19.

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— Acha mesmo que consegue jogar o próximo jogo? - questionei, me sentando ao lado dos meus amigos na mesa do grande salão.

— Eu quero muito jogar, Brietta. - Cho sorriu. — Eu estou bem das contusões, juro!

Olhei para Tatia, recebendo um revirar de olhos.

— Vou conversar com o resto do time no treino e decidimos isso, tudo bem?

— Tudo bem, fazer o quê. - Chang murmurou, enfiando uma colher de mingau na boca.

— Falou com o Oliver depois do jogo? - Penelope questionou.

— Não, ele pediu para me encontrar mas não apareceu. Pobrezinho, deve estar acabado. - suspirei, entristecida pelo provável estado do meu namorado.

Olhei para a mesa da Grifinoria, vendo Wood mexendo em sua panqueca com o garfo, olhando para baixo. Em um instante, seu olhar se ergueu e fixou no meu, então eu sorri, mas não tive resposta.

Certo, aquilo não havia sido nada normal. Wood nunca tinha deixado de pelo menos sorri para mim. me levantei e dei a volta na mesa, indo até onde o garoto estava sentado.

— Vai me dizer o que está acontecendo ou eu vou precisar adivinhar? - cruzei os braços.

Oliver não respondeu, apenas se levantou e me puxou para um canto mais isolado, próximo das janelas.

— Acho que devíamos terminar.

— Eu estou falando sério, Wood. Me diz logo o que está havendo.

— Também estou falando sério. - Oliver suspirou. — Não estamos no mesmo nível. É isso, não consegui ser bom o suficiente.

— Do que você está falando, Ollie? Isso é loucura! - tentei não me exaltar, respirando fundo. — Estamos juntos a mais de dois anos, não faz sentido você vir com esta história de nível. Nunca precisamos disso.

— Você é uma campeã, Brie. Deve ficar com alguém como você.

— Por que você não consegue me olhar nos olhos quando diz essas besteiras? - o encarei. — Quer mesmo terminar as coisas assim?

— Esperava que pudéssemos ser amigos e...

— Pode parar por aí! - o interrompi. — Se é terminar que quer, então é o que vai acontecer. Só...fica longe de mim.

Me afastei, andando em direção a saída do grande salão. A sala comunal era longe demais, eu precisava de um lugar para me esconder, o mais perto possível.

Adentrei o banheiro feminino, olhando ao redor para ter certeza de que estava sozinha. Fechei a porta e me sentei no chão, sentindo as lágrimas quentes descerem gradativamente pelos meus olhos. Eu poderia dizer que era forte demais para chorar por um término, mas eu sou muitas coisas, mentirosa não é uma delas.

— Por que veio chorar aqui? Cadê aquele seu namorado? - ouvi a voz de Murta e ergui o olhar. — Eles também trataram você mal?

— Não, não é isso. - passei as costas da mão nos olhos, afim de secar o rosto. — Nós terminamos. Sou oficialmente uma idiota.

— Não é! - Murta deu risada e se sentou na janela. — Você é uma das poucas pessoas que é gentil comigo.

— Não tenho porque não ser gentil com você, tenho? - ela negou com a cabeça. — Só estou me sentindo estúpida. Eu fiz tantos planos e tinha tantas expectativas...Acho que levei isso a sério sozinha.

— Quer saber? Se é assim, a culpa é toda dele. Saia do meu banheiro e seja a Brietta que todos conhecem. Você não é uma chorona.

Quem diria que a Murta era uma feminista devota?

— Sabe que tem razão? - me levantei. — Eu tenho aula de herbologia, preciso ir. E...obrigada, Murta.

Sorri lateralmente antes de sair do banheiro. Passei pelos corredores, tentando disfarçar que havia chorado a alguns minutos atrás.

— Malfoy! - os gêmeos se aproximaram. — Soubemos do que houve. Você está bem? Algo que possamos fazer?

— Eu estou bem, meninos. - sorri. — Vocês podem me acompanhar até a aula?

— Claro, agora mesmo.

Caminhei ao lado dos gêmeos, recebendo alguns olhares estranhos no caminho. Merlin, a escola inteira havia escutado aquele término ridículo no grande salão?

— Fred, George... Vocês ouviram tudo? - questionei.

— Acho que todos que estavam perto ouviram, Brie. -  Fred suspirou. — Eu achei isso bem idiota.

— Esperava mais do Oliver, francamente. - George resmungou. — Mas o que importa é que você está bem, e que não precisa dele.

— Claro que não, nunca precisei. - suspirei. — Mas eu o queria muito. É tão estranho, sabe? A gente se conhece a tanto tempo, e ficamos tanto tempo juntos, e de repente ele faz isso, sem nenhum motivo real.

— Brie, o Wood leva a carreira dele muito a sério. Ele tem medo de não ser bom o bastante para entrar em um bom time. Talvez ele se sinta parecido em relação a você.

— Idiota. - murmurei. — Ele é tão estúpido em pensar que eu me importo com isso, o mínimo que fosse.

Os gêmeos suspiraram, sabiam que nada que dissessem, seria inútil. Eu estava triste, e especialmente, com raiva.

Não gosto deste sentimento, me lembra da minha família.

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𝗽𝗲𝗿𝗳𝗲𝗰𝘁, oliver wood.Onde histórias criam vida. Descubra agora