Capítulo Nove

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Meus olhos estão pesados, os abro devagar, estou sozinha em meu quarto e muito confusa com a situação, Harry estava aqui... mas não entendo o sentido das palavra que ele disse a mim ontem.

Olho as horas e vejo que são seis da manhã, eu dormi a tarde toda e a noite? Estive sozinha a noite toda?

Me levanto e vou ao banheiro tomo um banho rápido, me arrumo e fico em meus pensamentos. Hoje suponho que vai ter aula, então arrumo minhas coisas, olho as aulas que eu vou ter e saio com a bolsa nas costas.

Agora já está tarde, não tarde, mas na hora do café da manhã por aqui, vou até o refeitório e pego minha comida me sentando na mesa que estava ontem, que por sorte está vazia.

Todas as pessoas hoje me olham com raiva, como se eu tivesse feito algo. Tento ignorar os olhares que recebo, tomo meu café da manhã e em seguida vou para sala onde vou ter minha primeira aula.

Passado alguns minutos andando praticamente em círculos entre as salas para procurar a minha sala até que finalmente a acho e entro. Tem algumas pessoas na mesma, mas tenho a sensação de que se eu não tivesse demorado a acha-la, eu seria uma das primeiras a entrar.

Me sento em uma cadeira no canto, no fundo da sala, sempre odiei sentar no fundo por que fica mais difícil de ouvir, copiar e tais. Mas aprendi que aqui é o meu lugar, na parte mais longe, mais difícil, mais chata da sala, quando me sentava na frente os professores me olhavam com nojo, até que eu decidi me esconder mais. As vezes quero me esconder até de mim mesma.

Olho para as pessoas chegando, estou vinte minutos adiantada e não tenho nada para passar o tempo, nem mesmo o meu celular. Pensar nele me trás outro pensamento: Harry. Mas paro de pensar nele assim que vejo aquela menina que era para dividir o quarto comigo, entrando. Ela se senta na frente, ao seu lado se senta um rapaz bonito de cabelos escuros. Escuto ela o chamar de "Louis". Todos vão entrando e se cumprimentando, eu fecho os meus olho, planejando ficar assim até o professor ou professora chegar.

Quando chega, é uma professora baixinha e gordinha, ela tem o cabelo liso preto na altura dos ombros e um sorriso que se desfaz quando olha para mim, mas não me importo.

A minha frente se senta várias pessoas com estatura alta, fazendo com que eu não consiga ver nada a minha frente. Tenho que me lembrar de não me sentar aqui da próxima vez. A professora se apresenta com um nome estranho que eu logo não me lembro mais, ela começa a explicar o conteúdo de sua matéria e tento ao máximo prestar atenção, por sorte essa matéria é fácil, então acho que não vou ter problemas, a aula passa até que rápido, a professora explica bem e sorri para os alunos. Me pergunto por que eu não sou como qualquer outra pessoa, por que todos tem que me tratar assim. Me pergunto se um dia eu vou ganhar um sorriso sincero de algum professor, ou até mesmo colega de turma. Não sou tão iludida ao ponto de ter esperanças.

As aulas do dia passam rápido e quando vou me tocar já está no fim do dia, quase ninguém falou comigo, mas mesmo assim, entendi bem o conteúdo das aulas então, acho que vou me dar bem esse semestre.

Quando saio da minha última aula do dia, vejo várias pessoas amontoadas em grupos conversando nos corredores, estão saindo, para ir para os seus dormitórios trocar de roupas ou qualquer outra coisa.

Pessoas me lançam olhares de raiva quando eu passo, falam de mim e não se dão ao trabalho de esconder o que falam. Me sinto completamente despresada com as palavras que lançam contra mim, mas não falo ou faço nada. Tento só me concentrar no meu caminho.

Não sei como Anny passava por isso todo dia aqui, não sei como ela aguentava. Lembrando de seu rosto triste, olhos inchados, hematomas no corpo, percebo que apesar de tudo, ela era forte forte o suficiente para enfrentar tudo isso dia após dia nesse inferno de lugar.

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