19. cidades de papel.

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23 de novembro de 2011

O menor desliga o celular, com a expressão de chocado mais fofa que poderia existir, pelo menos no pensamento de Taehyung que estava ao seu lado.

- se lembra daquele bar gay que eu, o Yoongi hyung e Seokjin hyung fomos? - Taehyung assente - pois então... eu esqueci de contar um detalhe, porque sim, teve um cara que se apaixonou a primeira vista pelo Seokjin, porém o Yoongi não deixou que ele nos pagasse mais uma bebida porque, sinceramente, não estávamos conseguindo nem pronunciar os nossos próprios nomes com o que já tínhamos tomado, então ele só pediu o número dele, e o hyung deu pensando que não iria dar em nada...

- mas aí deu? - perguntou tae.

- resposta certa.... ele quer se encontrar com o Seokjin hyung, mas as paranóias dele tão dizendo que esse cara pode ser só um traficante de pessoas e que tá querendo levar ele pra Turquia afim de transformá-lo em um dançarino. Acredita que isso aconteceu à alguns dias e eu só estou sabendo disso agora?!

Já se passava das 22h da noite. Mesmo que não fosse da forma que Taehyung imaginava, ambos conseguiram ver o pôr do sol juntos assim que saíram do shopping, depois de terem jogado mais três partidas de just dance, entrado em lojas só para passarem vontade e jogarem papo fora enquanto se entupiam de hambúrgueres e fritas no McDonald's.

E agora, depois de algumas horas dentro dos ônibus por causa do infinito trânsito da cidade, os dois garotos andavam lado a lado pelo bairro fantasma, aquele que não ficava tão longe assim da casa de Taehyung.

- sabe o que é engraçado? - ele começa a dizer - mesmo que nós estejamos nos falando e nos conhecendo através de cartas durante meses... eu ainda posso ser um traficante de pessoas que quer te levar para a Turquia já que sei o quão bom você é na dança... e mesmo assim você ainda quis vir comigo à esse bairro fantasma, onde não tem ninguém, e que pode ser um bom lugar para uma tragédia acontecer.

Jungkook o encara com um sorriso convencido no rosto, pois aquele plano do hyung feito para lhe assustar havia falhado completamente - porém, se você levar em consideração a forma como esse tipo de pessoa consegue se passar por alguém que ninguém sequer desconfiaria... então eu posso muito bem ser esse traficante de pessoas disfarçado de um garoto bonito e fofo - coloca as duas mãos sobre as bochechas fazendo um biquinho, sentindo-se envergonhado assim que Taehyung ri consigo.

- Tem razão... até porque você é realmente bonito e fofo. - o mais velho solta. Ele geralmente não costumava dizer aquelas coisas para alguém, mas era como se fosse impossível não dizer o óbvio para Jungkook. Era algo que ele necessita colocar para fora, e saí, muitas vezes, sem o seu próprio controle.

Os ombros de Jungkook balançam levemente enquanto se encolhe graças ao olhar do mais velho sobre si. O mais novo não estava acostumado a ouvir isso de alguém, tirando os seus amigos, é claro. Mas Taehyung era um amigo... então por que aquilo o deixava tão sem jeito ao ponto de não conseguir encará-lo de volta?

O bairro fantasma era basicamente um terreno imenso e seco, tanto no chão de terra quanto nos poucos matos que ainda vivam ali. Haviam alguns escombros empoeirados, que possivelmente eram casas ou estabelecimentos que caíram ou foram destruídos pelo tempo, e enquanto os dois continuavam andando, aos poucos começaram a surgir vários prédios, altos e baixos, alguns até mesmo prestes a desmoronarem, com o restante da tintura descascada e vários buracos abertos. A única luz daquele lugar vinha do próprio céu.

Era assustador, e estava frio, Jungkook se perguntava como o hyung conseguia se sentir a vontade ali, porém continuou caminhando ao seu lado até vê-lo parar de frente à um dos maiores prédios dali.

dear friend; taekook.Onde histórias criam vida. Descubra agora