23. Grite mais alto que a cachoeira

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°˖✧◝(⁰▿⁰)◜✧˖° olá ~ tudo bem com vocês? só queria pedir desculpas antecipadamente pelo balde de água fria desse capítulo kkkk e por favor leiam as notas finais... boa leitura! ♡

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Chegamos ao acampamento pouco antes dos primeiros raios de sol aparecerem no horizonte. Todos desceram do ônibus com uma cara de sono, coçando os olhinhos inchados, alguns com marcas nas bochechas, outros com cabelos bagunçados ou ambos, que foi o meu caso. Preguiçosamente, nos arrastamos para a área do camping onde havia uma mesa comprida de madeira escura, passando por um parquinho grande e silencioso. Tive vontade de sentar um pouco no balanço, talvez subir numa daquelas estruturas de madeira e voltar a dormir, me segurei para não entrar numa "casinha" que mais parecia um iglu e deitar ali mesmo, estava com tanto sono que conseguiria dormir em qualquer lugar. Jogamos nossas bolsas num canto e nos apertamos para lavar as mãos e o rosto numa pia comunitária retangular onde havia uma fileira de cerca de cinco torneiras, como a que tinha perto da quadra da escola, antes de enfim sentarmos nos bancos cumpridos feitos da mesma madeira escura que fora usada para a mesa.

Hueningkai e eu estávamos rindo de absolutamente qualquer coisa e por motivo nenhum. Da cara das pessoas, do jeito que estavam andando, da nossa própria aparência, das vozes roucas, uma coisa foi levando à outra e de repente, nos contorcendo e debruçando de tanto rir, começamos a chorar. Quando perguntaram o que era tão engraçado, nem soubemos responder, apenas não conseguíamos parar, principalmente porque a nossa risada também parecia estranhamente engraçada naquela manhã. Parecíamos dois loucos bêbados. De fato estávamos embriagados, mas era de sono. Quase conseguimos nos acalmar, mas tivemos outra crise de riso ao que Beomgyu sem querer, mexendo na câmera do tivô pensando que estava desligada, tirou uma foto nossa. Nós três nos assustamos com o flash e enquanto ele devolvia a câmera lentamente para a mesa, Hueningkai e eu tentamos recuperar o fôlego, parando de rir enquanto apertamos nossos olhos um tanto sensíveis pela luz repentina que foram expostos.

Depois do café da manhã, nós cinco pegamos nossas mochilas e seguimos uma trilha misteriosa pela floresta que o loiro tanto queria ir desde que chegamos. Alguns alunos organizaram partidas amistosas de vôlei, basquete, jogos de tabuleiro, entre outros. Mas nós só queríamos sombra e água fresca. Não demorou muito para que ficássemos sozinhos, cada vez mais afastados do barulho dos outros que deixamos para trás no acampamento. O sol estava forte, mas havia tantas árvores que grande parte do caminho foi pela sombra fresquinha que elas projetavam. Uma vez Yeonjun e Beomgyu decidiram subir numa das árvores, sentados nos galhos mais grossos lá em cima, eles dobraram a manga das camisetas e encheram com os frutinhos rosados que colheram. Tirei uma foto deles alí. Quando voltamos a caminhar, agora com os dois jogando frutinhas para cima, tentando comê-las no ar, Beomgyu nos convidou para a festa de aniversário dos trigêmeos e Hueningkai ficou um pouco cabisbaixo porque isso lembrou que ele não iria poder passar o seu aniversário conosco, embora estivesse feliz por passá-lo com seu pai, afinal, não se viam desde o natal do ano anterior.

— Vocês se importam mesmo com isso por aqui, né? — perguntei para o Yeonjun que era o mais próximo de mim naquele momento.

— Como assim? — perguntou com as bochechas cheias, parecendo um esquilo.

— Com essas festas. Lá em casa nós não fazemos esse tipo de coisa mais, acho que a última vez foi no meu aniversário de 14 anos...

— Por que não fizeram mais?

— Meus irmãos começaram a trabalhar e preferem sair com os amigos a passar em casa. Meus pais nunca fizeram festa para eles e pararam de fazer para mim porque eu não queria mais convidar meus amigos, era muita humilhação.

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