⚠️ AVISO: Este capítulo possui menção à agressão física. Não acho que a minha escrita seja tão realista, porém se você tiver qualquer sensibilidade em relação à isso, sugiro que tome cuidado ou pule a parte que marcarei, o começo e fim dessa parte será marcada com a primeira letra em negrito.
⌗
19 de outubro de 2011Querido amigo...
Tem certeza que na verdade seus tios não são espanhóis, escondem macacões vermelhos e máscaras daquele pintor no fundo de um guarda roupa e fizeram o seu próprio dinheiro na Casa da Moeda dizendo que são "la resistência"? Aposto que o seu primo seria uma boa versão coreana do professor.
Adoraria conhecê-lo aliás, parece ser o tipo de pessoa em que você pode falar até sobre fechos de luz que ele te dará total atenção. Mas não entendi a parte em que falou de mim para os seus tios....
Então eu sou realmente um amigo para você?
Oh... Não pense que eu não o considere, mas fico surpreso em saber que isso é recíproco. E fico feliz também. Especialmente feliz.
Mas então... K-O-O-K... Talvez seja cedo demais para dizer isso, até mesmo soe como exagero, mas hoje foi um dia um tanto nostálgico pra mim. De manhã, resolvi caminhar pelas ruas, que por sinal estavam perfeitas para isso: um tempo ensolarado e com poucas pessoas andando de um lado pro outro, e mais perfeito ainda por Namjoon estar ao meu lado.
Assim como o Yoongi para você, Namjoon é como um irmão mais velho para mim. Ele tem a mania de querer colocar juízo na minha cabeça, como se eu fosse o cara mais inconsequente da face da terra... Acho que ele deveria conhecer um tal de Jeongguk que anda em pé no capô de picapes vermelhas no meio da noite gritando o nome de um outro garoto enquanto está com os braços abertos como um pássaro fora da gaiola e prestes a voar... Eu passaria a ser um exemplo de ser humano para o hyung.
Tudo ao lado dele é divertido, até mesmo um passeio mínimo de ônibus.
"Sabe, só porque eu acabei me trancando no banheiro sem querer pela terceira vez não quer dizer que eu não consiga morar sozinho!" Foi como ele tentou se defender quando repetiu o sermão que seus pais lhe deram pelo telefone mais cedo enquanto estávamos sentados no busão. "A culpa é dessas chaves complicadas e trancas que deveriam trancar para o lado esquerdo mas acabam trancando para o lado direito.... trancas não deveriam ser complexas, trancas deveriam ser só para trancar".
"Você tem mesmo um pensamento filosófico pra tudo?" Foi o que perguntei. Nessa hora já era impossível não rir da careta infantil e chateada que ele fez. "É... você realmente não pode morar sozinho".
Nós descemos num bairro mais distante do nosso, prontos para deixar aquelas paredes cinzentas e sujas com um pouquinho mais de cor. Seria ridículo eu frisar a euforia que percorreu pelo meu corpo quando finalmente peguei aqueles sprays e começamos a fazer aquilo que mais gostávamos de fazer juntos? Acho que é comum sentir isso quando nos sentimos felizes.
E acredito que essa seja a minha resposta para a sua pergunta sobre o que eu quero ser... Eu quero ser isso.
Enquanto sair por aí e encher essa cidade de desenhos e sentimentos sentidos através de tintas me fizer feliz... É isso o que vou querer fazer, e ser. Confesso que sinto aquele mesmo calor no peito quando leio e releio aquela parte da sua carta em que me chama de artista, e que com certeza pararia para admirar meus desenhos... Me pergunto se você já os viu alguma vez, mesmo sem saber se você mora próximo de mim ou não.
VOCÊ ESTÁ LENDO
dear friend; taekook.
Novela Juvenil[EM ANDAMENTO] O que você faria se, sem mais nem menos, cartas de um desconhecido começassem a aparecer na sua caixinha do correio? Iria se sentir dentro de As vantagens de Ser Invisível ou em algum romance clichê escrito por John Green? Bom, Taehy...