Este é o mundo que eu refiz com a minha terrível misericórdia.” — A Menina Mais Fria de Coldtown
Bianca chora, as lágrimas em seus olhos fazem contraste no sangue que mancha o seu rosto.— Ele quem? — questiono pela quinta vez, isso só faz com que ela chore mais. A garota abre a porta para mim, entro e mais uma vez estranho tamanha escuridão.
— Por que está tão escuro? — indago, então em seguida ouço. Risadas. Volto meus olhos para Bianca, ela está limpando seu rosto com um lenço, olha para mim e então rir também.
— Você me dá pena, Drisa! — profere, em meio as risadas.
Demoro um pouco para perceber o que está acontecendo, mas quando noto sinto a raiva surgir. Avanço em Bianca, pronta para fincar minhas unhas em seu rosto, contudo alguém me segura no ato. As mãos inserem uma força que deixam uma marca significativa em meus braços. Grito de dor quando as unhas de meu agressor ferem minha pele. As luzes são acesas então vejo Otávio que ainda segura um dos meus braços, enquanto eu tento me desvencilhar de si.
— Você tinha que ver a sua cara, na moral — diz outro rapaz no fundo da sala, este deve ser de outra turma, pois não o conheço.
— Por que você tá fazendo isso, Bianca? — Olho para a garota em minha frente.
— Porque é divertido — ela responde, apenas.
Otávio ainda me segura, após limpar todo o rosto Bianca me olha com uma expressão hostil, devolvo o seu olhar de maneira mais intensa e ela se aborrece.
— Ora, não me olhe assim — diz. — Não estávamos planejando nada, só ensaiando pra uma peça do clube de teatro, você que apareceu do nada aqui na minha casa. Aliás, o que quer aqui?
E então já não sei o que estou fazendo aqui, quero bater nela e deixar que minha raiva seja visível, porém Otávio ainda me segura. Me solto de seu aperto e dou-lhes as costas.
Ouço suas risadas de deboche, contudo saio sem dizer mais nada. Por um momento me conforto com o pensamento de que tudo que vai volta, entretanto logo volto a pensar que isso é mera ilusão. Os maus não recebem seu castigo aqui na Terra, são os bonzinhos que estão sempre nadando na merda. Já não sei mais se quero está do lado bom dessa história.
📖📖📖
Caminho à medida que meus pés permitem, estou ansiosa e com raiva. É difícil caminhar normalmente quando seu corpo todo treme e sua mente está bagunçada. No momento em que paro na frente dos muros do cemitério, deixo escapar um suspiro. Não sei porque caminhei até aqui. Não pretendo entrar, não é como se eu pudesse fazer isso como se nada tivesse acontecido, além disso está tarde. As luzes da cidade já estão todas acesas para afastar a escuridão noturna.
Sento-me no meio da rua e fecho os olhos, embora não haja muita movimentação sei que qualquer pessoa que passar aqui achará estranho uma garota sentada na frente do cemitério de olhos fechados. Então abro os olhos e levanto-me, limpo a poeira de minhas roupas com algumas batidinhas e volto a caminhar para casa. Os fones no ouvido, celular no bolso e lágrimas nos olhos.
Caminho devagar, ainda sentindo meu corpo tremer levemente. Por cima da música alta, que ainda toca em meus fones, ouço alguém chamar meu nome. Olho para trás e vejo Daniel correndo sem camisa, com um sorriso idiota nos lábios.
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Caleb - Não olhe. Não grite. Não corra.
HorrorNão olhe. Não grite. Não corra. O mal está à espreita. Drisa Torres nunca foi uma das melhores alunas da escola, nem tampouco uma das garotas mais bonitas de sua idade. Extremamente arrogante e de poucos amigos, a garota vive uma vida totalm...