Capítulo 8

358 55 27
                                    

8/8

Estou muito desanimada vocês não estão comentando e nem dando estrelinhas 🥺
Minha vontade era posta de 15 a 20 capítulos mais estou desanimada. Não sei quando eu volto. Bjos boa noite 😚😙❤️

Com um suspiro profundo, Lili se recostou no sofá e, jogando a cabeça para trás, olhou para o teto. Emocionalmente se sentia esvaída e, pela primeira vez, não era por causa da morte ou do aniversário da morte de Brett.
Era uma perturbação diferente, que ela nunca imaginou que sentiria desde que tomou coragem e decidiu ter, ou pensar que tinha, o futuro em suas mãos. Agora o futuro era um grande ponto de interrogação.
Suspirando novamente, fechou os olhos, sentindo-se bem cansada. Teria cochilado, apesar do caos que sua mente estava enfrentando, se a campainha não estivesse tocando. Tocando sem parar.
Mesmo sem ter certeza, sabia que só podia ser Chessy ou Kylie. Ou talvez as duas. Não iriam deixar para lá só porque, no telefone, Lili falara que tinha desistido. Queriam saber a história toda.
Resmungando com resignação, Lili se levantou e foi arrastando os pés até a porta.
Fazia meia hora que Cole a tinha deixado em casa, depois do telefonema para as meninas.
Ele a beijara. Lili tremeu ao se lembrar do desejo bruto que vira em seus olhos. O calor do beijo. Seus dedos acariciando do rosto até o pescoço quando se despediu e disse que voltava logo.
A promessa em sua voz dera muito o que pensar. Agora que ela estava novamente em seu próprio território, por assim dizer, tinha muito o que considerar e processar.
Assim que abriu a porta, suspirou novamente: lá estavam ambas, Chessy e Kylie. O olhar de Chessy era profundo e perspicaz, como se pudesse ler até seus pensamentos mais íntimos.
Kylie parecia mais em dúvida - e preocupada.
Passando por Lili , Chessy entrou e Kylie a seguiu.
- Ok, pode contar tudo, amiga. Não acreditamos na bobagem que falou sobre desistir do The House e preferir passar a noite com Cole.
Lili seguiu Chessy e Kylie até a sala e se jogou no sofá.
- E nem pense em deixar de fora um só detalhe - Chessy continuou. - Faço o Tate arrancar a história do Cole, se for preciso. De um jeito ou de outro, vou ficar sabendo a safadeza toda, então é melhor você ir contando.
- Você está bem? - Kylie perguntou com ansiedade. - Aconteceu alguma coisa ontem?
Alguém a machucou ou assustou?
Lili sorriu, um pouco arrependida. O que responder? Sim, não e sim?
- Estou bem - ela tranquilizou. - Falando sério: é complicado.
Chessy apertou os lábios, com cara de quem já tinha descoberto que alguma coisa estava acontecendo.
- O que foi? - Kylie perguntou.
- O que aconteceu de verdade? - Chessy insistiu. - Eu a vi e ouvi ontem. E, embora estivesse um pouco apreensiva, conheço seu jeito: estava determinada a ir ao The House e tentar. Aí hoje recebo um telefonema dizendo: "deixei para lá, não fui e estou em casa"?
Chessy não estava acreditando.
- Eu fui - Lili confirmou.
Kylie franziu a testa.
- Mas você disse que não foi!
- Não disse que não fui - Lili corrigiu. - Só disse que mudei de ideia.
- E? - Chessy perguntou baixinho. - O que aconteceu, Lili?
Lili suspirou.
- Colea conteceu.
Chessy soltou um "Ah" na mesma hora em que seus olhos mostraram que tinham entendido.
- Que droga, Cole estava lá, foi isso? Deus do céu, ele surtou?
Kylie parecia confusa enquanto olhava de Lili para Chessy, tentando acompanhar o que estavam dizendo.
Antes que Lilipudesse responder, Chessy continuou:
- Desculpe, eu deveria ter avisado, mas que droga! Cole quase nunca vai lá. Quero dizer, sei que ele é sócio, mas nem passou pela minha cabeça avisar porque quem pensaria que ele ia aparecer por lá na mesma noite que você?
Kylie balançou a cabeça, consternada.
- Cole... o nosso Cole... frequenta o The House? Por quê?
Lili enrubesceu e trocou olhares de entendimento com Chessy.
- Ele é um dominador - Chessy disse com cuidado. - Como Tate.
Kylie se calou, processando a revelação. Estava tensa e Lili ficou apreensiva pelo que tinha de contar a suas amigas, sobretudo por causa de Kylie.
Kylie era... muito inflexível. Sua visão de mundo era restrita e quase nunca se aventurava além dos parâmetros que estabelecera para sua vida. Tinha suas razões, mas isso não necessariamente facilitava as coisas. Kylie era inflexível e a novidade iria perturbá-la.
- Cole estava lá quando cheguei com outro homem - Lili revelou em voz baixa. - Foi horrível!
Chessy estremeceu.
- Posso imaginar.
- Ele me arrastou para fora e me levou para a casa dele. Sua intenção era me dar um sermão e arrancar minha pele. Ele achava que eu não fazia ideia de onde estava me metendo.
- E você não disse a ele que sabia? - Chessy perguntou.
Lili acenou que sim com a cabeça.
- Foi aí que ficou... interessante.
Kylie parecia ainda mais perplexa e os olhos de Chessy se arregalaram. As duas se sentaram na ponta do sofá, tentando adivinhar o que viria.
Lili respirou fundo, porque suas amigas iam descobrir mais cedo ou mais tarde. Era melhor que soubessem por ela.
- Cole disse...
Ela se perguntava como deveria contar aquilo. Era muito mais difícil do que tinha imaginado, porque mesmo ela ainda precisava aceitar!
- O que foi que ele disse? - Chessy ajudou.
- Disse que, se isso era o que eu queria, o que eu precisava, então ele seria o único homem a me proporcionar estas coisas.
- Uau! - disse Chessy com um suspiro.
A reação de Kylie foi mais explosiva.
- O quê? Não entendo. Ele o quê?
- Ele me quer - Lili explicou, em voz baixa. - Já faz tempo. Eu não sabia. Me sinto tão burra, mas eu não sabia!
- Nossa! - Chessy disse. - Quero dizer, muito tempo atrás, cheguei a suspeitar, pelo jeito como ele olhava para você... que havia alguma coisa. Mas você e Brett eram tão felizes, e Cole era amigo dos dois. Além disso, ele nunca tentou nada, mesmo depois da morte de Brett, então pensei que fosse a minha imaginação!
Kylie estava vermelha de raiva.
- Ele se sentiu atraído por você enquanto estava casada com meu irmão?
- Mas ele nunca tentou nada - Chessy ressaltou, com suavidade. - Atração não é algo que a gente controle.
- Brett sabia - Lili murmurou. - Cole contou que Brett sabia e disse que isso nunca afetou a amizade deles.
- Claro que prefiro Colea qualquer outro estranho do The House - Kylie disse, um pouco de raiva ainda sobressaindo em sua voz. - Mas me preocupo com isso, com você e ele. Nunca imaginei que Cole fosse esse tipo de pessoa. E se ele machucá-la física e emocionalmente?
Tenho medo que isso possa estragar a nossa amizade.
O rosto de Chessy se endureceu.
- Esse tipo de pessoa? O que você quer dizer? Tate é esse tipo de pessoa e nunca me machucou.
- Não foi isso que eu quis dizer, você sabe - Kylie estava cansada. - Estou preocupada com a Lili, tá? Parece que ultimamente ela tem tomado várias decisões impulsivas e não quero que se machuque. Essa história com Cole me preocupa. Também não sei o que acho dessa atração dele pela mulher do melhor amigo.
Lili se debatia entre impaciência e frustração.
- Também pensei nessas coisas - ela interrompeu, ríspida. - Pensei em como isso afetaria nosso círculo de amizades, especialmente se não desse certo.
Respirou fundo antes de prosseguir.
- Sempre vi Cole como um amigo e não sei bem ao certo como me sinto agora. Odeio pensar que estou traindo meu falecido marido só por cogitar essa hipótese. Nunca trairia Brett, mesmo se soubesse que Cole tinha afeição por mim. Mas não gosto que questione a integridade dele porque, mesmo gostando de mim, ele nunca tentou nada, até hoje.
Kylie fez uma careta e desviou o olhar. Chessy se aproximou e segurou a mão de Lili.
- Sim, isso pode mudar as coisas - disse calmamente. - Mas não pode viver sua vida sem correr riscos. Se é o que quer, precisa ao menos tentar. É pior viver pensando no que não fez do que naquilo que fez e deu errado. Você não tem nada a perder e tudo a ganhar.
- Tenho tudo a perder - Lili disse rispidamente. - Não tenho mais Brett e me destruiria perder a amizade de Cole, a sua e a de Kylie. Não quero mais perder ninguém que amo.
A expressão de Chessy demonstrava amor e compreensão. Isso fez com que os olhos de Lili se enchessem de lágrimas. Mas, que droga! Chega de chorar! Era hora de mudar, de parar de ser essa pessoa tão frágil emocionalmente.
- Querida, a vida significa se arriscar e não há garantias, como você bem sabe - Chessy disse gentilmente. - Deixe-me perguntar uma coisa. Se você soubesse, quando se casou, que você e Brett só teriam alguns curtos anos juntos, se soubesse que ele morreria, teria feito alguma coisa diferente? Teria se afastado para não sentir a dor de perdê-lo mais tarde?
A pergunta mexeu bastante com Lili. Sem pensar, sua resposta foi imediata.
- Claro que não teria me afastado! Faria tudo de novo e não mudaria nada, mesmo sabendo que o perderia, porque o tempo que passamos juntos foi maravilhoso. Não trocaria isso por nada neste mundo - disse, com um tom doloroso.
- Então por que não quer arriscar com Cole? - Chessy perguntou. - E se der certo? E se ele a fizer feliz? E se ele der o que quer e precisa? E se encontrar o amor novamente? E se vocês viverem juntos, felizes por um ano, ele proporcionar a você o que quer e precisa, e depois vocês se separarem? Não é melhor viver esse ano e não se arrepender do que nem tentar? Não pode deixar de se arriscar só porque perdeu alguém. Não se vive assim, com medo de sofrer.
- Ela tem razão - Kylie concordou relutantemente. - E quero que você seja feliz. Mesmo se não for com Brett. Vou ficar a seu lado, não importa o que acontecer com Cole. Como você mesma disse, somos irmãs e melhores amigas.
- Obrigada - Lili estava sendo sincera. - Agradeço a vocês duas. Não sei o que faria sem amigas, irmãs, tão maravilhosas! Vou pensar no que disseram. Preciso refletir bastante sobre isso.
Chessy apertou sua mão.
- Nós já vamos, então. Qualquer coisa, é só telefonar. E quero que saiba que, não importa o que aconteça, eu amo você. Tate também. E ele pessoalmente vai acabar com Cole se um dia ele a machucar.
Lili sorriu, mas havia tristeza em seu coração. Ela não queria causar uma briga entre seus amigos. Não queria que Tate se zangasse com Cole por causa dela.
Kylie se levantou e abraçou Lili bem apertado. Lili retribuiu e também se levantou para acompanhar suas amigas até a porta.
- Mande notícias, tá? - Chessy disse. - E se precisar conversar, é só telefonar. Dia ou noite, não importa.
- Pode deixar - Lili respondeu com sinceridade. - E obrigada por se importarem comigo.
Não vou fazer nada que machuque alguém. Espero que saibam disso.
- Sabemos - Kylie garantiu. - E me desculpe se as coisas que disse a machucaram. Amo você, Lili, e quero que seja feliz. Sei que Brett também ia querer isso. Só um cara muito especial continuaria amigo de alguém que gosta de sua esposa. Se Brett conseguiu conviver com isso, eu também vou.
Lili abraçou as amigas e ficou olhando enquanto elas caminhavam até o carro, que estava parado na frente da casa. E continuou ali, enquanto as duas iam embora. Depois, entrou para pegar sua bolsa e as chaves.
Era automático ir para o cemitério de carro. Só percebeu o que estava fazendo quando se aproximou dos portões. Brecou na entrada, olhando para as lápides que salpicavam a paisagem.
Tinha vindo falar com Brett. Explicar sobre Cole e pedir sua benção. Isso depois de jurar que estava virando a página, se libertando, e que não voltaria mais. De novo não.
Balançando a cabeça, deu marcha a ré e voltou com o carro, na direção do bairro de Cole.




RendiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora