Capítulo I

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POINT VIEW OF LARA

É engraçado como as coisas podem mudar de uma hora para a outra, por isso é importante sabermos valorizar os momentos bons. Não estou aqui para dar lição de moral em ninguém, até porque nem tenho moral para isso. Só quero deixar meu conselho sincero: amem, vivam e aproveitem os momentos bons, guardem nos seus corações e memórias, assim jamais terão arrependimentos e esses momentos nunca se perderão.

A minha vida mudou drasticamente de uma hora para outra. Tudo aconteceu muito rápido, sem aviso, sem que ninguém esperasse... tudo mudou. Em um dia eu estava jantando com meus pais, meu pai contando suas típicas piadas totalmente sem graça, mas que fazia com que minha mãe e eu ríssemos sem parar. Tudo estava como sempre esteve. Não tínhamos uma vida perfeita, mas chegávamos bem perto disso.

Meu nome é Lara Duarte, tenho 17 anos, sou uma estudante do ensino médio como qualquer outra. Uma adolescente normal, seja lá o que isso signifique. Não sou um grande gênio na escola, mas faço meu melhor para não causar problemas ou preocupações aos meus pais. Por falar neles, esse sim são pais totalmente anormais, seja á o que signifique também.

Meus pais são muito carinhosos, apesar de ocupados, sempre arrumam tempo para ficarmos todos juntos. Eles se amam tanto que não consigo imaginar um amor mais verdadeiro do que esse entre um casal, espero ter isso um dia. 

— Trouxe dinheiro para o lanche?. - pergunta meu pai ao estacionar em frente a escola.

Abro a bolsa e mostro o dinheiro para eles.

— Tudo bem. Se cuide e tenha uma boa aula, filha. Nós te amamos. - fala minha mãe com um sorriso.

— Também amo vocês. Bom trabalho. - falo já saindo do carro e entrando na escola.

Era uma quinta-feira e eu estava comemorando por amanhã ser feriado. Só voltaria para a escola na segunda e poderia descansar todo o final de semana. Para isso, precisei ficar a tarde inteira fazendo as atividades de casa que os professores passaram.

Na manhã de sexta,  meus pais tiveram a ideia de passarmos o fim de semana numa Chácara que tinham, eu amei a ideia. Pegamos a estrada na sexta a tarde, por volta das 15 horas e chegaríamos por volta das 17 horas.

Estávamos na estrada, cantando as músicas que foram previamente selecionadas por mim em uma playlist de viagem quando,  de repente, vejo um carro invadindo a contramão, vindo em nossa direção.

—LUCIANO..–ouço minha mãe gritar. Meu pai tenta desviar do automóvel e fecho os olhos tentando me proteger. Sinto uma pancada muito forte e apago.

Quando acordei estava em uma cama hospitalar. Eu estava ligada a uma máquina. Apertei o botão que estava do lado da cama e uma enfermeira entrou junto a um médico. Não estava entendendo nada, eu tentava falar, mas não conseguia. Minha garganta estava seca, queria água, queria saber dos meus pais.

A enfermeira me deu um pouco de água e o médico me fazia diversas perguntas que eu nem entendia, só queria saber dos meus pais. Eu perguntava e eles não me respondiam, diziam apenas para esperar que todas as minhas perguntas seriam respondidas.

De repente a porta do quarto é aberta.

— Oi, Lara. Meu nome é Hugo Sampaio, sou o...

— O advogado e amigo dos meus pais, eu te conheço, você vai na minha casa com frequência. O que eu faço aqui? Onde estão os meus pais? - pergunto ao interrompê-lo.

— Bom, eu não... Eu fico feliz que se lembre de mim, suas memórias parecem estar bem. - ele para e respira fundo. Alguns minutos de cabeça baixa.

— Por favor. – insisto. - Eu só quero saber onde meus pais estão. 

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