Merlin
Ambos viam o menino sair dali como um cachorrinho ferido. Estava estampado no seu rosto e no seu modo de agir que ele não estava nada bem, algo o incomodava por completo.— Eu acho melhor você ir procurá-lo. Sabe... amigos valem ouro — disse ele, incentivando o loiro a ir procurar o amigo.
Do contrário de Rowell, Andrew parecia completamente preocupado com o amigo. Seu rosto deixava transparecer seu temor e sua apreensão. O maxilar trancado demonstrava que estava mordendo a língua com força.
— O que será que houve com ele? — Perguntou Andrew, fitando os olhos do diretor como se de lá pudesse obter alguma resposta. Algo que talvez o aliviasse. Um refúgio em particular.
— Você só vai saber se você for achá-lo — concluiu o velho, ainda fitando a porta na qual o seu aluno acabara de sair.
Stanford enfim começou a se mexer, questionando-se a cada instante o que estaria acontecendo. Não tinha a mínima ideia do que estava espreitando a linha do tempo, sequer uma pista. O grande paredão de pedra se abriu alguns instantes depois de ele se posicionar na frente da mesma.
Como sempre, não havia ninguém ali. Somente um pouco de poeira que vagava pelo vento à solta tão perdida quanto ele.
Virando à esquerda, Andrew pôde encontrá-lo, ele estava com o cenho completamente franzido, os braços abarcando as pernas como em um abraço,a veia de frustação em sua testa estava indicando que a qualquer momento ela podia papocar.
— Clifford, Clifford! — Chamou o loiro, em tom exasperado, examinando o moreno com atenção. — O que foi que houve contigo? — Questionou, sentando-se ao seu lado, fitando-o com um quê de curiosidade e espanto.
— Nada — respondeu ele, com voz sombria.
Um arrepio de terror transpassou pelas artérias de Andrew, fazendo-o dar um breve suspiro frio e gélido. Clifford estava diferente do que antes.
— V-Vamos, somos amigos, não? — Andrew tentou encorajar o amigo, mas o garoto ainda estava na mesma posição e com o mesmo semblante forjado.
— Eu já te falei que era apenas a concentração que não veio! — Mentiu Clifford, afastando o rosto do olhar do amigo para que ele não pudesse ver o seu semblante de sofrimento.
— Você nunca, jamais ficou triste ou com raiva porque não conseguia fazer alguma coisa; Por mais que a dor te pegasse, você nunca desistia e é isso que eu admiro em você — soltou Stanford com toda a força, achando que aquilo iria tranquilizá-lo.
Fleenor soltou um longo suspiro de tortura, estava completamente acabado e não tinha mais como esconder o que tinha; mas ainda assim não mostrou-se para o loiro.
— Clifford, me escuta bem: olha pra mim — ordenou Andrew, podia não ser o dono de Clifford mas tinha autoridade para tal.
O moreno enfim cedeu, encarando-o com olhos inchados e vermelhos de tanto choro que vivia guardando há tanto tempo.
— Meu Deus! O que foi? Por que esteve chorando? — Indagou, averiguando ainda mais por dentro dos olhos do amigo, como se procurasse sua alma por dentro deles.
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O Outro Lado Da Moeda [CONCLUÍDO]
FantasyNão tendo nem a menor conexão um com o outro, dois garotos são escolhidos pelo destino a fim de conseguir poder suficiente para conseguirem derrotar um dos maiores Bruxo das Trevas que já existiu. Um livro em que os personagens devem aprender a resp...