"E isso me destrói, me desintegra, me aniquila..." - Popular Monster // Falling In Reverse
A luz ofusca meus olhos no momento em que os abro, então os fecho novamente. O problema é que agora já estou acordada e sinto os raios solares me incomodarem.
Ponho um travesseiro em meu rosto e fico assim por alguns minutos, tentando me recordar da noite anterior, no entanto não há muitas coisas para recordar, pois tudo está confuso. Eu estou confusa. Tiro o travesseiro do meu rosto e então olho para o interior do meu quarto, minha mãe está sentada em um cantinho, me olhando com cara de poucos amigos. Não sei há quanto tempo ela está aqui. Quero lembrar de como cheguei em casa, mas falho mais uma vez.
- Estou decepcionada com você, Drisa - diz minha mãe. - Sei que eu queria que se divertisse, mas você chegou aqui desmaiada de tão bêbada. Isso é demais até pra você.
Olho para ela, sem encontrar respostas. Então ela levanta-se e vem em direção a mim. Por um breve instante acho que ela vai me bater por eu continuar em silêncio diante das palavras dela. O que dona Paula mais odeia, além de meus surtos de deboche e ironia, é o meu silêncio. Contudo, não estou fazendo isso de propósito dessa vez. Minha mãe se aproxima mais e então me abraça. O que é totalmente inesperado ao julgar pelo seus sermões anteriores.
- Quem me trouxe até aqui? - pergunto, pois sei que não cheguei sozinha.
Ela ignora minha pergunta como se fosse algo totalmente absurdo para se perguntar, então diz:
- Não faça isso de novo, não imagino um mundo onde eu suportaria viver sem você.
Abraço ela de volta, sei que ela suportaria viver sem mim, pois tem meus irmãos, entretanto não digo nada. Ela se afasta tão repentinamente quanto se aproximou e então volta a me olhar com sua melhor expressão severa.
- Você tem aula daqui a pouco, levanta e vai tomar um banho. Eu vou arrumar esse seu quarto e trocar as cobertas da sua cama, está tudo uma imundice. Deus é testemunha de que você não puxou isso de mim.
Sorrio fraco diante das palavras da minha mãe e então me arrasto até o banheiro. Olho minha expressão no espelho, pareço mesmo ter acordado com uma ressaca de quem passou a noite inteira bebendo, mas sei que isso não aconteceu.
Tiro minhas roupas e entro debaixo do chuveiro, então grito, contudo dessa vez não é pela água fria e sim pela dor que sinto no momento em que ela entra em contato com o topo de minha cabeça. As lembranças da noite anterior vagamente surgem e sinto o medo, ele faz com que eu me encolha no canto do banheiro enquanto a água molha parte das minhas pernas. Fecho meus olhos e tento não entrar em pânico, mas já é tarde demais. Sinto todo o meu corpo tremer e nem é por causa do frio.
- Mãe - grito, em um fio de voz. Apesar disso ela me ouve e vem até o banheiro, começa a bater na porta então me forço a sair de onde estou. Me enrolo na toalha e abro a porta ainda tremendo.
- O que aconteceu? - Ela me puxa para si.
- Ontem alguém acertou a minha cabeça e me levou pro cemitério... Eu...
- Drisa... Você tá tomando sua medicação? - ela me interrompe. O olhar assustado e de pena da minha mãe faz com que eu me arrependa imediatamente de ter falado e por um instante penso na possibilidade de eu está realmente alucinando tudo aquilo, mas sei que não estou e o machucado em minha cabeça é prova disto.
Insisto em mostrar para minha mãe onde me machucaram, entretanto ela dar uma olhada rápida e ignora rebatendo todos os meus argumentos.
- Você deve ter caído em algum lugar ontem. Você só estava bêbada, Drisa. Não é a primeira vez, então por favor não quero mais suas histórias. Você só sonhou isso.
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Caleb - Não olhe. Não grite. Não corra.
TerrorNão olhe. Não grite. Não corra. O mal está à espreita. Drisa Torres nunca foi uma das melhores alunas da escola, nem tampouco uma das garotas mais bonitas de sua idade. Extremamente arrogante e de poucos amigos, a garota vive uma vida totalm...