8.

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Enquanto aguardava meus pais, avistei Oliver ao longe e corri até ele, o abraçando por trás.

— Feliz natal! - sorri ao me afastar. — Já está indo?

— Feliz natal. - ele também sorriu, soltando sua mala e me virando para si. — Sim, sinto falta de casa. Você não ia passar o natal com os Weasley's?

— Os Weasley's viajaram, então eu vou pra casa aguentar o inferno dos meus pais. - resmunguei. — Mas, tudo bem, por sorte estaremos de volta depois do ano novo.

— Boa sorte. - ele se compadeceu, Oliver já havia me escutado reclamar sobre alguns fatos envolvendo minha família e casa. — Eu preciso ir, o trem vai sair em pouco tempo e eu não quero me atrasar. Nos vemos depois das festas?

— Claro que sim! - me animei. — Mas antes, eu tenho uma coisa para você. - peguei sobre a mesa do salão principal, uma caixa que continha o presente que havia comprado para Wood. — Acho que vai gostar.

— Não sabia que tinha comprado um presente para mim. - ele sorriu, pegando a caixa e abrindo-a, revelando um bracelete de couro, o mesmo que havia as três bolas do quadribol como pingentes. — É muito bonito, obrigado.

— Eu demorei um pouco para encontrar, mas imaginei que fosse gostar. - me ofereci para colocar em seu pulso, e assim que estendeu o braço, eu o fiz. — É melhor você ir.

— Por que acha que eu não tenho um presente para você? - ele mexeu no bolso e retirou uma caixinha, me entregando. — Abre quando estiver sozinha e me escreve sobre o que achou, tudo bem? Eu preciso ir, nos vemos depois do feriado!

Ele correu para fora do salão de jantar e eu olhei em volta, sorrindo e apertando a caixinha, decidindo que abriria quando chegasse em casa. Meus pais iriam buscar eu e o Draco, e com certeza nenhum de nós estava animado para passar as festas em casa. Em alguns minutos, fomos avisados que nosso pai nos aguardava do lado de fora. Eu odiava viajar de carro voador, são assustadores. Suspirei, pegando minha mala e esperando por Draco, que passou por mim sem sequer olhar. Segui para o exterior, adentrando o carro após deixar minha mala no porta-malas.

— Oi, pai. - forcei um sorriso.

Sendo sincera, não sei bem porque ainda me esforçava para ser agradável. Eu o havia decepcionado quando não entrei na Sonserina, e naquele dia, perdi os meus pais de uma forma que eu nunca vou entender. Eu costumava ser amada, agora sou tolerada, e as vezes nem mesmo isso.

— Olá, Brietta. Draco. - ele olhou de relance para o banco de trás.

— Onde está a mamãe? - questionei, percebendo sua ausência no carro. Mas, como sempre, não obtive nenhuma resposta além do silêncio desconfortável.

Seguimos viagem até finalmente chegarmos a mansão Malfoy, o pior lugar do mundo, na minha humilde opinião. Eu me considerava uma das provas vivas de que uma casa bonita e grande não era sinônimo de felicidade. O dinheiro e o poder só compensavam até certa ponto.

— Dobby irá levar as malas de vocês. - meu pai pontuou, olhando de forma desgostosa para o elfo. — Imediatamente.

— Eu posso levar a minha própria mala. - peguei a mala no chão, recebendo um olhar de reprovação. — Eu vou para o meu quarto, se me dão licença.

Dei as costas e comecei a subir as escadas, adentrando o meu quarto e suspirando. Vai ser um longo feriado.

Abri a mala, pegando o presente que havia ganhado de Wood e me sentei na cama, abrindo a pequena caixinha que continha um colar prateado, com um pingente de águia pendurado. Por um segundo, me perguntei porque ele havia escolhido aquele animal especificamente, já que ninguém sabia sobre a minha forma animaga. Sorri, sabendo que ele me conhecia melhor do que eu pensava, a ponto de conhecer o meu maior segredo e nunca menciona-lo. Prendi o colar no pescoço e prosseguindo enquanto retirava minhas coisas pessoais da mala.

𝗽𝗲𝗿𝗳𝗲𝗰𝘁, oliver wood.Onde histórias criam vida. Descubra agora