Sacrificando o amor - 8.

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Música: Natalie Taylor - Amen

"Eu só quero que você seja feliz, mesmo que eu não possa estar aqui."

Corinne observava o fogo da lareira creptar enquanto Jimin descansava no tapete próximo ao calor do fogo.

Após o banho, ela tinha ido até o centro, providenciou algumas roupas e comida para os dias seguintes e ao voltar passou um pano nos móveis e a vassoura na casa.

── Quer que eu leia para você?

── Se não for te incomodar, sim.

── Nada que seja feito para você é um incômodo, Ji. ── Corinne se levantou e foi até uma das estantes que havia na sala. Procurou entre os vários livros um que sua mãe sempre lia para ela, e ao achar, se juntou a Jimin no tapete felpudo. ── O título é Até que as luzes se apaguem.

── Leia, por favor.

── Ok. Em uma terra distante, no alto de uma colina, havia um pequeno povoado chamado Monvier, terra fértil, lar de Catarina. A jovem de belos olhos pretos era muito pobre, mas mesmo não tendo muito, ela era feliz. Adorava ouvir o canto dos pássaros a cada novo amanhecer, adorava sentir o cheiro de terra molhada cada vez que a chuva caía, adorava colher as rosas que nasciam no campo próximo ao seu pequeno casebre. Catarina amava sua vida e nunca pensou que tudo poderia ruir. Um dia, enquanto andava nos campos, ela encontrou um homem caído. Ela correu para ajudar e ao sentar ao lado dele, passar a mão em seu rosto machucado, Catarina teve o seu coração tomado. Aquele estranho era tão lindo, tão puro, era como a beleza de cada manhã, e deixá-lo ali não era uma opção.

Corinne continuou a ler o livro até ficar bem tarde, não deixando de ter a atenção de Jimin a nenhum momento.

Às onze da noite, ela fechou o livro. ── É tarde, Ji. Vamos dormir?

── Amanhã você lerá mais para mim? Quero muito saber se o amor do Azriel e da Catarina poderá ser possível.

── Eu lerei, pode ficar tranquilo. ── Ela se pôs de pé e o ajudou a fazer o mesmo. Caminhou com Jimin até o quarto e ambos subiram na cama de casal, que ela havia trocado os lençóis mais cedo.

── O amor é lindo, não é?

── Sim. ── Corinne o abraçou e colocou a cabeça sobre o seu peito.

O coração de Jimin batia forte e Cori amou ouvi-lo. O som era lindo como ele. ── Mas também pode ser triste.

── Por quê diz isso, Cori?

── Porque os últimos acontecimentos me fizeram acreditar nisso, e também a triste história dos meus pais. Eles se amaram tanto, eram verdadeiras almas gêmeas, mas a minha mãe se foi e meu pai foi deixado com a difícil tarefa de aprender a viver sem ela.

── Eu sinto muito, Cori.

── Eu também sinto. ── Jimin a apertou ainda mais contra ele e beijou os cabelos dela.

Ali, usufruindo do calor que emanava dos seus corpos, dormiram.

O dia seguinte chegou, e durante cada hora, Cori esteve com Jimin. Ela leu para ele, eles comeram juntos, sentaram ao ar livre para sentir a brisa fria, e conversaram. Não sobre assuntos complexos ou a tristeza que logo os acometeria, falaram apenas sobre banalidades. Corinne descobriu que Jimin gostava muito de carne, e não era tão fã de chá, enquanto ele descobriu que ela adorava um bom café forte com chocolate e que sua cor preferida era preto. Eles riram com as histórias que ela contou sobre os irmãos, e também falaram sobre Helena e seu coração de ouro. No fim, compartilharam mais uma refeição e Corinne se aconchegou a Jimin diante da lareira.

Calma e Ventania (Fanfic Version • PJM)Onde histórias criam vida. Descubra agora