Capítulo 2

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Lili entrou no estacionamento do Lux Café em Westheimer e parou seu BMW ao lado do Mercedes prata de Kylie, um presente de Brett pelo vigésimo-primeiro aniversário da irmã, exatamente um ano antes do acidente fatal que o tirara da vida de ambas.
Brett e Lili costumavam ir a Las Vegas com bastante frequência. Ele adorava apostar e havia ensinado várias técnicas para Lili. Brett a ajudou a melhorar as habilidades no pôquer, tornando-a uma jogadora excepcional. E, embora ele achasse graça quando ela ganhava uma soma mais alta, Lili nunca quis jogar na mesma mesa que o marido, que era bastante competitivo e detestava perder - ainda que fosse para ela.
O lugar preferido do casal era o The Venetian, onde Lili descobrira o Lux Café e as comidas maravilhosas do cardápio. Ela adorou quando abriram uma filial em Houston, e não demorou para que o local se transformasse no restaurante favorito do casal e de seus amigos.
Lili correu para a porta de entrada, fazendo uma careta ao consultar o relógio. Brett sempre zombava da falta de pontualidade dela e hoje ela estava quinze minutos atrasada para o almoço com Kylie e Chessy.
As duas já estavam no café quando Lili entrou apressada. Olhou primeiro para a cunhada.
O aniversário da morte de Brett era difícil também para Kylie, porque o irmão era o único familiar que ela tinha. Lili fizera questão de continuar próxima da cunhada e as duas ficaram muito apegadas, sofrendo juntas a dor da perda.
Havia uma tristeza evidente nos olhos de Kylie, mas eles brilharam assim que ela viu Lili.
Kylie se apressou para abraçá-la.
- Como você está? - murmurou Kylie.
Lili a abraçou e se separaram com um sorriso.
- Eu estou bem. - E era verdade.
Virou-se então para Chessy e também a abraçou.
- Você está bem hoje? - Chessy perguntou, baixinho.
- Vamos sentar e aí a gente conversa. Estou morrendo de fome - Lili disse, sorrindo.
As duas pareciam encantadas com o humor de Lili. Sentir-se um fardo, nos últimos três anos, não só para Cole, mas também para suas duas melhores amigas, era algo que lhe causava vergonha. Mas não seria mais assim. Hoje... Bom, hoje seria o primeiro dia da retomada. Sua vida iria entrar nos eixos e ela iria preencher o vazio deixado pela morte de Brett.
A mesa do trio estava em um lugar mais reservado - Lili odiava as longas fileiras de mesas perto demais umas das outras. Ainda que a conversa fosse banal, ela detestava saber que outras pessoas estavam ouvindo. E hoje, mais do que nunca, Lili queria privacidade completa.
- Você está... diferente - Chessy refletiu, enquanto consultava o cardápio.
Lili nem precisou abrir porque já sabia o que queria. Os outros sempre brincavam porque, apesar da maravilhosa seleção do extenso cardápio, ela sempre pedia a mesma coisa, e hoje não seria diferente. Carne cozida, seu prato favorito no Lux Café.
- Eu estou diferente - Lili disse em voz baixa.
Kylie arregalou os olhos:
- O que aconteceu?
- O que aconteceu, não. O que vai acontecer - Lili corrigiu com firmeza.
- Oh-oh. Será que escutei bem? - Chessy perguntou, em dúvida.
Quando o garçom apareceu para anotar os pedidos, as três ficaram em silêncio. Só depois que ele se foi, Kylie pediu para Lili explicar o que queria dizer.
Lili suspirou e olhou para Chessy.
- Quero fazer umas perguntas para você... Sei que é algo bem pessoal, mas você já falou sobre isso e, se estiver me intrometendo demais, pode mandar eu cuidar da minha vida. Mas gostaria muito de fazer algumas perguntas sobre você e Tate.
Uma sombra escura atravessou o rosto de Chessy e seus olhos se encheram de tristeza durante um breve momento, o suficiente para Lili e Kylie perceberem e se entreolharem, confusas.
- Você sabe que pode me perguntar o que quiser - disse Chessy com naturalidade, embora Lili achasse o tom um pouco forçado.
Decidiu deixar para entender mais tarde o que aquilo significava e prosseguiu.
- Uma vez você disse que seu relacionamento com Tate é do tipo dominador e passivo. Que quem manda na cama e fora dela é ele. Eu queria saber... quer dizer, é uma bobagem minha porque está claro que vocês são felizes, qualquer um pode ver como vocês são apaixonados, mas... eu... queria entender melhor como isso funciona.
Kylie empalideceu e Lili detestou falar disso na frente dela, mas não queria esconder um assunto tão importante da cunhada, que também era sua melhor amiga. Na verdade, as duas, Kylie e Chessy, eram as melhores amigas de Lili. Não dava para não dividir isso com elas, era importante demais. Um salto monumental para longe da vida que ela tinha vivido nos últimos três anos.
- Lili, por que está me perguntando isso? - Chessy parecia um pouco confusa e muito preocupada.
Lili respirou fundo e fechou os olhos. Segurou a mão de Kylie porque sabia que seria difícil demais para a garota.
- Vocês duas sabem que amei Brett com todo meu coração. Ele me deu tudo. Mas sempre tive essa... necessidade, desejo, ânsia, sei lá como chamar. Sempre quis ser... dominada. E todo o resto. É a única coisa que Brett não podia me dar e, se pudesse, não me daria. Eu o amava demais e nunca pediria isso para ele. Falamos sobre isso uma vez, logo no início do nosso relacionamento, antes que ele me contasse sobre sua infância. Ele sempre teve tanto medo de ficar igual ao pai! A ideia de fazer alguma coisa que pudesse me machucar ou que parecesse abuso o deixava horrorizado. E acho que, no início, ele tinha medo de me perder por não poder me dar esse tipo de experiência.
Kylie baixou o olhar, mas Lili pôde ver que seus olhos se encheram de lágrimas. Apertou ainda mais sua mão, para transmitir uma força que até agora não tivera.
- E agora você quer isso? - perguntou Chessy, preocupada.
Devagar, Lili confirmou.
Kylie levantou a cabeça, pronta para protestar, mas Lili a desestimulou a falar com um novo aperto em sua mão.
- Não quero um relacionamento. Quero dizer, não um relacionamento duradouro. Encontrei a perfeição uma vez e sei que nunca mais vou viver aquele tipo de amor. Mas preciso de algo que preencha o vazio. Um vazio que sempre existiu, mas que, enquanto estava com Brett, não doía tanto. Não me sentia sozinha, porque ele me dava o que eu precisava, mesmo se uma pequena parte minha sempre quisesse e precisasse de mais. Sei que parece horrível. Amei Brett com todo o meu coração e toda a minha alma e nunca faria algo que o machucasse.
Mas ele se foi. Tive de aceitar o fato de que, não importa o quanto eu deseje isso, ele não vai voltar mais.
A emoção apertou sua garganta e ela piscou quando algumas lágrimas inundaram seus olhos, mas ela enxugou o rosto porque não queria fazer uma cena em público. Kylie novamente baixou a cabeça, uma lágrima escorrendo pela face pálida.
- Eu me sinto sozinha - Lili murmurou. - E preciso de alguma coisa, de alguém para preencher o vazio que Brett deixou. Está na hora de eu esquecer tudo e tentar seguir em frente. Eu achei um lugar...
- Que tipo de lugar? - Chessy perguntou abruptamente.
- Chama-se The House.
A expressão no rosto de Chessy se descontraiu.
- Eu conheço, Tate e eu somos sócios. Inclusive, Tate é amigo do dono, Damon Roche.
Como ele é casado e agora tem um filho, não participa tanto quanto antes, mas ainda dirige o lugar.
- Nós conversamos - Lili admitiu. - Foi ele quem analisou minha inscrição e foi bem gentil comigo: fez questão de que eu soubesse onde estava me metendo.
- E você sabe? - Kylie deixou escapar, levantando a cabeça novamente. - Lili, isto é sério.
E se você se machucar? E se se envolver com o homem errado? Há todo tipo de monstro por aí. Só Deus sabe, mas meu pai era um deles. Como pode pensar em se meter numa situação dessas, sem saber o que isso significa?
- Mas eu sei - Lili disse, com suavidade. - Refleti e pesquisei muito até chegar no The House. Visitei o lugar nos horários mais movimentados. Sei o que me espera. E Damon me garantiu que, principalmente na primeira visita, serei acompanhada com muita atenção.
O garçom interrompeu e serviu as entradas, mas comer era a última coisa que passava na cabeça daquelas mulheres. Continuaram conversando sem encostar na comida.
- Só queria saber como é com você e o Tate - Lili disse, suave.
Novamente, uma dor se refletiu nos olhos verdes de Chessy. Para tentar disfarçar sua hesitação, ela acomodou os cabelos escuros atrás da orelha, mas Lili percebeu e se perguntou o que estava acontecendo com a amiga. Ela parecia... infeliz. E talvez estivesse assim havia algum tempo, mas Lili estivera tão absorta nos próprios problemas que nem prestou muita atenção às pessoas à sua volta.
- Você está escondendo alguma coisa, Chessy? - perguntou Lili.
Com ar culpado, Chessy fez cara de surpresa.
- Não, claro que não. Mas, respondendo à sua pergunta: quando é feito de maneira certa, é a coisa mais maravilhosa do mundo. Nunca me arrependo de dar a Tate minha mais completa submissão. Ele sempre cuidou tão bem de mim! Me adorava e me protegia a qualquer custo:
eu vinha em primeiro lugar. E ele era muito exigente.
Lili ficou preocupada ao perceber que todas aquelas frases estavam no passado.
- Era? Não é mais assim? - perguntou.
Chessy deu um sorriso amplo, largo demais.
- Claro que é, foi só um jeito de falar. Talvez não seja tão perfeito como costumava ser, mas isso já era esperado. Tate tem estado ocupado tentando fazer os negócios darem certo e, quando a novidade acaba, é fácil para qualquer relacionamento cair na rotina. Não se preocupe: não vamos nos divorciar ou qualquer coisa do gênero - ela disse, rindo.
Toda aquela alegria forçada incomodou Lili, mas ela deixou de lado qualquer pressentimento para se concentrar naquilo que mais interessava naquele momento.
- Sério, se isso for um assunto pessoal demais... - Corrigiu. Mas Chessy a dissuadiu e pediu que continuasse. - Que tipo de coisas você e Tate fazem? Quero dizer, vocês gostam de algemas? De sentir dor? Chicotear? Ou é só um caso de você obedecer aos comandos dele?
Kylie parecia estar incomodada e começou a brincar com a comida, numa tentativa de não prestar mais atenção. Tinha empalidecido e Lili começou a duvidar se fizera bem em tocar nesse assunto na frente dela. Mas ela queria que Kylie soubesse, devia isso a ela. Queria que soubesse que ela iria ao menos tentar seguir em frente e se envolver, mesmo que temporariamente, com outro homem. Não queria que Kylie ficasse sabendo por acaso, queria que soubesse por meio dela.
- Acho que tudo depende do que cada um quer - disse Chessy, baixinho. - Sim, fazemos todas estas coisas e muito mais. Ele pode fazer comigo o que quiser. E sabe até onde pode ir, quais são os meus limites, pois já estamos há muito tempo juntos. Talvez saiba até mais do que eu. Mas, no início, é importante ser muito honesta com seu parceiro e colocar limites. Ele precisa saber exatamente o que é confortável para você. Você vai precisar também de uma palavra-chave de segurança, uma senha, até que seu relacionamento progrida e ele saiba até onde pode ir.
- Parece que eu sou uma criança numa loja de brinquedos - disse Lili, com tristeza. - Quero tentar tudo, pelo menos uma vez. Não conheço meus limites. E só vou conhecê-los quando forem ultrapassados.
- Então é extremamente importante que escolha o homem certo, um que entenda que é nova nisso e que quer experimentar, mas que saiba que você tem o direito de parar a qualquer momento. E, pelo amor de Deus, Lili, não concorde em levar para casa um cara que não conhece muito bem. Fique no clube. Experimente tudo o que quiser em um lugar público, onde tem mais segurança.
Lili concordou. Já tinha pensado nisso e de jeito nenhum pretendia levar um cara para a casa onde ela e Brett tinham morado e se amado. Seria o máximo do desrespeito fazer uma coisa que chocaria seu marido na própria casa dele. E ela também não concordaria em ir até a casa de um estranho, onde só Deus sabe o que poderia acontecer, só ele e ela, sem defesas.
Lili pensou em todos os riscos. De verdade! Tinha visitado o The House mais de uma vez, feito um monte de perguntas a Damon, sempre muito paciente e compreensivo. Porém, agora, depois de ouvir as advertências de Chessy, estava em dúvida.
Mas não. Ela já tinha pensado em tudo. Só tinha feito isso nestes últimos meses. E mesmo que parecesse cafona seguir em frente no aniversário de três anos da morte do seu marido, para ela era simbólico. E não iria desistir agora.
Claro que tinha estremecido quando Chessy disse que pertencia ao marido. Que era dele para que fizesse com ela o que quisesse. Era o que Lili queria, um desejo obscuro que nem mesmo ela entendia perfeitamente. Não que seu coração e alma não tivessem pertencido a Brett - pertenceram, sim, e ela inteira tinha sido dele.
Mas esta necessidade de ser dominada era mais profunda do que a necessidade de pertencer a alguém. Ela queria ser... uma propriedade. Amada. Completamente adorada. Tudo o que o marido tinha dado a ela e... mais. Queria cruzar aquela linha, ultrapassar seus limites, saber quais eram e até onde queria ir. Como iria saber se não tentasse?
- Você vai fazer isso mesmo, né? - Kylie perguntou baixinho. - Dá para ver nos seus olhos.
Conheço este olhar: você já está decidida.
Lili concordou e se sentiu aliviada ao fazer isso.
Chessy estendeu a mão sobre a mesa e apertou a outra mão de Lili- ela agora estava de mãos dadas com as duas amigas.
- Então só posso lhe desejar boa sorte - disse Chessy.
- Não está na hora de você ir? - Lili perguntou, lembrando-se de que Chessy tinha mencionado alguns dias antes que ela e Tate iriam passar a tarde juntos. - O Tate não está esperando? Não quero atrasar você. Só queria fazer estas perguntas.
Novamente surgiu aquela sombra nos olhos de Chessy, antes que ela baixasse o olhar e largasse a mão de Lili.
- Não - disse Chessy baixinho. - Ele precisou cancelar. Surgiu um problema importante no trabalho.
Lili fez uma careta.
- Desculpe, sei como você estava ansiosa por este encontro. Infelizmente tenho de ir.
Preciso de tempo para me preparar para hoje à noite. Embora esteja decidida, estou nervosa e preciso me arrumar e me convencer a levar isso adiante.
Chessy sorriu.
- Amanhã cedo quero um relatório completo e, se não tiver, apareço na sua casa. E se você não estiver em casa, chamo a polícia!
Lili sorriu.
- Claro que vou estar em casa.
Lili deixou sobre a mesa várias notas para pagar o almoço e se levantou. Kylie também.
- Vou com você até lá fora - Kylie disse.
Chessy olhou para Lili com a sobrancelha levantada e depois encarou Kylie. Lili suspirou.
Ela sabia o que a esperava. Despediu-se de Chessy e saiu do restaurante, com Kylie a seu lado.
Quando chegaram ao estacionamento, Kylie segurou o braço de Lili.
- Lili, você pensou direito em tudo isso? - perguntou em tom de súplica. - Estou muito preocupada, você não é assim. O que Brett iria pensar? Ele morreria se soubesse!
- Kylie, Brett está morto - lili disse gentilmente. - Não podemos trazê-lo de volta.
Deus, se eu pudesse, faria isso sem hesitar. Esqueceria o que preciso e quero se pudesse trazê-lo de volta. Mas ele se foi.
As lágrimas - aquelas que ela não quis derramar - deram um nó em sua garganta. Estava determinada que este ano seria diferente, que não passaria o aniversário da morte de Brett apática e sofrendo.
Cheios de dor, os olhos de Kylie se encheram de lágrimas que pouco a pouco escorriam por sua face.
- Sinto tanto a falta dele! Ele era minha única família. Ainda não acredito que se não está mais aqui.
Kylie estava tremendo e Lili a abraçou com força.
- Está errada. Você tem uma família, eu, e não vou a lugar algum. Isso não vai mudar nada entre nós, juro. Mas, Kylie, tenho de pegar meus cacos e seguir em frente. Isso está me matando. O luto tem me matado lentamente e Brett odiaria que isso acontecesse. Ele não ia querer que eu passasse o resto da minha vida de luto. Ele ia ser a primeira pessoa a me querer feliz, mesmo ao lado de outro homem.
Kylie se afastou, enxugando as lágrimas.
- Eu sei. De verdade. E quero que seja feliz, Lili. Mas precisa ser desse jeito? Você não sabe o que significa ficar à mercê de um monstro. Não entendo como você pode querer se colocar numa posição indefesa, à mercê de alguém que pode machucá-la, abusar de você.
Acredite quando eu digo, você não quer isso. Nunca poderia entender como é se sentir degradada e impotente. Eu sei como é. E não quero isso para você. Brett jamais ia querer isso.
Lili enxugou o resto das lágrimas de Kylie gentilmente.
- Nem todos os homens são assim, Kylie. Entendo sua preocupação, não estou negando o que vocês passaram. Nunca vou permitir isso para mim. Veja Chessy e Tate, você sabe que tipo de relacionamento eles têm. Acha que Tate poderia machucar um fio de cabelo de Chessy? Ele a ama, a adora. E verdadeiramente respeita o presente da submissão. E é isso o que quero.
- Mas ele a está machucando - Kylie disse com convicção. - Você precisava ter visto o que vi hoje. O que vimos nos últimos meses. Ela não está feliz, Lili, e estou preocupada. E se ele estiver abusando dela?
Lili piscou os olhos, chocada com a declaração de Kylie. Sim, notara que Chessy não estava feliz e alegre como era de costume. Tinha percebido que havia algo errado com sua melhor amiga, mas em momento algum pensou que Tate a estivesse machucando fisicamente.
- Não sei exatamente o que está acontecendo entre Chessy e Tate - Lili disse com cuidado.
- Mas tenho certeza que ele não está abusando dela, Chessy não aceitaria. Ela é forte e independente demais, mesmo sendo submissa a Tate. Isso sem falar que ela nos contaria se isso estivesse acontecendo. Somos próximas. Nós saberíamos, Kylie. Nós saberíamos.
- Ninguém nunca soube o inferno que eu e Brett tivemos de aguentar - Kylie disse, com sofrimento. - Escondíamos do mundo. Aos olhos dos outros, nosso pai parecia amoroso e incapaz de nos machucar. Mas, entre quatro paredes, ele era um monstro.
- Não se preocupe comigo, por favor - Lili disse. - E nem com a Chessy. Falarei com ela, se isso fizer você se sentir melhor. Conheço Tate, todas nós conhecemos, somos amigos há anos. Duvido que ele esteja abusando fisicamente de Chessy. Querida, sei que você não está feliz com minha escolha. Não espero que você aceite minha decisão, mas gostaria que a respeitasse, pelo menos.
- Amo você - disse Kylie, chorando. - E nunca me perdoaria se ao menos não tentasse tirá-la desse caminho que você parece estar tão determinada a seguir. Mas se é isso o que realmente quer, se é o que precisa e o que a fará feliz, então vou tentar respeitar suas escolhas.
Só não quero perdê-la também!
Lili a abraçou novamente.
- Não vai me perder. Você é minha irmã e melhor amiga. Brett não era o único elo que nos unia e, agora que ele se foi, não quer dizer que este elo tenha se rompido. Você é a minha família, Kylie. Também amo você.
Kylie se afastou, um sorriso molhado nos lábios.
- Espero um relatório amanhã, assim como Chessy. Não vou conseguir dormir de preocupação. Só espero que saiba onde está se metendo.
- Também espero - Lili murmurou. - Também espero.

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