Capítulo 17

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"Eu quero me curar. Eu quero sentir como se estivesse perto de algo real." — Linkin Park / Somewhere I Belong

     As flores ao redor da enorme construção estão secas, como se tivessem sido plantadas, mas sem nenhuma preocupação em cuidados a longo prazo. A grama está rala em alguns locais como se tivesse sido pisada constantemente. O que com certeza aconteceu, pois deve ser difícil controlar tantos loucos ao ponto de impedi-los de pisar na grama.

     Estou olhando de uma enorme janela de vidro enquanto espero pacientemente por... O que estou esperando? Há quanto tempo estou aqui? Quando minha mãe virá me buscar? Sento-me em um puf de um branco encardido, pois receio que se não fizer isso cederei ao tremor em minhas pernas e cairei no chão frio de azulejos tão encardidos quanto o puf. Espero minha mãe, mas ela não vem. Ninguém me diz nada, nem mesmo quantos dias se passam. Todos os dias sou trazida até aqui onde posso ter um vislumbre do que há lá fora, mas não posso sair ou ter contato com outras pessoas. Depois, sou levada novamente até o pequeno quarto onde durmo e faço minhas refeições. Há um pequeno banheiro na área onde posso fazer minhas necessidades. E todo dia isso se repete. E ninguém me diz nada, nem mesmo quando eu insisto. Quando começo a ficar ansiosa demais e agressiva demais eles me aplicam calmantes além dos habituais e sou tomada por um sono extremo até apagar completamente e acordar pelo que parecem anos depois me sentindo meio morta.

     Quando um enfermeiro vem me buscar para me levar até meu quarto solitário, não deixo de me perguntar se sou uma prisioneira. Quando entro no cômodo claustrofóbico me pergunto se sou considerada tão perigosa ao ponto de precisar ficar tão isolada dos outros pacientes. Quando me deito na cama fria e dura não consigo evitar que um pensamento assustador surja em minha mente doente: nunca mais sairei daqui.

Caleb - Não olhe. Não grite. Não corra. Onde histórias criam vida. Descubra agora