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Orquídeas
Magnus
Andava pelas ruas movimentadas com minhas mãos escondidas nos bolsos da jaqueta. O tempo estava chuvoso e o vento frio bagunçava seus cabelos. Mas isso não me desencorajou, finalmente tinha o dinheiro para pagar o hospital psiquiátrico em que minha mãe estava internada. Ou pelo menos umas duas parcelas da gigantesca dívida que tinha. E ainda tinha os juros dos meses atrasados. Oh, merda.
Eu não gostava realmente de deixá-la lá, mas a opção de ela ficar em meu apartamento não era a das melhores, eu não sabia o que ela poderia aprontar sozinha, ela não tinha condições de ficar sozinha nas horas em que eu 'trabalhava'.
Se aquele acidente não tivesse acontecido, talvez as coisas estivessem mais fáceis. Eu sabia que já fazia um pouco mais de três anos, mas isso não aliviava ou abrandava a dor. Eu sentia falta da minha vida normal, de poder estudar e não me matar de trabalhar, de poder ter momentos de lazer e ser um jovem qualquer, poder ter um relacionamento, de poder ter alguém para contar, de poder ter uma família. Não que eu não considerasse minha mãe minha família, longe disso, ela é a única que me restou, mas.... seria eu egoísta de querer ter alguém do meu lado?
Às vezes, eu tinha a impressão que os romances que via por aí, nas séries, filmes clichês e até mesmo nas histórias não fossem para mim, que os amores incondicionais e sem medos não me alcançariam, que eu seria para sempre sozinho, já que o peso de ser ator pornô precede qualquer outra curiosidade sobre mim. Será que algum dia alguém se importaria o suficiente para entender que eu não tive escolha?
Será que algum dia alguém desejaria ficar?
Do fundo do meu coração eu imploro para que sim.
Respirei fundo, saindo dos meus pensamentos deprimentes, quando avistei do outro lado da rua uma floricultura. Mas o que mais me chamou a atenção foram os buquês muito bem feitos através do vidro. Atravessei a rua rapidamente, parando em frente a vidraça, observando o interior do local. Era tudo muito bonito, apesar de simples, então decidi entrar.
O cheiro de flores era forte lá dentro, as essências se misturavam e as cores eram das mais variadas, ornamentando todo o local com elegância. As flores que mais se destacaram aos meus olhos foram as orquídeas. Eram as preferidas da minha mãe. Especialmente as amarelas.
Saio da floricultura com um buquê de orquídeas amarelas e mesmo que elas tenham custado o meu almoço, estou feliz por poder mimar um pouco a minha mãe. Sei que não é grande coisa, mas melhor do que quando aparecia com as mãos vazias.
Entro no hospital depois de ser revistado na entrada e as flores analisadas, me dirigindo para o quarto onde minha mãe ficava. O enfermeiro que eu não conhecia me liberou a passagem e entrei no quarto totalmente branco, com uma janela que dava para um jardim bonito do lado de fora, repleto de equipamentos que eu não havia chego nem perto de estudar nos meses que cursei medicina na faculdade.
O corpo magro e moreno de minha mãe estava apoiado na beirada da cama hospitalar, virado para a janela, observando o mundo lá fora atentamente e em silêncio. Dei passos leves, mas deixando claro que estava dentro do quarto, para não a assustar.
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Yes, Capitain (Malec)
RomansMagnus não imaginou que, ao conhecer Alexander Lightwood, com as bochechas coradas e o olhar doce e tímido, ele se transformasse em uma cena. Capitão nunca seria mais a mesma palavra aos seus ouvidos.