34.

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A um tempo atrás, os pais de Oliver encontraram uma casa a venda em um subúrbio trouxa não muito longe do centro de Londres. Ela era simplista, não se destacava muito entre as outras casas, parecia perfeitamente normal. Além de, é claro, a quantidade exuberante de feitiços de proteção envolvendo basicamente toda a construção. Após bons meses desaparecido, Sirius entrou em contato através de uma carta, e em pouco tempo, ele estava se mudando para a minha casa, onde viveríamos juntos e eu o ajudaria a se esconder. Pensamos que ninguém desconfiaria que ele estivesse comigo. Apenas algumas pessoas sabiam disso; Eu, obviamente. Oliver, os gêmeos Weasley e Penelope. Depois que Roger esteve aqui e eu... gesticulei com ênfase no nariz dele, Penelope usou obliviato para que este fato fosse esquecido. O plano não era que Sirius fosse visto.

Após este ano letivo em Hogwarts, Harry viria morar conosco e finalmente estaríamos completos e em família. Com amor e apoio, como nós três sempre quisemos e nunca pudemos ter. E tinha Oliver, que estava sempre por perto, cuidando de mim e de Sirius, do jeitinho dele. Estava ansiosa, tão ansiosa que havia decidido voltar a pintar, algo que não fazia a muito tempo. Os móveis do meu quarto estavam levemente espalhados, enquanto de cima de um banquinho, eu pintava um dos vários desenhos na parede branca. Bolas de quadribol, algumas águias, flores, borboletas. Aos olhos externos, poderia parecer levemente poluído, exagerado. Mas, pra mim, era a representação de quem eu era e de quem eu amava.

— Brie! - ouvi a voz de Oliver, mais agitada do que o usual, então apenas virei o pescoço o suficiente para poder encarar seu rosto. — Céus, está ficando ótimo, meu amor.

— Obrigada. - sorri, descendo do banquinho e colocando o pincel sobre a lata de tinta. — O que foi? aconteceu algo?

— Na verdade, sim. - ele se sentou na cama que agora estava desalinhada no centro do quarto, suspirando antes de falar. — Sabe o que é o torneio tribruxo, não é?

— Claro que sei, não sou uma tonta. O que tem ele?

— É que...Merlin, como eu vou te contar isso? - seus murmúrios estavam começando a me assustar. Oliver não ficava nervoso assim me dizendo algo há...bom, há anos. — Certo, eu não consigo dizer isso, veja você.

E então, me estendeu o jornal da manhã, onde a capa chamou minha atenção imediatamente.

Harry Potter.
Cedric Diggory.
Hogwarts.
Torneio Tribruxo.
Participante contra as regras.

— O que... não, não. É impossível. Por que isso agora? Dumbledore perdeu completamente o juízo?! - soltei o jornal no chão, encarando Oliver, incrédula. — Harry é só um garoto, uma criança, como podem ter permitido isso. E Cedric, Merlin, se algo acontecer com eles...

— Ei, se acalma. - Oliver se levantou, envolvendo meu corpo em um abraço reconfortante. — Aparentemente, o nome de Harry foi cuspido do cálice de fogo, ele jura que não colocou e que não queria participar. Todos ficaram confusos, mas a regra é clara: se o cálice sorteou o nome, ele precisa participar. E o Diggory...Bom, ele colocou o próprio nome.

— Meu...Que idiota! - bufei, acertando um tapa no ombro de Oliver. — Por que eu não pude receber pessoas sem tanto desejo por aventura na minha vida? E qual é o problema do Dumbledore, pelo amor de Merlin. Coisas estranhas vêm acontecendo em Hogwarts e ele decide colocar alunos para competir por dinheiro e uma porcaria de troféu?

— Ah, Brietta. Veja só, eu participaria, se ainda fosse aluno.

— Não repita isso nunca mais, ouviu bem? Graças a Merlin você não é mais um aluno para poder fazer uma estupidez dessa magnitude. Sirius já sabe disso? - não esperei pela resposta, apenas saí pela porta, caminhando pelo corredor. — Sirius! Você viu o jornal?

— É claro que vi, Brietta. - ele estava sentado no sofá, segurando um dos exemplares do profeta diário. — Como isso foi acontecer? Em outras circunstâncias, eu acharia tudo isso tão animador, mas agora? Harry corre constante perigo, não precisa se expôr a mais um, desnecessariamente.

— Eu soube que as pessoas em Hogwarts não acreditam que Harry não colocou o nome no cálice. Até alguns alunos da Lufa-lufa parecem bem irritados com ele. - Oliver explicou, recostando contra a parede da sala de estar.

— Isso só pode ser piada. - suspirei, me sentando ao lado do meu padrinho. — Ele já sofreu demais para um garoto, não acham? E mais isso... Pobre Harry, mal posso imaginar como ele deve estar se sentindo.

— O que podemos fazer é torcer por ele. - Sirius sentenciou calmamente. — Pode ser um inconveniente grotesco, mas Harry merece o nosso apoio. Especialmente o seu, Brie. É como uma irmã mais velha, precisa fazer isso por ele.

— Eu sei, é só que eu... Gostaria de poder ir no lugar dele apenas para que não passasse por isso. - umedeci os lábios, cabisbaixa. — Mas tem mesmo razão. Já que ele precisa participar, que ele vença. Harry é bom, talentoso, vai saber o que fazer, tenho certeza.

•••

no próximo capítulo só posso prometer que vocês vão querer me bater na rua. amo todos <3

𝗽𝗲𝗿𝗳𝗲𝗰𝘁, oliver wood.Onde histórias criam vida. Descubra agora