Capítulo 10

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Eu sei que sou uma vadia kkkkk
Desculpa ter sumido.

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Lili sentiu seu coração bater apressado e o sangue correr rapidamente pelas suas veias ao ver Cole tão sério. Havia algo extremamente sexy na forma como ele a olhava. Tão intenso e tão determinado. Mas foi a seriedade e o rosto dele tenso que fizeram com que ela sentisse uma excitação vertiginosa.
Era como se, naquele instante, ela tivesse libertado um leão da jaula. Um leão muito faminto. E ela estava prestes a ser devorada por inteiro.
Lili estremeceu ao imaginar seus dentes tão perfeitos e brancos mordendo sua pele macia, possuindo, tornando-a sua.
Todas as coisas que ela havia fantasiado sobre um dominador. Só que ela nunca imaginara que Cole assumiria esse papel. E agora? Agora ela só conseguia pensar nisso, sonhar, fantasiar.
Ele fez com que ela visse o macho alfa viril e lindo de morrer que era. Fora forçada a ver além do véu da amizade e gostou do que viu. Imaginou o que viu e, agora, sabia que era verdade.
Agora que ela o havia desafiado, será que ele aceitaria? Acreditaria nela ou seria cauteloso e iria devagar?
Era a última coisa que Lili queria. Nem cautela nem restrição. Ela queria tudo o que ele tivesse para dar e mais. Podia ver fome em seus olhos, luxúria e desejo, como que escritos à tinta em sua testa. Pela primeira vez em três longos anos, ele a fez se sentir viva, feminina, desejada. Linda. Ele a fez se sentir linda.
E havia sido sincera. Não queria pensar, não queria ter de decidir. Talvez isso fizesse dela uma covarde, mas Lili queria renunciar ao controle absoluto. Lili queria... se entregar.
– Meu Deus, Lili.
Murmurou o nome dela rispidamente, ao mesmo tempo que respirava com vigor. Os olhos dele queimavam, um fogo rápido e repentino que a deixava amolecida como água.
– Tenha certeza do que está dizendo, querida. Entenda o que está pedindo, porque só vou perguntar isso uma vez. Se concordar, se for o que quer, não há volta. Você será minha e só minha.
Ela assentiu, sua garganta apertada demais para emitir sons.
– Palavras, querida. Preciso que as diga para que não haja mal-entendidos.
– Sim – falou baixinho. – Deus, o que tenho de fazer, Cole? Martelar na sua cabeça? Não me faça implorar, eu quero isso. Quero você.
Arrependimento surgiu em seus olhos castanhos e ele colocou um dedo sobre a boca de Lili. Ela quis lambê-lo para ver se o gosto era tão gostoso quanto a aparência dele, como imaginara.
– Nunca terá de implorar. Para mim, pelo menos. Vou lhe dar tudo o que quiser.
Incondicionalmente e sem reservas. E nunca mais vou questioná-la. Mas há algumas poucas coisas que precisamos esclarecer – coisas importantes – antes de nos envolvermos com o resto.
– Tudo bem – ela concordou, com calma.
A voz dele ficou baixa, um tom mais sério, seu olhar pensativo e, ao mesmo tempo...
esperançoso. Como se ele tivesse medo que ela mudasse de ideia e saísse correndo. Ela não o culpava. Se era verdade que ele esperara por ela e a desejara todo esse tempo, talvez se sentisse como se o tapete pudesse ser puxado dos seus pés a qualquer momento. Ou talvez achasse que isso era apenas um sonho, que ele acordaria e tudo estaria terminado.
Já estava acostumada com esse sentimento. Desde que o vira no The House, seu mundo tinha mudado completamente. Nunca mais seria o mesmo, não importava o que acontecesse entre eles.
Ela tinha medo disso. Seu temor maior era que não desse certo, terminasse mal e ela tivesse perdido não só Brett, mas o homem que considerava seu amigo. Talvez não o melhor amigo.
Sua amizade com Chessy e Kylie era firme, mas era diferente da que tinha – ou melhor, costumava ter – com Cole.
Quando decidiu libertá-lo no mesmo dia que se libertara da memória de Brett, ficou infeliz. Pior que isso. Sentiu como se estivesse perdendo alguém importante novamente. Só que agora iria ganhar muito mais.
Ou perder tudo.
Talvez fosse louca por cogitar tudo isso. Talvez fosse melhor que ela e Cole fechassem esta porta que tinham aberto. Mas será que conseguiriam retomar sua amizade normalmente?
Não. Não depois de tudo. Não depois que ele tinha sido tão sincero. Mesmo se ela rompesse este relacionamento antes que começasse, não haveria volta. Nunca mais.
Sua única opção era continuar. Ser sincera tanto quanto ele. E pedir a Deus que ela não perdesse mais do que ganhasse.
– Você explicou o que quer e precisa – Cole disse, sua voz mais controlada, enquanto a olhava fixamente. – Mas não discutimos minhas necessidades. Minhas expectativas. Nem discutimos seus limites e o que vai acontecer se eu ultrapassá-los.
Ela franziu a testa. Estavam indo rápido demais para este território desconhecido. Claro que ela não fazia ideia das expectativas dele. Como podia, já que nunca sonhara que ele era o tipo de homem que desejava? Um dominador, um macho alfa, sem medo de tomar o que queria.
Sem perguntar. Simplesmente agir.
Ela não queria um homem que pedisse permissão, um que a tratasse como um vaso de vidro frágil. Brett a adorava, não havia dúvidas sobre isso. E ela o amava por tratá-la como se fosse algo precioso. Mas agora? Queria um homem que cruzasse esta fronteira, porque não fazia ideia que limites eram esses que Cole estava falando. Os limites dela. E só saberia quando ele os ultrapassasse.
Queria saber até onde poderia ir. Lili se sentiu animada por pensar em explorar os limites mais escuros do desejo. Sexo. Poder. Dominação. Queria tudo isso e se deleitar na autoridade e controle de um homem forte. Como ela desejava isso com cada fibra do seu ser!
– Bom, vamos começar com você – Cole disse, examinando-a de perto, como se pudesse ler seus pensamentos.
Talvez pudesse. Tanto ele como Brett costumavam zombar do fato de Lili ser um livro aberto. Diziam que nunca poderia ser sócia deles – não que quisesse. Aliás, não podia entender como Kylie conseguia trabalhar com eles: eram homens tão intensos e determinados!
Os dois diziam a Lili mais de uma vez que bastava olhar para ela e tinham acesso direto à sua alma.
Isso podia ser tomado como crítica, mas diziam estas coisas com carinho, como um cumprimento e não uma reprimenda.
– Mas eu não sei meus limites – Lili estava frustrada. – Como poderia? Você sabe que isso é novidade para mim. Minha experiência vem somente das minhas fantasias.
– Eu sei, querida, mas temos de determinar o que fará se eu ultrapassar um limite seu.
Entendo que só vai saber quando acontecer. O que quero é ter garantias caso isso aconteça, porque vou forçar a barra, Lili. Sei que acha que estou sendo gentil com você e talvez tenha razão. Por enquanto. Mas quando estiver sob meu controle, vou ultrapassar seus limites.
Com a cabeça, ela demonstrou que tinha entendido.
– Muitas pessoas neste tipo de relacionamento usam palavras-chave, uma espécie de senha de segurança. Não gosto muito disso, mas entendo que são necessárias, especialmente para uma mulher que está começando neste universo, pela primeira vez. Depois de um tempo não será mais necessário, porque meu trabalho é descobrir seus limites e conduzi-la até lá, sem ultrapassá-los. Faz sentido?
– Chessy disse que era importante dizer ao homem com quem fosse... experimentar... que eu era uma novata e esclarecer que era um direito meu querer parar a qualquer momento.
– Chessy é uma mulher inteligente. Ela conhece muito sobre este tipo de vida – Cole explicou.
– Deve conhecer – Lili sussurrou. – Tate e ela... Bom, você sabe, já que vocês três são membros do The House.
Cole sorriu.
– Estou vendo a pergunta nos seus olhos e podia jurar que vi um pouquinho de ciúmes. Mas talvez seja só ilusão da minha parte. O que você quer saber é se eu já vi Chessy e Tate, e mais especificamente Chessy... nua. Estou certo?
– Estou mais interessada em saber se já ficaram juntos – Lili disse calmamente.
O rosto de Cole desanuviou.
– Chessy disse que Tate a compartilha com outros homens?
Os olhos de Lili se arregalaram.
– Ele compartilha?
Cole riu.
– Acho que você não é tão informada quanto pensei.

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