantes para que Lori  o reconhe- cesse. Ele estava novamente vestido com um traje todo negro e muito elegante; sob a casaca de corte impecável, uma camisa mais branca que ela já vira e um colete bege.

No mesmo instante, Lori recordou-se do requinte aristocrático do conde búlgaro. Agora, porém, sabia quem de fato se ocultava sobre toda aquele verniz. Mesmo assim, o perfume de sândalo que emanava da pele dele a deixava estonteada... Ela tratou de se recompor.

- Você colocou o vestido azul- ele murmurou. - Não pensei que fosse atender ao meu pedido.

Lembrando-se do jogo que jogava, Lori sorriu com modéstia e passou as mãos pelos bordados sobre o corpete.

- Um pedido tão singelo... Porque eu não haveria de atender?

Jack ergueu uma sobrancelha.

- Se não se importar em atender a pedido singelas, Será que posso segurar sua mão?

- Com que propósito? - No mesmo instante, percebeu que havia exagerado no Tom e estendeu-lhe o braço.

A proteção da luva não a impediu de sentir o calor que desprendia da mão que segurava a sua com firmeza e suavidade ao mesmo tempo. Quase enlevada, Lori viu o pirata levar seus dedos até os lábios dele para cobrir-los com um beijo castro.

Coração PirataOnde histórias criam vida. Descubra agora