35.

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Oliver Wood's POV.

Sirius me encarava preocupadamente, e eu compartilhava dessa mesma preocupação. Ele estava abalado, e é claro que eu também, mas ninguém nesta casa ficaria mais devastadoramente infeliz com a notícia que carregavamos do que Brietta. Apenas a ideia fazia com que meu coração se repuxasse em agonia, como se estivesse sendo esmagado por uma mão gigante.

— Ela vai ficar tão...eu nem posso pensar nisso. - escondi o rosto entre as mãos. Faltava coragem para o que eu precisava fazer. E eu me dizia orgulhoso de ser parte da grifinoria.

— Eu posso contar, Oliver. Talvez eu...

— Não, Sirius. Eu preciso fazer isso. Não se preocupe, eu só...estou sofrendo por antecipação. Não saber como ela vai reagir é o que me preocupa mais.

— Bom dia! - a voz graciosa, alegre e levemente rouca ecoou na sala, interrompendo nossa conversa. — Por que essas caras? Cadê o jornal? Quero saber as novidades do torneio! Já sabem quem ganhou?

— Harry. - Sirius interrompeu e eu apenas ergui o olhar, negando com a cabeça. — Harry ganhou.

— Merlin! Eu não acredito! - ela pulou no meu colo e eu apenas agarrei sua cintura, permitindo que ela ficasse confortável. — Se ele venceu, por que vocês dois estão com essas caras de enterro, hein? Deveríamos estar comemorando! Estamos perto das férias, precisamos buscar o Harry e fazer uma festa. Eu vou comprar um vestido novo e...

— Brietta. - interrompi, segurando seu pulso. — Não foi só isso que aconteceu no torneio ontem.

— O que quer dizer? - ela se virou para mim. Seu sorriso diminuindo com os segundos. Merlin, o meu coração já estava partido. — Oliver, o que aconteceu?

— Harry está sendo acusado como mentiroso pelo profeta diário, por boa parte do mundo mágico.

— Por quê? Acham que ele trapaceou?

— Durante a última fase do torneio, Harry alegou ter visto coisas envolvendo Voldemort. Ele... está de volta.

— O quê?! - ela se levantou bruscamente. — De volta, tipo...de verdade?

— Carne e osso, aparentemente. - Sirius confirmou. — Mas não é... só isso.

— O que mais? Ele machucou o Harry?

— Sim, mas ele está bem. Porém, mais alguém se machucou. E foi...fatal. - engoli seco ao pronunciar a última palavra. — O Cedric, Brie...Eu sei que ele era um dos seus melhores amigos e...

— Não, não. Isso não é possível. - observei o brilho abandonar as orbes azuis e brilhantes que eu tanto amava. Porém, após alguns segundos, a opacidade fora substituída pelo brilho molhado das lágrimas. — Não o Cedric, Oliver, ele não. Por favor, me diz que não é verdade. Diz pra mim!

Lancei um olhar desesperado para Sirius, torcendo que ele soubesse o que fazer. Droga, Oliver, faz alguma coisa!

— Meu amor, escuta. Olha pra mim, tá bom? - a segurei pelos braços, forçando-a a me encarar. — Ele não gostaria de te ver assim. Respira, por favor. Eu sei que você o adorava, mas...Precisa ser forte, ouviu bem?

— Para de falar sobre ele no passado! - Brietta soltou os braços e acertou meu peito com alguns tapas. — Para com isso! Para agora!

E socos, e mais tapas. E eu simplesmente deixei que fizesse.

— Brietta, pare com isso! - Sirius abraçou a afilhada por trás, afim de impedi-la de continuar desferindo golpes contra mim. Não eram fisicamente dolorosos, mas cada um deles me fazia querer explodir. — Se acalma, se acalma. Bater no Oliver não vai trazer ele de volta.

[•••]

Algum tempo havia se passado desde que contamos a Brietta sobre Cedric. Ela havia tido um ataque, como previsto, gritou e chorou até cair no sono.

— Oliver, você deveria ir pra casa e descansar. O dia está na metade mas foi exaustivo. Eu fico aqui com ela.

— Nem mesmo o Voldemort em pessoa seria capaz de me tirar dessa poltrona, Black. Não vou sair do lado dela. - pontuei sem sequer desviar os olhos do rosto avermelhado e levemente inchado de Brietta. Durante o sono, ela ainda soluçava, como se chorasse em seu sonho.

— Vou te fazer um chá, então. - Sirius depositou dois tapinhas em meu ombro antes de sair do quarto.

Suspirei pesadamente, pensando em como iria lidar com ela quando acordasse. Brietta já havia perdido demais. Gostaria de poder fazer com que toda a dor dela fosse embora. Ela não merecia passar por nem um pouquinho disso.

Levantei da poltrona, me aproximando da cama e me sentando ao lado dela, puxando seu corpo para se aproximar e rapidamente ela se agarrou ao meu braço como se fosse o último livro de histórias trouxas do mundo. Aproximei o rosto do dela lentamente, depositando um beijo em sua testa levemente suada.

— Sinto muito. - murmurei contra a pele clara da Malfoy a qual eu era estupidamente apaixonado desde os meus quatorze anos. — Vai passar, eu prometo.

Não era exatamente verdade, mas esperava que fosse. Precisava que fosse.

•••
minhas sinceras e profundas desculpas, EU JURO que eu não sou essa cuzona 24/7. te amo, cedric, te amo. desculpa te matar (de novo).

e desculpa pelo atraso na postagem, fiquei sem internet mas as postagens vão continuar sendo às quintas e aos domingos.

𝗽𝗲𝗿𝗳𝗲𝗰𝘁, oliver wood.Onde histórias criam vida. Descubra agora