Capítulo XVIII

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O tempo passa e as coisas mudam. Mas, uma coisa não mudou nesses meses, eu ainda sou péssima em história. E ainda não li a carta.
Já estávamos em dezembro, minha vida estava uma loucura. Primeiro, eu estava estudando feito doida para o vestibular. Segundo, eu estava de tpm. E por último, mas não menos importante, eu estava tentando fazer o Tobias entender que ele não pode por o dedo na tomada.

—Toby, entende, você não pode por o dedo aqui.
—Por que?
—Machuca, meu amor.
—Não machuca eu, sou forte, olha... –ele puxa a manga da blusa e mostra seu braço.
—É, você é forte, mas mesmo assim dói, meu amor.
—Mas eu comi tuda comida do prato...
—É, mas isso não tem nada a ver com a sua alimentação. Vem brincar de outra coisa...
—Desculpa mamãe.
—Tudo bem, meu amor.
—Vai pegar a sua bola e a gente brinca de futebol, Toby. –diz a Júlia chegando do nada e me dando um pequeno susto que consigo disfarçar.
—Sim, eu vou pegar.
—Ele te chamou de mãe... De novo.
—Eu percebi
—E você não o corrigiu dessa vez.
—Estou cansada. Ele não entendi que sou a irmã dele.
—É normal, ele só tem três anos. Você cuida dele, dá banho, comida, leva para a escola... É natural que ele te veja como a mãe dele.
—É, vou deixar assim, por enquanto. Quando ele estiver mais velho explico.
—É melhor. E quando vai ler a carta?
—Eu não sei.
—Amor, já se passaram meses... Vai esperar ter coragem para ler uma carta? É só uma carta. Você só precisa ler, vai se sentir melhor.
—Eu vou ler, outro dia, não é fácil para mim, você sabe.
—Eu sei, mas eu também sei que essa coragem pode nunca chegar. E aí? Você não pode passar a vida com esse fantasma te assombrando, não pode viver com medo.
—Eu sei, vou ler. Mas não hoje.
—Tudo bem.

Ela se aproxima de mim, me abraça e beija minha testa. Nesse instante Toby chega e vamos brincar de futebol. Eu e Toby contra Júlia.

—Ganhamos, ganhamos... Eba. –Tobias sai pulando e gritando.
—Vocês não ganharam coisa nenhuma, isso é injusto.
—Injusto por que? Nós ganhamos de fora limpa e honesta. –digo.
—Porque vocês são dois e eu joguei sozinha.
—Mamãe não sabe perder. –diz Tobias rindo.
—Do que me chamou? –diz Júlia.
—Perdedora, mamãe perdeu... –sai correndo para dentro de casa.

Júlia olha espantada, eu apenas sorrio de lado.

—Você ouviu isso? Ele me chamou de mãe ou estou ficando doida?
—Ele te chamou de mãe...

Nesse instante, ele volta e joga alguma coisa em Júlia, a olho. Tinta.

—Você jogou tinta em mim?
—Siiiiiiiimmmm!!!
—Eu te pego pirralho... –dito isso Júlia corre atrás de Tobias que corre na frente.

Fico os observando, correndo, tão fofos. Júlia pega algumas bolas de tinta e começa uma guerra entre eles enquanto correm.
Julia o alcança e o pega no colo, faz cócegas em sua barriga. Ele grita. Fico rindo da situação de Júlia e Tobias, agora, todo sujos de tinta.
Ela para de
Eles param de repente e olham para mim, Júlia tinha um olhar malicioso, eu já sabia o que estava por vir. Ela fala algo no ouvido de Tobias que logo me olha. Eu me levanto da cadeira que estava sentada e começo a correr, eles vem atrás de mim. Julia põe Tobias nas costas e continua correndo e ele joga a tinta em mim.
Resultado: os três sujos de tinta da cabeça aos pés.

Fomos para o quintal e lá tinha um chuveiro. Tiramos a tinta e ficamos encharcados. Julia chamou Branca, que trouxe toalhas para nós. Ela levou Tobias para o quarto e o vestio, enquanto eu e Júlia fomos para os nossos e fizemos o mesmo.
Estávamos exaustas, então deitamos na cama, estava quase dormindo quando sinto alguma coisa nos pés da cama. Tobias.

—O que foi, meu amor?
—Posso ficar aqui com vocês? –pergunta com carinha de cachorro abandonado.
—Sobe. –fala Júlia.

Ele sorri satisfeito e deita no meio de nós duas. Não demorou muito e caímos no sono.

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Bom, não sei bem como começar, mas...
Lais, Lally, Batman, puta alfa ou qualquer que seja a denominação que te dêem, foi um prazer te conhecer, nesses três meses, quase quatro (03/05), foi muito importante a sua presença na minha vida, apesar de nos odiarmos nos amando kk, temos conceitos, ideais, personalidades e atitudes diferentes, mas esse é o bom, né!?  Afinal, que graça teria se fossemos iguais, se o que mais fortalece a nossa amizade são as nossas diferenças!?
Eu só queria dizer, que eu sempre vou estar aqui, para te apoiar, te ensultar, brigar, bater, xingar... sei que você e a Isa estão passando por momentos difíceis, mas vão superar.
Eu devo muito a vocês, inclusive a minha vida, vocês me ajudaram em momentos complicados que sozinha eu não suportaria,mas Suportei, com a sua ajuda. Obrigada. E agora, está sendo a minha vez de tentar ajudá-las da melhor forma, não medirei esforços. Vai dá tudo certo.
Parabéns pelos seus 15 anos. Anos de luta.
Sua lesba do capiroto, te amo muito, você sabe. Feliz aniversário. ❤❤❤
UmAlguemQualquer  ❤

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