Descartável - 10.

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Música: Shy Martin - Out of my hands

"Quem sabe um dia eu possa estar perto outra vez."

*

*

           Corinne caminhava pelo saguão do aeroporto, a cabeça baixa, a passagem para Londres em suas mãos, mas parecia que seu corpo não estava ali.

Jimin não saía dos seus pensamentos e isso só fazia doer mais. Ela lembrava do olhar dele, os sorrisos, o som da voz. Estar com ele foi lindo e deixá-lo ir estava machucando muito.

Continuou à caminhar até o guichê da companhia aérea, fez o check-in, despachou a bagagem e seguiu ao portão A, onde embarcaria para a Europa.

Sentou-se em um banco próximo ao portão e pegou o celular, aparelho que ela não dava a mínima, mas sabia que agora seria sua única ligação com a família.

Havia uma mensagem de Mateo. Abriu-a e sorriu.

"Eu já estou morrendo de saudade."

"Eu também. Cuide de tudo, ok?"

Enviou a mensagem e permaneceu olhando para a tela esperando uma resposta do irmão, a qual não demorou.

"Vou cuidar. Cori, eu tenho algo para você."

Ela franziu o cenho e esperou a mensagem seguinte, que não eram palavras, mas sim uma foto.

Com o coração estranhamente mais rápido, carregou o arquivo e se deparou com uma foto dela e Jimin.

Era a noite da festa, eles estavam dançando, e o olhar que havia em seu rosto deixava claro o quanto ela estava amando aquele momento.

"Como você conseguiu isso?"

"Eu tirei quando vi vocês juntos. Sabe, pensei muito desde a hora que você saiu e espero que um dia você tenha a chance de ver o Jimin bem, e que tudo isso valha a pena."

"Obrigada, Mat. Por tudo."

Corinne encerrou a conversa e passou os minutos seguintes com o olhar preso à foto. Ela queria que aquela dança pudesse ser repetida, queria estar nos braços de Jimin outra vez.

Mas aquilo não era mais possível.

"Passageiros do voo 5559, com destino à Londres, favor se encaminharem ao portão de embarque A."

A primeira chamada para o voo soou pelo alto falante e Corinne se colocou de pé. Tomou em mãos os documentos e sua passagem, e seguiu seu caminho.

Jimin estava em seu quarto quando batidas leves despertaram sua atenção. ── Entre.

── Irmão, o doutor Lafir está aqui.

── O pai da Corinne? Está tudo bem? ── Se colocou de pé e pegou sua guia, que estava encostada à cômoda.

── Eu não sei. O papai está com ele. Vem, vamos saber o que o trouxe aqui. ── Helena segurou o irmão pelo braço e o levou até a sala, onde George estava na companhia de Alberto Lafir.

── Jimin. ── Jimin não podia ver o homem, mas guiado pelo som da sua voz, virou o rosto em sua direção. ── Eu sou o pai da Cori.

── Aconteceu alguma coisa?

Calma e Ventania (Fanfic Version • PJM)Onde histórias criam vida. Descubra agora