Quarenta E Um

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HARRY

Meu corpo permanece imóvel enquanto Nina caminha para longe de mim. O choque em meus olhos parece demais para agir de qualquer forma. Nina, minha doce Nina, se sentiu com ciúmes de mim. Meus pensamentos se voltam para as últimas cenas que lembro de ter agido normalmente, a caída que esta ajudando Nina claramente deu em cima de mim, algo que eu claramente nunca ligaria, mas Nina ligou. 

Seu descontrole emocional causou um efeito nunca visto por mim antes, nunca alguém tinha controlado as minha emoções, e o jeito que ela me fez sentir... Foi a melhor tortura que já senti. Meu corpo reagiu ao seus encantos de forma bem urgente, ainda consigo sentir a pele macia de sua coxa em minha mão, por mais que eu deva dizer que é um jogo perigoso, foi a melhor coisa que já senti. Sua boca ficou a segundos de ser tomada pela minha, e por mais irracional que eu estivesse, era tudo o que eu queria. 

Meu corpo finalmente entra em ação e sigo seus passos até o seu quarto, não posso dizer que estou assustado com o seu comportamento, foi o melhor erro já cometido por alguém. Sentir a sua pele e o seu corpo é algo que realmente desejo, Nina não colocou desejo em mim, ela só ativou o que já existia. 

Paro um pouco para respirar fundo e entro em seu quarto, Nina e eu sempre fazemos a mesma coisa depois dos treinos, eu curo qualquer machucado que ela possa ter, e ela limpa minha memória depois. É um bom acordo, ela está ficando boa demais em entrar na minha cabeça. Olho para ela do outro lado do quarto, Nina ainda não trocou de roupas, não deu tempo. 

Meu olhar cai sobre o ponto em que a sua alça foi destruída e pisco para manter o foco. Nina tem o rosto vermelho, numa expressão de pura agonia. 

- Você... não tem do que se envergonhar. - Digo sendo sincero. 

Me sento em frente a minha protegida, ah frase estranha, Nina é a minha protegida, eu a tenho que proteger, mas ela está ficando forte, e daqui a algum tempo conseguirá driblar qualquer um sozinha. Ela me dá orgulho, Nina é forte, é a pessoa mais forte que já conheci, e em meus muitos anos de vida já conheci muita gente. 

Ela levanta seus olhos para mim, mas o olhar dura menos do que um segundo, Nina não consegue me encarar, o sentimento é contrário comigo, pois a única coisa que consigo fazer é procurar seus olhos.

Nina mantém o olhar nas pernas, puxo a sua mão para a minha e trabalho em um pequeno arranhão em seu punho. O que mais detesto nesses treinamentos são os cortes e outras coisas que fazem a ela, sinto a sua dor, mas o que realmente me machuca é ver ela se machucar, quase sempre só apareço no final, hoje acompanhei um pedaço no fim do treino.

Sua mão está um pouco gelada, gelada demais para alguém tão quente. Aperto de leve sua pele e a solto em seguida. 

- Onde mais você está machucada? 

Pergunto não querendo ir tocando todo o seu corpo em busca de algo, eu adoraria tocar todo o seu corpo, mas sou respeitoso demais para isso, antes preciso ter a certeza de que Nina me quer. Ela levanta um pedaço da sua blusa e vejo um roxo tão feio e grande quanto o arranhado profundo que ela tem na coxa direita. Sou rápido e discreto tocando seus machucados. 

Nina e eu temos uma conexão, consigo curar suas feridas facilmente, sou treinado para isso, como um anjo da guarda, mas ouras pessoas já é um pouco mais complicado para mim fazer esse feito. Nina parece mais aliviada quando diz que não tem mais nenhum machucado, quando finalmente termino. Sinto que preciso dizer algo a ela, mas não sei exatamente o que dizer. 

Quando confessei a Nina o motivo de ter que a fazer se esquecer de mim, eu não esperava que ela falasse nada ao certo, mas ainda assim o seu silêncio me fez pensar que não sentia nada por mim. Um calor se espalha por meu corpo quando percebo que se ela sentiu ciúmes é porque deve sentir algo por seu anjo. 

- Nina... Eu não mudei tanto nos últimos meses. - Falo com a voz baixa, deixando ela entender que meus sentimentos ainda são os mesmos ou maiores.

Isso faz seus olhos encontrarem os meus. Nina me encara de forma ansiosa, eu sei que ela está nervosa e envergonhada pelo que fez, mas tudo o que eu quero é que ela fique bem, essa é minha maior prioridade. 

- Eu não... Eu gostei de você perdendo o controle hoje. - Digo finalmente com os olhos focados em sua boca, Nina me encara com o rosto ainda mais vermelho, mas uma expressão mais serena no rosto, seus olhos parecem muito cheio de tensão. 

- Sabe - ela começa a falar de forma lenta, seus olhos encaram os meus e a olho com atenção -, se os anjos descobrirem qualquer coisa que estamos limpando de sua cabeça ou por outra pessoa, vão nos matar na hora. A gente não tem que ter medo de esconder mais nada deles. Nada é mais grave do que o que já escondemos.

Minha cabeça gira quando enxergo o seu ponto, não estava pensando nisso e agora é tudo o que consigo pensar. Nina tem razão, se os anjos descobrirem que estou ajudando demônios vão nos punir de qualquer jeito, porque não quebrar mais uma regra? A possibilidade de ficar com Nina, mas me esquecer sempre que nos afastarmos faz algo se apertar dentro de mim, mas a parte de ter uma chance com ela acende meu corpo quase que por completo. 

Nina está sentada na cama, perto demais da beirada. Levo as minhas mãos para seu rosto e acaricio de leve sua pela. Tão macia e quente. Me inclino sobre ela e antes pense melhor, encosto a minha testa na sua, deixo uma mão minha ir para seu pescoço, e depois para suas costas. A roupa de Nina ficou tão destruída hoje que a maior parte de seu tronco está à amostra. 

Acaricio sua pele e sinto ela soltar um leve suspiro de ansiedade. Inclino a sua cabeça um pouco para trás e aperto os meus lábios contra os seus, Nina reage imediatamente colocando as suas mãos ao meu redor. Me afasto um pouco e olho em seus olhos, para confirmar que ela quer mesmo isso, na maior parte do tempo ela vai ser a única a se lembrar dessa cena.

Encosto meus lábios nos seus com mais intensidade dessa vez, sinto meu corpo inteiro queimar com o ato, Nina abre a boca junto comigo, seu corpo e o meu parecem já ter feito isso mil vezes, puxo seu corpo para cima do meu, e a seguro em meu colo, sentado numa cadeira, quase esqueço meu nome quando ela põe as suas pernas ao redor das minhas, se firmando em cima de mim. Seu corpo e o meu se juntam num único ser, conectados pelas nossas bocas, que se movem em sincronia perfeita. 

Nina deixa meu corpo todo arrepiado ao tocar um ponto sensível atrás de minha orelha, meu corpo reage ao seu pela segunda vez no dia. Nina parece ter sido feita para mim, e eu feito para ela. pela nossa conexão sinto mais prazer ainda. Nina não está usando seu dom para me fazer querer beija-la para sempre, ela só precisa encostar em mim desse jeito que eu me derreto feito manteiga ao sol. 

Nina e eu ficamos tanto tempo nesse ciclo que sinto vontade de a tacar na cama e fazer coisas mais drásticas, mas sei que ainda não é hora para isso, então me satisfaço em escorregar as mão pelas suas costas e deixa-las firmes sobre a sua nádega direita, deixando minha outra mão passear entre sua cintura e seu rosto, acariciando seu cabelo, sem nunca afastar a boca da sua. 

Estou me sentindo completo pela primeira vez em toda minha vida, sinto que estou derretendo e ao mesmo tempo explodindo de desejo e prazer, Nina parece sentir o mesmo por mim, pois quando puxo seu corpo ainda mais para o meu, ela consegue deixar escapar um leve suspiro de prazer. O que só aumenta minha sede por ela. Nina era o que eu estava precisando, mesmo sem saber, e eu sou o que ela precisava, mesmo sem precisar. 

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