- O Reino continua lindo aqui de cima, não é mesmo? - Autor, a entidade mística agora em forma humana diz, convidando Regina a caminhar até a beira de um alto desfiladeiro.
- Como viemos parar aqui? - A princesa questiona um tanto desorientada ao andar.
- E que pergaminho é este?- Criança. - o ser misterioso diz sorrindo, enquanto a luz dourada do sol alumia as mais altas torres do palácio real, refletindo nos grandes lagos ao redor do reino e clareando um grandioso mar de nuvens que se estende até onde a vista alcança. - Sugiro que vá se acostumando. Isso foi um mero teletransporte.
- Tele... O quê? - Regina redargue, aproximando-se de seu interlocutor, porém é interrompida:
- Explicações depois, minha jovem! - Autor diz estendendo a mão direita para a princesa, quando o pergaminho desaparece das mãos dela e surge entre os dedos dele. - Deixe isto comigo, por enquanto, está bem?
- Está bem... - A princesa responde, deparando-se com as grandeza e beleza da paisagem encantadora que agora contempla:
- De fato, continua belíssimo.
- Todavia... - Autor retomou a palavra enquanto ambos contemplavam o horizonte. - Desejas descobrir quem são e onde estão teus inimigos, não é verdade?
- Sim. - Regina afirma inflando o peito. - Os inimigos de meus pais e o verdadeiro mal que assola este reino há muito tempo.
- Venha comigo! - Autor, ainda naquela forma de um homem caucasiano, com olhos esmeraldinos, uma farta barba cerrada e vestindo uma enorme capa verde que se move mais devagar que o próprio vento ao seu redor diz estendendo sua mão direita para Regina:
- A verdade a aguarda, para enfim libertá-la.
Instantes depois, num beco escuro, onde há um longo corredor escrito que dá no meio duma grande praça cheia de comerciantes e transeuntes de semblantes tristes...
Incontáveis grãos de areia surgem no ar juntando-se, e construíndo duas silhuetas humanas que logo tornam-se uma velhinha de longos cabelos brancos e um garotinho sorridente. Ambos vestindo roupas de camponeses um tanto amarrotadas com cores que lembra as mesmas vestes de Regina e Autor.
- Por que assumimos esta forma? - A princesa pergunta intrigada e Autor explica:
- Um disfarçe propício, para que percebais a verdadeira face do opróbrio que há muito domina este lugar, desde antes da morte de seu pai.
- Há muito? - Regina indaga atônita. - Mas fazem poucas horas que entrei naquele espelho fugindo dos magos, e... Como assim antes da morte de meu pai?
- Porque em nome da expansão do império de Reino Encantado, seu pai a enviou para detruir apenas reinos omde habitavam seres míticos ou mágicos, por exemplo, Tão Tão Distante?
- Porque eram nossos inimigos, Autor. Eles... - Regina diz ainda mais confusa, quando é interrompida:
- Seu pai seguia os conselhos de quem para deflagar estas guerras, apenas contra seres mágicos, Regina?
- Maldição! Urgannus, é claro! Ele manipulou meu pai, todo este tempo!
- Enfim, a verdade! - Autor diz fitando-lhe o rosto cortado por algumas lágrimas que ela tenta esconder enquanto sussurra:
- Fazes ideia de quanto sanguw inocente posso ter em minhas mãos?
- Nada que não possa ser consertado ou remediado dalguma forma. - Autor replica e acrescenta:
- Permita-me lembrá-la de que avançamos décadas à frente daquele momento, minha cara.
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[ UDG/F2 ] ORIGENS. Antes do "Espelho, Espelho Meu"
RomancePorque ser apenas a "Mais Bela" quando se pode ser a "Mais Poderosa?" " Forçada a fugir de inimigos que fazem parte duma terrível tramóia para usurpar seu reino, uma jovem princesa orfã encontra um estranho espelho mágico, através do qual atravessa...