Mantenha Distância - 1.

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  ◆

            Corinne saltou do cavalo e entregou as rédeas a Felipe, seu amigo e cuidador dos cavalos da fazenda. ── Bom dia, Cori.

── Bom dia, Lipe. Cuide do meu bebê, ele fez um ótimo trabalho hoje. ── Ela sorriu para o cavalo e passou a mão pela crina longa e negra, escutando ao longe seus irmãos se aproximando. ── Preciso entrar, há dois homens com o orgulho ferido que estão me perseguindo. ── Felipe riu e deu passagem para ela, que subiu correndo as escadas e se jogou no sofá, não se importando que as botas estavam enlameadas.

── Eu deveria ter tido outra filha, essa influência masculina na sua vida foi prejudicial.

── Papai! ── Corinne se colocou de pé e correu até ele, o abraçando apertando e recebendo o mesmo carinho de volta.

── Onde estava?

── Mostrando aos meus irmãos que eu sou uma ótima amazona. ── Se desfez dos braços do pai e voltou ao confortável sofá, que a acolheu como uma luxuosa cama.

── Na verdade, ela estava flertando com o filho cego do senhor Nogueira. ── Mateo já passou pela porta entregando-a, uma forma de se vingar por ela ter o feito comer poeira.

── Bastardo bocudo...

── Olha a boca, Cori. ── Alberto a recriminou. ── Do que seu irmão está falando?

── Encontramos os filhos do senhor Nogueira e eu achei o filho dele muito bonito, foi apenas isso. ── Ela tentou se defender, mas tudo foi por água abaixo quando Lucca passou pela porta.

── Mentira. Ela estava com aquele olhar, papai, aquele que até hoje faz parte dos pesadelos da tia Leticia.

── Aquele olhar de menina má. ── Alberto levou os dedos aos óculos e ajustou no rosto para que pudesse olhar bem para a filha jogada no sofá feito um homem.

── Isso é verdade?

── Qual parte? A que a titia ainda tem pesadelos com a minha versão libertina ou a que eu estava tarando o filho dos vizinhos?

── Que é cego! ── Os irmãos gritaram em uníssono.

Ela deu um olhar gelado na direção dos dois e sem que Alberto visse, fez um gesto obsceno com a mão.

── Em minha defesa, digo que estou sendo vítima de um complô orquestrado por dois machos que não aceitam que uma mulher controla um cavalo melhor que eles dois juntos. ── Mateo estava pronto para uma ácida réplica, mas Alberto ergueu a mão para que ele ficasse em silêncio.

── Corinne, não se aproxime do Jimin.

── Por quê? Ele me pareceu ser alguém do bem.

── Ele é, mas o pai dele não. Portanto, mantenha distância, não quero você envolvida em confusão.

Risadas altas soaram pela sala e ela olhou para os dois belos homens parados ali, que riam como hienas.

── Pai, o senhor está pedindo ao imã de problemas para não arrumar mais um? Missão impossível. ── Mateo atacou e Corinne ficou vermelha de raiva.

Calma e Ventania (Fanfic Version • PJM)Onde histórias criam vida. Descubra agora