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Brietta Malfoy's point of view.

- E o que ele respondeu, Draco? - questionei enquanto caminhava ao lado do meu irmão mais novo, recém chegado em Hogwarts, e com um impressionante atrativo para problemas.

- Disse que pode perceber sozinho quem é a pessoa errada, dá pra acreditar nisso? O Potter me paga. - podia sentir a raiva em sua voz. Ele, infelizmente, era como o nosso pai.

- Não acho que ele esteja errado. - comentei, recebendo um olhar enfurecido. Suspirei, parando de andar e segurando seus ombros com as mãos e me abaixando um pouco para nivelar nossas alturas. - Eu sou sua irmã, e por mais que você seja muito insuportável, eu te amo, e seria incrível pra mim se você se comportasse aqui.

- Eu não vou ouvir conselhos de quem envergonhou a família. - ele se afastou, exibindo o símbolo da sonserina em sua camisa. - Papai vai ficar feliz em ver que estou usando este uniforme, e não um como o seu.

- Você nunca foi muito esperto, não esperariam nada assim de você. - cruzei os braços. - Vai pra aula, nos vemos depois.

Não o dei a chance de revidar, já ouvia esse tipo de comentário o suficiente vindo de nosso pai. Bom, definitivamente não é fácil ser da corvinal e também ser uma Malfoy. Eu queria poder escolher. Após um suspiro, dispersei dos pensamentos e caminhei rumo a ala oeste do castelo, onde poderia chegar a torre da corvinal, e sumir da vista do meu irmão desagradável. Quem disse que crianças não tem maldade no coração, certamente não conhecia o pequeno Malfoy.

Já na torre, evitei contato visual com os outros estudantes, definitivamente estava mais aborrecida e indisposta do que já me lembro de ter estado. Não demorei a chegar até meu quarto, onde permiti que meu corpo atingisse a cama, e meus olhos se fixassem no teto.

- Brie, o que pensa estar fazendo? Temos treino, agora. - Tatia me apressou, enquanto prendia seu cabelo em um rabo de cavalo baixo.

Respirei fundo, eu nunca vou conseguir ficar sozinha nesse lugar. Levantei e fui me vestir, Roger iria arrancar a minha cabeça se eu me atrasasse para o treino, de novo.

[...]

- Malfoy, pode por favor prestar atenção no que estamos falando? Ou pelo menos fingir. - Roger se sentou ao meu lado, me fazendo dispersar o olhar do garoto ao fundo do campo. - Eles são os inimigos aqui, Brie. Deixe a amizade para o lado de dentro do castelo.

- Não tem nada. É só que...eles são tão arrogantes. - murmurei, umedecendo os lábios. - Temos mesmo que dividir o campo com eles?

- Não gosto disso tanto quanto você, mas foi o único acordo que eu consegui para treinarmos hoje. Eles estão sendo legais de nos deixarem ficar no dia deles. - ele se levantou e estendeu uma das mãos para mim.

Sorri lateralmente, segurando sua mão e me levantando, voltando para o aglomerado de jogadores de uniforme azul.

- Não vai ser um jogo fácil, mas, se confiarmos na nossa tática, acho que podemos vencer. - Roger explicou, sorrindo. - A Grifinoria e Sonserina jogam na próxima semana, precisamos ver do que o Harry Potter é capaz antes de finalizarmos o plano de jogo.

- E o jogo contra a Sonserina? Eles não são uma preocupação? - questionei.

- É claro que são, não é surpresa que eles não joguem limpo. Porém, por hora, devemos focar no problema principal que é a Grifinoria.

Assenti, suspirando. Boa parte da minha família era da Sonserina, e foi um baque para os meus pais descobrirem que a filha deles era da Corvinal. Aparentemente, eu falhei na missão de ser como eles, mas para compensar, Draco ficou com todo o crédito. Ele era exatamente como meu pai gostaria que eu fosse; mimado, arrogante e detestável. Eu diria que me surpreende que ele tenha amigos, mas Crabbe e Goyle não são exatamente criaturas muito conceituadas.

Após o fim do treino, decidi que precisava dar uma volta pelo castelo, apenas espairecer antes de voltar para a torre. Atravessando os corredores, com todos os novos alunos tentando encontrar seus lugares aqui, sortudos são os que conseguem, estou aqui a quatro anos e não faço idéia se realmente me encaixo em algum lugar.

- Malfoy! - ouvi meu sobrenome ser chamado, então me virei, instintivamente. - Você corre rápido, estou tentando te alcançar a dois corredores.

- Desculpa, Wood. - sorri. - Só um pouco distraída e com pressa. Precisa de algo?

- Não, só queria saber como você está, soube que seu irmão não te deu paz desde que chegou.

- Olha, Oliver, não quero falar sobre o Draco. - suspirei. - Ele é assim desde que me lembro, e não vai mudar, estou bem com isso.

- Se você quiser, podemos matar algumas aulas e ir até o três vassouras.

- Eu adoraria, sei que mal chegamos, mas eu preciso sair um pouco deste lugar, me sinto mais sufocada do que nunca.

- Por que seu irmão entrou na Sonserina e você não?

- Eu não queria entrar na Sonserina, Wood. - me afastei um pouco dele. - Olha, esquece, nos vemos por aí.

Não o dei deixei dizer nada, apenas saí andando o mais rápido que conseguia, precisava chegar a torre e dormir sem ser incomodada pelo Draco, ou por pessoas querendo falar sobre o Draco.



𝗽𝗲𝗿𝗳𝗲𝗰𝘁, oliver wood.Onde histórias criam vida. Descubra agora