25 de setembro de 2011
Bom... Como se começa uma carta quando você não faz a mínima ideia de quem vai recebe-la e se esse alguém de fato existe? Levando em consideração que essa pessoa pode, de fato, nem ler esse papel e simplesmente jogá-lo no lixo, ou até mesmo chegar a ler, mas pensar que é alguma pegadinha de alguma criança infeliz de 13 anos e jogá-la no lixo mesmo assim, ou talvez apenas ler e acreditar nas palavras escritas ali, porem sem saber como lidar com os problemas de um anônimo que de repente decidiu falar sobre a sua vida para o além... Acaba guardando a carta por tempo demais até ela.... Isso mesmo, acabar parando no lixo.
E se você entendeu que toda essa minha enrolação foi para, de fato, começar uma carta, respondendo a pergunta que fiz no início... Acho que temos o mesmo senso de humor, o que já é um ótimo começo.
De qualquer forma, já faz duas semanas que não vejo Namjoon, desde aquela ultima vez em que fomos apreendidos pela policia. Não somos bandidos, não me entenda mal.... Nem mesmo vândalos ou ¨foras da lei¨, que é como os empregados do governo, também conhecidos como policiais, costumam nos chamar agora.... A não ser que, para você, simples artistas que querem fazer a sua arte nessas paredes cinzentas da cidade sejam sinônimo de vandalismo. E se esse for o caso, meu amigo.... Você vai precisar mudar o seu conceito do que é realmente certo e errado, porem vamos ficar sem julgamentos aqui. Essas cartas serão como o nosso mundo sem leis, certo? Esse será o nosso primeiro acordo.
Era incrível a forma como toda aquela adrenalina invadia meu corpo no momento em que corríamos na passarela pela noite escura, zombando dos mais velhos de farda atrás de nós como se ambos fossem um bando de otários... É incrível como momentos como esse podem acabar mais rápido do que se imagina, e só quando você sente uma saudade danada... Percebe que foi um momento especial.
Eu apenas quero que o hyung esteja bem. Digamos que Namjoon seja como um irmão pra mim, então todas as minhas ligações não atendidas por ele e a falta de algum sinal de vida vindo do mesmo desde a ultima vez que nos vimos me deixe preocupado com as possibilidades, principalmente se for por algum problema com a sua família, já que estar longe deles as vezes o faz se sentir um tanto culpado, o que eu costumo entender sempre... Ou pode ter acontecido algo pior, algo relacionado a algemas e grades... E essa, em especifico, me assusta muito.
Já faz alguns dias também que não mando alguma carta para a casa da minha mãe, ou pelo menos aquela em que eu acredito ser dela ainda... Eu costumava escrevê-las mesmo sabendo que não iria ter uma resposta... E acho que só agora conseguir entender isso.
Talvez eu devesse estar escrevendo isso num diário qualquer... Mas aqui está mais uma carta, e dessa vez eu também sei aonde ela irá chegar, porem não sei para quem estou escrevendo, se realmente chegará a um alguém e se esse alguém vai ler... Mas digamos que eu goste de cartas, e nesse momento não importa quem vai recebe-la. Estou meio sozinho agora, não tenho alguém com quem contar todas essas e outras coisas desinteressantes da minha vida... Então irei fingir que você, alguém do outro lado, se importe. Acho que nesse momento é disso que preciso. Que alguém se importe e que esteja escutando o que quero dizer. E não, aqui não é o Charlie escrevendo. (Cruzando os dedos para que você entenda minha referência ou vou me passar como um maluco... Se bem que essa carta em si já me dá essa imagem, então prosseguindo...).
Ontem eu terminei de ler um dos meus livros favoritos pela sétima vez, só nesse mês... Então digamos que me inspirei nele para o nosso segundo acordo. Lembrando que foi uma INSPIRAÇÃO e não PLÁGIO ok? Se não fui preso até hoje por grafitar nos lugares proibidos de Daegu... Ser acusado de plagiar um livro de Stephen Chbosky também não está nos meus planos...
Mas a questão é essa: acredito que apresentações não sejam necessárias agora, porem mesmo assim preciso deixar algumas coisas claras pra você:
1. sim, eu existo;
2. não, não sou uma criança infeliz de 13 anos;
3. espero que eu tenha feito você pensar que eu simplesmente diria pra ti o nome verdadeiro do meu amigo, assim como os outros que irei citar aqui futuramente... E o meu também. Por enquanto, finja que o meu nome seja Taehyung, e finja também que não está nem um pouco interessado em saber aonde moro e nem que queira vir atrás de mim. Eu queria que você fingisse isso. É sério. Por favor;
4. o terceiro acordo é ironia. Parte dela. Porque sim, não quero que chegue longe demais, ou melhor, perto demais e descubra coisas sobre mim que possam me tornar um não anônimo para você, mesmo eu sabendo que as chances de você, alguém do outro lado, se importe com um perdido na vida que decidiu falar sobre tudo e coisa nenhuma para um ser humano que nem conheça... é de 0,0000000000000000000000000000001%, mas ao mesmo tempo gostaria que você se importasse, nem que seja dentro desses 0,0000000000000000000000000000001%......;
5. Eu não tenho más intenções, as minhas palavras nessas canetinhas brilhantes e coloridas são sinceras, eu garanto. Esses só não estão sendo tempos fáceis pra mim...
No momento, a única coisa que estou procurando... É por dias melhores.
Acho que eu mereço dias melhores, assim como você também;
6. Eu não faço a mínima ideia de quem você seja, mas conheço o seu endereço única e exclusivamente pelo fato do mesmo ter pertencido a uma das pessoas mais importantes da minha vida, ou pelo menos é isso o que eu acho e espero...
No fim, estou escrevendo isso porque não tenho nada a perder... Mas também não quero te assustar... Já que receber uma carta de um estranho narrando partes da sua vida não seja assustador o suficiente. Será que isso te fez rir? Espero que não de nervosismo.
Com amor, Taehyung.
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Meu deus eu demorei muito pra postar isso, tô aflita e com expectativas kkkkk
Bom, aqui estou eu ressuscitando minha primeira fanfic nesse site depois de > meses <. Sei que sou flop aqui mas se alguém ler e gostar de Dear Friend já será o suficiente para mim, de verdade, qualquer interação com a história me deixará muito feliz e grata, pois essa história tem um peso muito grande para mim... Espero que ela dê certo.
Bom, até a próxima carta!
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dear friend; taekook.
Novela Juvenil[EM ANDAMENTO] O que você faria se, sem mais nem menos, cartas de um desconhecido começassem a aparecer na sua caixinha do correio? Iria se sentir dentro de As vantagens de Ser Invisível ou em algum romance clichê escrito por John Green? Bom, Taehy...