4.

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— Eu conheci seus pais quando era criança. - comentei, olhando para Harry por alguns segundos, logo voltando o olhar para a prateleira de prêmios de quadribol.

— Mesmo? Como eles eram? - o garoto questionou, sorrindo ao observar o prêmio de artilheiro do pai.

— Pelo pouco que me lembro, eram fantásticos. - sorri. — Eu tinha três anos de idade, Seus pais eram amigos do meu primo,  estavam sempre aprontando por aí, me lembro de que eles costumavam brincar comigo quando você era bebê.

— Queria ter alguma lembrança deles, qualquer uma.

— Eles estarão sempre com você, bem aqui. - coloquei a mão em seu peito. — Tem sorte de ter pais dispostos a dar a vida por você.

— Acha que seus pais não fariam? - ele parecia confuso. É óbvio, toda a escola sabia mais sobre ele do que ele mesmo, como poderia esperar que soubesse algo da minha vida?

— Meus pais não são...como a maioria dos pais. - balancei os ombros. — Existe família além do sangue.

— Ron disse que você é próxima da família dele. - Potter mencionou, caminhando rumo ao salão principal, onde teríamos o jantar da noite.

— Os Weasley's são ótimos. Apesar de estar na mesma turma do Percy, não somos exatamente grandes amigos. Mas Fred e George são meus melhores amigos. É bom ter um lugar para fugir as vezes, a Molly e o Arthur costumam me acolher quando as coisas saem do controle na minha casa.

— Ron tem sido ótimo, já o Draco... - o garoto não escondeu o tom de reprovação. — Sinto muito que você tenha obrigação biológica de lidar com ele.

— Você é estranhamente bem articulado pra um garoto de onze anos, alguém já te disse isso? - dei risada. — Draco não é ótimo, mas é meu irmão, ainda tenho um pouco de fé nele. Talvez algum dia ele perceba que está se afundando sozinho.

— Espero que esse dia chegue logo. - Potter murmurou. — Vou me sentar com os outros, até mais!

Ele se sentou na mesa da Grifinoria, ao lado de Ron e Hermione. Enquanto eu caminhei até a mesa da Corvinal, me sentando entre Roger e Tatia.

— Ouvi dizer que a Murta está dedurando os casais que se agarram no banheiro dela. - Roger disse, fazendo careta. — Por que fazem isso na escola? Faz algum sentido?

— Pare de ser enxerido, Roger. - Penelope negou com a cabeça. — Somos adolescentes, temos hormônios. Não existe nada de anormal acontecendo.

— Além do mais, ela é um fantasma, não deve ter muita diversão. - dei risada. — Dedurar alunos deve ser a coisa mais legal que aconteceu com ela desde que virou fantasma.

﹝•••﹞

O jogo da Grifinoria e Sonserina seria em alguns minutos, e eu estava sucumbindo ao nervosismo, por diversos motivos diferentes. Primeiramente: precisávamos que a Sonserina vencesse, sabíamos que o nosso time era melhor, mas a confiança da Grifinoria sempre ficava abalada depois de derrotas. E em segundo lugar: Oliver.

Era sempre preocupante estar na arquibancada, assistindo enquanto as chances dos jogadores irem para a área hospitalar é enorme. Talvez, também estivesse preocupada com o jogo contra a Grifinoria na semana que vem. Eles estavam mais fortes do que nunca agora que o Potter estava no time. E bom, não é a coisa mais agradável do mundo jogar contra a pessoa pela qual eu sou apaixonada a quase um ano.

A professora apitou, e logo a partida estava acontecendo. Os balaços voavam para todos os lados, enquanto a goles estava sob posse da Grifinoria, e para o azar da Sonserina, o ponto fora marcado minutos depois. A ansiedade estava me corroendo, e quando a goles foi arremessada em direção ao gol pelo capitão da Sonserina, Marcus, pude sentir meu coração bater mais forte do que o recomendado. Porém, Oliver, estava lá, defendendo o aro central, com um sorriso de sátira nos lábios, debochando da expectativa criada pelos torcedores de verde. Eu me encontrava dividida entre alívio e pânico.

Dividia minha atenção nas bolas e nas jogadas sujas que a Sonserina exercia, as quais não eram poucas. Após mais um ponto da Grifinoria, os artilheiros da Sonserina passaram a se aproximar dos aros em alta velocidade, logo tendo a goles indo em direção aos aros, e novamente, Oliver estava lá para impedir. Em uma jogada rápida e raivosa, Marcus, usou de seu bastão de batedor para arremessar um dos balaços em direção a Oliver, que foi acertado e em questão de segundos, estava no chão.

Me levantei rapidamente ao presenciar a cena, afim de enxergar se ele estava bem. Após ver o garoto sendo retirado da areia, corri para fora dos palanques, descendo as escadas rapidamente e logo me juntando aos responsáveis por levar o Oliver até a enfermaria. Aparentemente, ainda desmaiado.

Após certa caminhada, estávamos todos na área hospitalar. Eu, encarava-o com preocupação enquanto a madame Pomfrey fazia seu melhor para fazê-lo acordar, o que foi feito rapidamente.

— Wood! - me aproximei, o abraçando. — Eu fiquei assustada, e preocupada, pensei que...Bom, não importa, você está bem.

— Perdemos o jogo? - ele se afastou do abraço, tentando olhar pela janela.

— Eu não sei, saí de lá antes do fim do jogo e...

Antes que pudesse finalizar a frase, os jogadores da Grifinoria invadiram a enfermaria aos berros, comemorando a aparente vitória minutos atrás. Oliver, como se nada tivesse acontecido, se levantou e comemorou com seu time.

Eu me senti imediatamente envergonhada e um pouco triste, estava feito uma idiota e ele só se importava com a porcaria do jogo. Resolvi deixá-lo curtir seu momento, afinal, ele era o capitão. Em passos rápidos, me retirei dali, decidindo ir até a biblioteca, onde sabia que ficaria em paz, pelo menos pelo resto do dia.

𝗽𝗲𝗿𝗳𝗲𝗰𝘁, oliver wood.Onde histórias criam vida. Descubra agora