Capítulo 28

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- Somos Nós - Falam todos juntos

- Sinto Muito.

- NÃO NÃO NÃO - gritava Millie

- Eu sinto muito, Carmen não resistiu, ela sofreu lesões muito traves, suas lesões além de terem cido no corpo, foi no cérebro também, e isso não ajudou em nada.


era um turbilhão de emoções em cada um, aquilo não poderia esta acontecendo, não podia! Uma pessoa tão querida, tão amada. Todos gostavam dela, ela era uma pessoa esperançosa, Alegre, cheia de vida. Ela tinha cinco filhos!!! Tão nova, e teve que partir assim. O Universo ama brincar com os sentimentos e a vida dos outros, isso é tão cruel, uma pessoa que tinha a vida pela frente morreu assim, enquando ia colocar a cadeirinha de sua filha para ir para a casa. Isso tudo é tão injusto, tirar a vida de pessoas queridas, pessoas amadas é que tem tudo para ser melhor na vida.

Todos ficaram paralisados com a notícia na hora, mais depois começaram a chorar, isso não podia ser possível, eles não queriam aceitar, não podiam! Era tudo recente, rápido e ela se foi...

- E a E-estela? - pergunta Finn

- Ela está Viva, ela não sofreu muitas lesões, só quebrou a perna e teve que fazer uma cirurgia porque quase perdeu o bebe, foi um susto grande para o feto. - diz ele e todos suspiram - Ela agora está em observação, só poderá receber visitas daqui a uma hora, eu recomendo vocês irem para casa.

- MINHA MÃE, EU QUERO MINHA MÃE!! - Gritava Millie, ela não queria a casa, queria sua mãe - EU QUERO VER MINHA MÃE!!

- Calma minha filha - dizia Chloe a abraçando - Vamos vela

- EU NÃO QUERO CALMA, EU QUERO MINHA MÃE DE VOLTA COMIGO, EU QUERO ELA AQUI COMIGO, ME ABRAÇANDO E DIZENDO QUE NÃO FOI NADA DEMAIS

- Eu recomendo que deem um sedativo para ela - diz a enfermeira ao lado do cirurgião

- Tudo bem, vamos levar ela para casa - Diz Chloe - meninos, vamos Vocês precisam se alimentar

- Eu não quero ir mãe, eu quero ficar com minha mãe, ela é tudo pra mim, eu não quero perder mais ninguém, eu quero ela comigo, por que isso tinha que acontecer? - fala Millie desesperada é chorando horrores

- Oh minha filha, n-nem tudo é o que desejamos, eu sinto muito, eu também a queria aqui, ao nosso lado

Isso doeu, doeu muito nas duas, Chloe não aguentava ver sua filha sofrendo assim, era doloroso demais, era doloroso ela perder o amor da vida dela, a pessoa que ela sempre amou e nunca disse, a mãe de suas duas filhas. Isso era um sentimento terrível que ninguém deveria passar, era como uma facada no coração, e o coração daquela família estava despedaçado.

Não existem palavras, línguas, gestos ou mesmo pensamentos que possam expressar a dor da perda. Ela é tão profundamente dolorida e fere a alma com esmero desmedido, cortando lenta e dolorosamente com o lado cego da faca.
A dor é fenomenal, incrívelmente dor, extraordinariamente dor, fatalmente dor. É dor, dor, dor, somente dor. E não cede, não acalma, não dá trégua. E a alma se contorce, revolve, chora, berra e geme em lamentos surdos, que tomam o corpo, que fazem cambalear e entontecer o espírito.
A dor da perda não tem som, não tem voz, e invade o âmago do ser silenciosa e cruelmente fazendo doer e adoecer o corpo. Massacra a alma a tal ponto de tudo ao redor perder o sentido. Tudo. Tudo perder o sentido e o brilho da vida.
Os olhos olham mas nada vêem, os ouvidos ouvem sem nada ouvir, os braços caem sem sentir qualquer amparo, qualquer sussurro de compreenssão, de entendimento. Somente o gosto do sangue da dor é percebido no fundo do coração que sangra, falece e se afunda no fundo da terra, do pó.
E tudo vira dor profunda e cortante como o fio de uma navalha. Os sentidos perdem a razão de ser. Robotizamos o corpo e caminhamos, perdidos e anestesiados de lá prá cá, de cá prá lá, desnorteados, confundidos, atordoados e completamente perdidos de nós mesmos. Esquecidos de tudo e de todos, menos da dor que rasga, dói e arranha o coração até o sangue jorrar em lágrimas profusas e gritos inaudíveis.
A dor da perda cala fundo e faz sepultura da alma onde desejamos ardentemente nos enterrar, em silêncio absoluto, em escuridão infinda, em adormecer eterno. Faz desejar a morte e buscar o fim de tudo, inclusive de si mesmo, para calar... a dor...
Não existem palavras que definam a intensidade da dor da perda. Ela é tão incrivelmente dor que perdemos a definição e a expressão do que sentimos. Nada mais importa. Nada. A dor da perda é pesada demais. Impossível de se carregar solitariamente.
Por isso, por tudo isso, havemos de buscar forças para suportar a dor da perda, por mais profunda, pungente e dolorida que seja, por mais aterradora e insensível...
Havemos de nos resguardar da dor, de acordar e lutar para viver, mesmo a alma em soluços, mesmo que o espírito, anestesiado pela dor, perca a vontade de lutar e continuar a viver... havemos de nos resgardar da dor no alento dos braços do amor, que é o único que torna possível tudo, por ele, com ele, suportar...


Virtual Love - SillieOnde histórias criam vida. Descubra agora